De que importância se reveste, para uma grande empresa como a Galp, comunicar bem com os seus fornecedores, transmitindo-lhes quais são os seus objectivos estratégicos, as suas perspectivas de crescimento e de exportações, as áreas onde irá investir ou as próximas inovações que fará? “Quanto mais clara for a informação sobre os desafios que se colocam a estes parceiros, melhor se conseguirão preparar para oferecerem respostas mais competitivas”. O Dia Galp, recentemente realizado, partiu destes “mecanismos de cooperação que beneficiam ambos os lados”, para explicar aos quatrocentos empresários das PME presentes “as regras do jogo e os tabuleiros em que podem actuar”, como diz ao VER o porta-voz da empresa
Como está organizada a Galp? Qual é a sua estratégia face à crise e onde irá crescer, a médio prazo? Quais são os investimentos previstos pela empresa, e em que mercados? Quais são as suas perspectivas em África e como irá a Galp potenciar as suas exportações? Estas e outras questões foram respondidas por Manuel Ferreira de Oliveira, presidente executivo da Galp Energia, no passado dia 5 de Junho, no âmbito de um encontro com a rede de fornecedores nacionais da empresa. Promovido com a finalidade de “potenciar a colaboração” entre a empresa e as PME portuguesas, o Dia Galp serviu também para explicar a estes stakeholders a política de Saúde, Segurança e Ambiente da companhia, bem como as suas estratégia de inovação e política de compras, esclarecendo ainda os requisitos necessários para se ser um fornecedor Galp. O Encontro realizado em parceria com a AICEP e com a COTEC, reuniu os principais – e potenciais – fornecedores e prestadores de serviços da empresa, “para lhes dar a conhecer em detalhe os projectos de crescimento para os próximos anos e detalhar as áreas em que a Galp mais necessitará de adquirir bens e serviços externos, permitindo assim que as empresas nacionais se posicionem da melhor forma para beneficiarem destas oportunidades”, divulgou a empresa. Presentes estiveram mais de quatrocentos representantes de empresas, na sua maioria de pequena e média dimensão, e de sectores tão variados como as tecnologias de informação, engenharia e projectos, serviços e manutenção industrial, metalomecânica, gestão ambiental, segurança, construção civil, transportes, serviços de saúde, centros de investigação, marketing e publicidade e muitos outros. O volume global de compras da Galp Energia em 2011 foi de 950 milhões de Euros, dos quais cerca de quinhentos milhões foram contratados a empresas portuguesas. O número de empresas fornecedoras de bens ou prestadoras de serviços no ano passado foi superior a 2400 e, destas, 1150 obtiveram contratos de valor superior a dez mil euros, avançou a Galp. Para além de sessões específicas destinadas a dar a conhecer às empresas interessadas os principais projectos nas diversas áreas de negócio em que a Galp Energia actua – Exploração & Produção, Refinação & Distribuição e Gas & Power –, o Dia Galp incluiu apresentações sobre as regras seguidas pela companhia, na qualificação dos seus fornecedores. O objectivo é “contribuir para o desenvolvimento das qualificações do tecido empresarial português”, uma vez que os sectores em que a Galp Energia actua “exigem os mais elevados padrões internacionais de qualidade, desempenho ambiental e segurança”, pelo que as empresas capacitadas para colaborar com a Galp Energia “estarão habilitadas a operar em qualquer parte do mundo”. Em entrevista ao VER, o porta-voz da Galp Energia, Pedro Marques Pereira, defende que é possível “maximizar a criação de valor através do conhecimento mútuo”. Como surgiu a ideia e quais são os grandes objectivos do Dia Galp? Dado que a Galp Energia cumpre padrões de rigor e transparência na contratação de bens e serviços que em nada ficam a dever aos das maiores empresas globais, nada melhor para todas estas empresas do que utilizarem a Galp Energia como uma espécie de câmara de ensaios para competirem globalmente. Sabendo que, estando preparadas para ser fornecedoras da Galp Energia, estarão qualificadas para ser fornecedoras de qualquer empresa em qualquer parte do mundo. O objectivo deste Dia Galp é explicar a todas estas PME as regras do jogo e os tabuleiros em que podem actuar.
De que importância se reveste, para uma grande empresa como a Galp, comunicar de modo transparente com os seus stakeholders, transmitindo-lhes quais são os seus objectivos estratégicos, as suas perspectivas de crescimento nacional e internacional, as áreas de maior investimento ou as próximas inovações? Quando falamos em parcerias, é esta a nossa perspectiva: encontrar mecanismos de cooperação que beneficiem ambos os lados. E qual é, nessa mesma perspectiva, a importância estratégica de estruturar o relacionamento com os fornecedores da Galp? Que balanço faz dos workshops temáticos realizados no âmbito do Dia Galp? Quais são as apostas da Galp a médio prazo, para Portugal e face aos mercados internacionais? Como está a Galp a implementar, entre as suas soluções de energia, serviços de electricidade? As preocupações ambientais e de segurança estão a anos-luz do que já foram, o aparelho refinador tem sido alvo de permanentes investimentos, tanto em vertentes ligadas à eficiência e desenvolvimento tecnológico, como também no que se refere à redução de emissões poluentes e à sua integração com o meio envolvente. Um bom exemplo é o caso da refinaria de Matosinhos, que fica na marginal de Leça da Palmeira, a poucos metros de praias que ostentam a bandeira azul, o que atesta bem o nível das preocupações ambientais. Os próprios combustíveis que usamos nos nossos automóveis são hoje incomparavelmente mais eficientes e menos nocivos para o ambiente nas cidades. E, como refere, há uma série de actividades onde a empresa entrou na ultima década, como o gás natural, a produção e comercialização de electricidade, a promoção da eficiência energética junto dos nossos clientes e até o desenvolvimento de combustíveis vegetais. Tudo isto requer investimentos significativos e o recurso a conhecimentos e capacidades exteriores a empresa. Tudo isto abre oportunidades para os nossos fornecedores. Face à difícil conjuntura económica do País, como garante a empresa uma estratégia assente na sustentabilidade dos negócios? Como comenta a perspectiva de crescimento da Galp entre 2011 e 2016? A resposta é uma aposta muito forte na vertente de exploração e produção de petróleo, cuja procura se calcula que deverá manter-se em ascensão ao longo dos próximos anos, impulsionada pela procura na China e Índia.
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Jornalista