Um estudo publicado pela SystemicSphere e que tem por base um inquérito nacional realizado entre 24 de Junho e 12 de Julho de 2014, conclui que 55% dos portugueses não confiam na honestidade dos bancos, e que essa desconfiança se deve à ausência de ética por parte dos Conselhos de Administração dos mesmos. Convém sublinhar que estes resultados foram obtidos antes da queda do Banco Espírito Santo
POR SOFIA SANTOS*

Os níveis de confiança da população a nível mundial relativamente aos bancos tem vindo a oscilar desde 2009, com excepção de algumas regiões em expansão económica, como Singapura, Hong Kong, Butão, Nepal, Bangladeche, onde a confiança aparenta crescer (TrustBarometer, 2014 e Gallup 2014). De acordo com a sondagem da Gallup (2014) realizada a nível mundial em 2013, a Europa continua a ser a zona em que menos os cidadãos confiam nos bancos, o que pode sugerir alguma inoperância jurídica e legal relativamente à forma como os bancos operam em território europeu.

Para tentar compreender a percepção da população portuguesa relativamente à banca, a SystemicSphere elaborou um inquérito, implementado pela BestForecast a 600 portugueses, entre 24 de Junho e 12 de Julho de 2014.

Algumas das conclusões deste inquérito são demonstrativas da fase de mudança em que nos encontramos, uma vez que se começa a desejar uma banca bem diferente daquela que existe actualmente em Portugal. Em concreto os resultados permitem-nos afirmar que:

    • A maioria dos Portugueses não confia na honestidade dos bancos;
    • Preocupações éticas, ambientais e sociais podem contribuir para a retoma de confiança dos portugueses nos bancos;
    • Portugueses querem bancos com valores morais;
    • Portugueses pretendem bancos que maximizem o bem-estar social e ambiental, e não apenas os dividendos para os accionistas
    • Portugueses reconhecem que os bancos podem promover a Economia Verde.

Este estudo, divulgado agora pela SystemicSphere, vem reforçar a ideia de que as autoridades do sector bancário deveriam fazer um esforço sério em promover uma reflexão aberta à sociedade, sobre o papel da banca e o tipo de comportamentos que mais desejável é por parte dos banqueiros e bancários. A banca portuguesa necessita de ser pró-activa neste tema, para que, desta forma, se consiga adaptar de forma voluntária e expedita aos novos desafios da sociedade. Desafios estes que têm um forte impacto económico no seu negócio.

Para ler o estudo na íntegra, clique aqui.

CEO da Systemic