A liderança não é uma imposição, é uma responsabilidade. O respeito pela liderança ganha-se, mais do que se impõe. O líder tem de liderar através do exemplo – não necessariamente trabalhando mais horas, mas servindo de modelo na exigência e no cumprimento das regras impostas… por ele mesmo João tinha conseguido. Depois de anos de esforços e muito trabalho tinha chegado ao topo, tinha responsabilidades alargadas, uma autoridade que queria exercer e uma equipa a quem poderia mostrar como se fazia. E ninguém o iria impedir de o demonstrar. Passou do colega simpático a quem todos recorriam para uma pessoa implacável que exigia mais e mais de todos, da mesma forma que se lembrava de ter lutado até chegar onde tinha chegado. E em alguém que não tinha tolerância para qualquer erro dos seus colegas, imiscuindo-se em cada detalhe do dia-a-dia da sua equipa. Mas, ao contrário do que esperava, todo o seu trabalho não foi bem aceite, tendo recebido opiniões pouco lisonjeiras por parte da equipa no final do primeiro ano. E, para tornar a sua situação ainda menos positiva, os resultados estavam a piorar face ao ano transacto. João tinha esquecido um princípio elementar sobre o poder, a autoridade e a liderança das equipas – que numa empresa a liderança não é uma imposição, é uma responsabilidade e que o respeito pela liderança se ganha mais do que se impõe. Um líder deve conseguir criar um todo coeso e mais forte do que cada uma das individualidades que o compõem. Como o comandante de um navio, não deve preocupar-se a acompanhar o trabalho de cada um dos membros da cadeia de comando, mas sim garantir a melhor e mais eficaz rota, pedindo a cada um que cumpra o seu papel para o concretizar e identificando os potenciais problemas de navegação, actuando em antecipação para os corrigir. Esta responsabilidade da liderança implica que, exactamente por ter uma autoridade que outros não têm, terá de ter uma preocupação muito maior na forma e no momento em que a exerce. Um líder tem de ser capaz de motivar, de levar as equipas mais longe, de identificar os potenciais problemas e ajudar a conseguir ultrapassar esses obstáculos. E tem de liderar pelo exemplo – não necessariamente trabalhando mais horas, mas servindo de modelo na exigência e no cumprimento das regras por ele impostas, antecipando os potenciais problemas e, acima de tudo, trazendo uma visão completa das diferentes áreas dentro da organização, identificando oportunidades e sinergias e acompanhando a sua equipa de forma diferenciada de acordo com a sua experiência e características pessoais. Delegando e responsabilizando. E sendo capaz de aceitar a diversidade de pontos de vista, estimulando a discussão aberta sobre os temas que, habitualmente, traz novas e frescas perspectivas sobre os problemas em análise. Como dizia, com uma simplicidade desarmante, Margaret Thatcher, “Power is like being a lady… if you have to tell people you are, you aren’t”. |
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Managing Partner da BloomCast Consulting