Uma nova edição dos seminários do Programa AconteSer dedicados ao reposicionamento estratégico das empresas, gestão de projectos e inovação e gestão da mudança promete “momentos de reflexão, com partilha de competências e exemplos de boas práticas”. Em entrevista o coordenador destas sessões assentes numa metodologia participativa, Peter Balikó, defende que “o pragmatismo dos empresários exige a orientação aos resultados”
POR GABRIELA COSTA

A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) lança em Abril uma conjunto de seminários dedicado ao reposicionamento estratégico das empresas. Dirigida aos líderes das Pequenas e Médias Empresas, a iniciativa promovida no âmbito do Programa AconteSER – Liderar com Responsabilidade, reflecte sobre temáticas de gestão e liderança com importância estratégica para o sucesso das organizações.

As sessões assentam numa metodologia participativa e experiencial, que integra o debate e a reflexão sobre os temas em análise com o treino de competências e experiências práticas.

A nova edição dá continuidade ao Ciclo de Workshops sobre Liderança e Empresa, realizado entre Outubro e Dezembro de 2013, um pouco por todo o País, no âmbito do qual Peter Balikó, consultor nas áreas de Gestão de Projectos e Gestão da Mudança, coordenou formações em três temáticas: Reposicionamento Estratégico das Empresas, Gestão de Projectos e Inovação e Gestão da Mudança.

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Reposicionar as organizações face à crise
No actual contexto em que vivemos, e “diante da fortíssima contracção do mercado, as empresas são chamadas a um esforço suplementar para encontrar novas formas de se posicionarem e de procurarem responder às suas necessidades”. Sensibilizar para esta questão que afecta as empresas e toda a sociedade, propondo medidas concretas para a empresa se reposicionar no mercado, é o objectivo dos seminários de formação focados no Reposicionamento Estratégico, que visam especificamente sensibilizar para a necessidade e importância da estratégia empresarial; partilhar conceitos e tipos de abordagens estratégicas; e apresentar técnicas de implementação de estratégias.

Apresentar as melhores práticas em gestão de projectos, privilegiando o saber‐fazer, com vista a aumentar a eficiência e eficácia na entrega e concretização de projectos; maximizar o valor para a organização resultante do portfólio de projectos sob gestão; aumentar a visibilidade sobre a informação de projecto em execução na organização; e elevar o grau de maturidade da organização na execução dos projectos, são os objectivos concretos dos seminários dedicados à Gestão de Projectos, que visam sensibilizar para esta “área fundamental do conhecimento”. As sessões partem de um pressuposto: para conseguirem responder às transformações organizacionais que decorrem das mudanças e exigências do meio envolvente, as empresas devem implementar mecanismos integrados de planeamento e de controlo de gestão.

Finalmente, e precisamente a pensar na gestão da mudança, o Ciclo de Workshops integra os seminários dedicados à inovação, outra área fundamental do conhecimento, os quais permitem apresentar as melhores práticas em Inovação e Gestão da Mudança, privilegiando também o saber‐fazer, com os objectivos de aumentar o envolvimento e empenho das pessoas através de comportamentos de ajuda; diminuir a resistência à mudança através do reforço da mobilização, confiança e lealdade face à organização; promover a iniciativa individual, a virtude cívica e o auto-desenvolvimento; assegurar uma comunicação clara e transparente para a organização e os stakeholders; e apresentar o ciclo de inovação e a sua implementação.

Os seminários sobre são dirigidos a líderes de PME interessados em aprofundar estes temas numa vertente orientada para a implementação de novos procedimentos na sua empresa.

Em entrevista, Peter Balikó faz o balanço da primeira edição deste Ciclo, e projecta a iniciativa face ao futuro das PME nacionais, rumo a uma liderança responsável, mesmo no actual contexto económico: “a aproximação dos empresários, que se preocupam com a sobrevivência das suas organizações, a uma rede nacional de entreajuda permite aumentar a confiança para ultrapassar momentos difíceis como os que estamos a viver”.

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Peter Balikó, consultor nas áreas de
Gestão de Projectos e Gestão
da Mudança
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Que balanço faz dos seminários dedicados ao reposicionamento estratégico, gestão de projectos e gestão da mudança promovidos pelos núcleos regionais da ACEGE? Como avalia o nível de participação no conjunto dos workshops?
Considero que este ciclo de seminários é muito útil. Sinto orgulho em colaborar neste projecto tão importante para os nossos empresários que tanto fazem pelo nosso País e que nem sempre são devidamente reconhecidos e apoiados.

Os workshops constituíram, essencialmente, momentos de reflexão, com partilha de competências e exemplos de boas práticas. Foram lançadas sementes para a consolidação e evolução das empresas participantes.

O Ciclo dirigiu-se aos líderes das PME, reflectindo sobre temáticas de gestão e liderança responsável. Que importância estratégica tem para o sucesso das organizações que os seus líderes adquiram ferramentas teóricas e práticas nestas áreas essenciais da gestão?
A grande maioria dos nossos empresários vive preocupada com as actividades da gestão corrente, isto é, com a sobrevivência das suas empresas. Estes momentos permitiram parar para pensar. Foram e serão oportunidades de “sair do quadrado” e “olhar para a floresta”.

Os dados estão lançados. Espera-se que a documentação distribuída seja útil e que venha a ser, realmente, aplicada.

Que opinião manifestaram os gestores sobre os temas analisados?
Os empresários que participaram nestas acções respondem aos questionários de avaliação positivamente. Pelo que percepcionei, o ciclo Liderança e Empresa teve o efeito de acordar para a possibilidade de “navegar por GPS, em vez de navegar à vista”.

Tenho a sensação que cumprimos a nossa missão e acredito que a ACEGE estará sempre disponível para acompanhar os empresários.

“A grande maioria dos empresários vive preocupada com as actividades da gestão corrente, com a sobrevivência das suas empresas”

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O ciclo de seminários foi desenhado a partir de uma metodologia participativa e experiencial. Na prática, em que medida é que esta metodologia ajudou os líderes presentes a desenvolver práticas de Liderança Responsável?
O pragmatismo dos empresários exige a orientação aos resultados. O tempo dos nossos empresários é escasso e precioso. Uma sessão desta natureza tem que acrescentar valor imediatamente. Apresentando formas de fazer, resultados a obter e experiências semelhantes, com uma linguagem simples e objectiva. Senti que há vontade de aplicar estes conhecimentos de imediato.

Acredita que a realização dos seminários em vários pontos do País permite a disseminação destas boas práticas entre empresas estranguladas pela crise socioeconómica, contribuindo para reforçar a sua competitividade?
Sim, é a forma de criar redes dinâmicas e enérgicas ligando o nosso País numa missão colectiva de aprendizagem. A aproximação dos empresários, que se preocupam com a sobrevivência das suas organizações, a uma rede nacional de entreajuda permite aumentar a confiança para ultrapassar momentos difíceis como os que estamos a viver.

Coordenou esta formação nas temáticas dedicadas ao reposicionamento estratégico das empresas, gestão de projectos e inovação e gestão da mudança. Que balanço faz das mesmas, em termos dos resultados alcançados face aos objectivos específicos de cada uma destas áreas?
Os resultados são extremamente positivos, o que é visível pelas respostas aos questionários de avaliação, mas acima de tudo, pelo facto de ser procurado para dar apoio na aplicação destas temáticas nas organizações. A sensação de utilidade é sempre gratificante.

Jornalista