7º Congresso da ACEGE, celebração dos seus 70 anos de existência e a transformação das lideranças como principal missão. Esta podia ser, em linhas gerais, a ordem de trabalhos que ao longo de dois dias juntou na Universidade Católica de Lisboa 460 gestores e empresários católicos que aceitaram o repto da ACEGE para, e em conjunto com oradores prestigiados, pensarem, à luz da Doutrina Social da Igreja, no significado da sua auto transformação, da transformação das suas empresas e, por fim, da transformação do país. O vídeo que publicamos abaixo apresenta alguns dos momentos-chave deste congresso e convida ao acompanhamento, nas duas próximas semanas, do que foi discutido nos diversos painéis que deram vida ao seu programa
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O Presidente da República inaugurou o 7º Congresso da ACEGE com um discurso inspirado e motivador. E não foi sem surpresa que, no final da sua intervenção, entregou a João Pedro Tavares, presidente da Associação, a Ordem de Mérito pelo trabalho e luta desenvolvidos nos últimos 70 anos em prol de um Portugal mais solidário, inclusivo e com os olhos voltados para o bem comum.

Segue-se um excerto do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, mais voltado para a actualidade, mas fazendo igualmente referência ao extenso caminho já percorrido ao longo de sete décadas pela inicialmente denominada UCIDT – (União Católica dos Industriais e Dirigentes do Trabalho) que, em 1998, alterou o seu nome para ACEGE – Associação Cristão de Empresários e Gestores. Se em setenta anos foram muitos e distintos os eventos que caracterizaram Portugal e o resto do mundo, houve algo que se manteve sem alterações: a fidelidade à sua missão inicial de ser “um movimento de pessoas, uma comunidade dinâmica capaz de fortalecer a actuação dos líderes empresariais segundo critérios propostos pela Doutrina Social da Igreja, consolidando minorias criativas e actuantes capazes de defender aquilo em que acreditam e, assim, transformarem as empresas e a sociedade”.

(…) A luta continua, a luta no tempo ao serviço de valores que o ultrapassam. Essa luta chama-se hoje mais dignidade das pessoas, mais crescimento com mais emprego e menos pobreza; mais inovação e menos desigualdades; mais conhecimento e menos ignorância; mais lugar para os jovens entre nós e menos contra, subjectivo ou objectivo, à sua saída; mais inclusão de quem nos chega e menos esquecimento dos nossos que partiram e que lá longe cultivam a fidelidade às raízes.

No fundo e com outros matizes, é sempre a mesma luta personalista. Ou seja, humanista com Deus. Embora ecuménica com outras visões de Deus ou outros humanismos sem Deus. Firme nas convicções. Mas solidariamente militante nas várias batalhas comuns.

Pelos vossos 70 anos de vida, como católico, sinto-me muito orgulhoso. Como me sinto como cidadão. Como me sinto como Presidente da República de todos, com ou sem fé. E aqui chegado tenho de admitir que o melhor galardão para todos os cristãos, para cada um dos crentes, é viver cada dia nessa procura de eternidade com os outros e pelos outros. E esse galardão só pode ser dado pelo Senhor da vida e da morte. Seja como for, por estes 70 anos e o que significaram como luta por Portugal, por um Portugal diferente e melhor, lhes vou entregar as insígnias de membro honorário da Ordem do Mérito em nome de Portugal”.

O Presidente da República Portuguesa

Lisboa, 06 de Maio de 2022

(excerto do discurso de abertura do 7º Congresso da ACEGE por Marcelo Rebelo de Sousa)

Vídeo: © Agência Ecclesia

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