João Talone iniciou a palestra afirmando que tem optado por uma certa reserva pública, preferindo aquilo a que chamou o de “Criar Pontes”, com as mais diversas personalidades e entidades, com um só objectivo, o Futuro do País! “ É meu desejo criar pontes, que não o de vender opiniões ”, afirmou!
Que Alternativas para o caminho a seguir? Num trabalho que sente a obrigação de fazer, falando menos, até porque é cada vez mais difícil falar no mundo de incertezas que nos rodeiam, e, por termos já demasiadas pessoas a falar todos os dias!
Numa Europa de modelo único, o descontentamento é um facto cada vez mais generalizado, mas não será pelos radicalismos, a norte mais de extrema-direita e a sul mais de extrema-esquerda, mas pelo olharmos mais para as pessoas e suas dúvidas reais!
Vivemos tempos de crítica, de valorização das coisas boas, de uma preocupação que atravessa as famílias, os empresários, os políticos, para um esforço comum de sucesso para o nosso País!
Numa abordagem aos problemas oriundos dos novos movimentos políticos, pelos exemplos Gregos, Espanhóis, Franceses ou Italianos, onde a par da intelectualidade das personalidades líderes se verifica um chamamento aos Valores Éticos, da Moral e d e Novas Elites, como que um terramoto em sociedades conservadoras, como no caso do país grande que é a Espanha, plena de auto-estima e de massa crítica ou, na França, num novo limiar de uma erupção europeia ao nível da extrema-direita?
E quais são os pontos apontados, como pedindo mudanças e que eventualmente ancoram no sentido generalizado das populações, a saber:
- CORRUPÇÃO – a todos os níveis!
- BARREIRAS às ÉLITES – as mesmas de há dezenas de anos, sem renovação, sem jovens, com excepção das carreiras político-partidárias! A sociedade mudou, as elites não mudaram, hoje sem representação pública da sociedade!
- IMUTABILIDADE das MENSAGENS – não actualizadas, não renovadas e sempre reactivas!
- MEIOS de COMUNICAÇÃO – a digitalização dos meios de comunicação não foi antecipada pelos poderes estabelecidos!
Na Europa temos vivido ao abrigo de uma paz construída, mas transformou-nos numa Europa lenta a reagir, a mudar e muito defensiva, não antecipando os acontecimentos!
Não reagindo, a Europa mostra-se desfasada da realidade!
Está claro que a sociedade quer novas soluções, não se revê no “Modelo Único” Europeu, reagindo contra, porque não sente existirem alternativas!
Sobre os caminhos a seguir por Portugal serão muito estreitos, pensa João Talone, com esta governação ou outro governo diferente que venha, com pouca manobra de acção! Aliás nos diálogos que vem tendo mostra-se convencido de que quer a governação, quer os próprios líderes da oposição estão perfeitamente conscientes disso mesmo, mas contradizem-no quando em actuação pública! E tendo em conta as restrições económicas Europeias, que alternativa pode trazer a oposição? Tendo à nossa frente um caminho estreito, que assusta!
Temos caminho alternativo?
Em Portugal o problema é a dívida total, com os erros cometidos por todos nós, recorrendo aos externos, deixando de poupar para consumir e com uma banca que em cada 100euros dava crédito de 170euros, sem haver quem chamasse à atenção! Produzíamos para consumir!
Mas Portugal está melhor, com dois anos de balança positiva e se, nos lembrarmos das manifestações em Setúbal, com bandeiras negras nos anos 90’, esta crise de 3 anos teve o condam de ser amortecida pelas Redes Sociais e as Famílias a aguentarem as necessidades!
Mas cuidado quando falamos na restruturação da dívida! Quem esteve bem foi Victor Gaspar, que antes de sair, nas instâncias correctas e em silêncio, aliviou a carga que iria incidir sobre os anos de 2015 e 2016, que nos iria estrangular!
Pois bem, ao seguirmos as recomendações da UE para o estado investir, em quatro anos passamos de 72%, para 112 % da dívida pública em 2011 e, com ou sem asneiras gerais, um país pequeno com dívida externa está limitado, pelo que se recomenda:
- Sermos melhores do que os outros!
- Evitando que as perturbações Gregas recaiam sobre nós!
Se olharmos para trás vemos que, por exemplo, o investimento representava em 1995 24% do produto, sendo que em 2014 era de 16%; ou, que o consumo publico em 1995 era 18% do produto, sendo em 2014 19%. Uma Vergonha!
Que futuro para Portugal?
- Reduzir o peso do estado na economia! A oposição concorda, mas não o diz!
- Aumentar as exportações!
- Soluções radicais ou trabalhar plataformas para consensos a 4-5 anos e salvar o País?
- Agência de rating aponta par um consenso pós eleitoral com compromisso da reforma das contas públicas não ser alterada, trazendo uma nova imagem a Portugal, que não lixo. Vamos ter os partidos de acordo para tão importante consenso? Não acredito!
- Num país envelhecido é fundamental um plano para as reformas!
- Estruturas do estado com reformas de modernidade, pela dignificação das pessoas e trazendo os jovens!
- Combate à corrupção! Num País corrupto não vencem os melhores, vencem os corruptos! A eficiência dos países fica em perigo, para além dos aspectos morais!
Na península ibérica, com uma mudança geracional mais bem preparada, mais competitiva, que entende o emprego não ser mais para vida, as mudanças nas elites não se verificam, do sector publico às Empresas Familiares! Se o 25 de Abril atrasou a mudança geracional a actualidade mostra um crescendo na vontade para o empreendedorismo.
É tempo de Servir o País, correndo com os que se Servem dele, para uma aposta nos jovens!
ACEGE – Núcleo do Porto
Fonte: VE / Jan 2015
ACEGE - Núcleo do Porto