A sustentabilidade é um tema abrangente que não se esgota no tempo nem é específico de uma faixa etária. O momento é “agora”. Sou, acima de tudo, um grande defensor de um modelo de desenvolvimento sustentável e acredito convictamente que, através da cidadania activa, todos podemos ser protagonistas e desempenhar um papel transformador que contribui para uma sociedade mais justa
POR PEDRO NORTON DE MATOS

A sustentabilidade tem de ser entendida no seu sentido mais lato e que engloba os pilares ambiental, social e económico. É também uma responsabilidade de todos os atores sociais e, como tal, transversal a comunidades e instituições, não se confinando sequer a limites geográficos. Felizmente, verifica-se uma tendência para as instituições adoptarem, cada vez mais comportamentos sustentáveis, percebendo que para além do desejável lucro económico/financeiro, são indispensáveis as dimensões da responsabilidade social e do impacto ambiental. É assim que veremos progressivamente afirmar-se o conceito de “triple bottom line“ (tripé da sustentabilidade), patente no relatório anual das empresas, independentemente do sector em que se posicionam, e que reflecte a sua actuação os três pilares, reforçando a interdependência entre eles. Há já muitas empresas que se podem orgulhar de ter melhores práticas nesse domínio, nomeadamente através de uma cadeia de valor partilhada, constituindo-se como fonte de inspiração para as demais. Paralelamente, o consumidor informado (“smart buyer”), através da decisão de compra, pode influenciar enormemente todo o ciclo de vida de um produto, desde a extracção das matérias-primas que o compõem, até ao limite da sua existência e reintegração na natureza. Acredito, por isso, que a cidadania responsável passa por assumir e exercer esse poder. É um poder simultaneamente individual e coletivo.

Greenfest: uma plataforma de partilha de conhecimento
O Greenfest, que decorreu entre os dias 9 e 12 de Outubro, assume-se por isso como um projecto mobilizador a nível nacional para consciencializar a sociedade em geral sobre a importância do tema da sustentabilidade, demonstrando que o desenvolvimento e a sustentabilidade são conceitos claramente compatíveis. Como? Assumindo-se como uma plataforma de partilha de ideias e experiências, onde são abordadas as tendências do nosso tempo. E tal só é possível com a crescente presença no evento de empresas, autarquias e cidadãos que se preocupam com o futuro. A sétima edição do Greenfest, recentemente celebrada, acabou por comprovar que existe um número cada vez maior de cidadãos interessados e em estado de alerta para o tema da sustentabilidade. Sei por isso que, ao terem saído desta edição do evento, levam conhecimento e a missão de transmitir a mensagem da importância deste tema para salvaguardar o nosso futuro. Ao criarmos este importante efeito multiplicador, conquistamos e estimulamos algo precioso: o humanismo e a vontade de mudança. E é este aspeto único que caracteriza o Greenfest que, desde a sua génese, ambicionou fazê-lo de uma forma inclusiva, alcançando diferentes tipos de público (crianças, jovens, adultos, seniores).

Nesta última edição, verificámos com agrado uma maior preocupação das empresas em estarem presentes e conhecerem as melhores práticas na área da sustentabilidade em Portugal (e no mundo). Ao longo destes dias, contámos com mais de 200 expositores e patrocinadores que ajudaram o certame a crescer, não só em dimensão mas, sobretudo, em qualidade. Fruto deste aumento de interesse no evento, e nos conhecimentos que este pretende continuar a transmitir a todos os visitantes (patrocinadores, expositores, oradores e/ ou participantes), já anunciámos a data do Greenfest para o próximo ano. Marcamos assim encontro, em 2015, entre os dias 8 a 11 de Outubro. Para a oitava edição fica a promessa de continuarmos a percorrer o caminho da sustentabilidade, convictos de que é este o rumo para garantirmos o presente das futuras gerações.

Pedro Norton de Matos, mentor do Greenfest

Mentor do Greenfest