Com o objectivo de promover o desenvolvimento de comunidades locais, o Marketplace é um mercado social que reúne empresas e instituições sem fins lucrativos, num ambiente propício à troca de bens e serviços, onde “tudo [excepto dinheiro] pode ser encontrado”. O conceito é bem conhecido na Europa, especialmente na Holanda, de onde é originário e estreará em Lisboa, no dia 7 de Novembro
POR MÁRIA POMBO
O Marketplace é um mercado social que nasceu na Holanda com o objectivo de reunir, no mesmo espaço, empresas, organizações sem fins lucrativos, escolas e autoridades locais, de forma a promover o networking e a troca de produtos e serviços. Este conceito, que já deu provas de sucesso em diversos países europeus, chega pela primeira vez a Portugal através da FIX Social Engagement.No evento, que terá lugar no dia 7 de Novembro, na Nave da Estufa Fria, em Lisboa, as necessidades e os desejos de uns serão as ofertas e as mais-valias de outros. Em entrevista ao VER, Natasha von Mühlen, directora da FIX Social Engagement e promotora desta iniciativa, explica que o Marketplace “pode ser comparado a um evento de speed dating entre empresas e instituições”.Ao garantirem a existência da oferta, quer seja na área da consultoria, do acesso a redes, serviços ou instalações, ou mesmo a nível criativo ou material, “as empresas têm acesso a uma panóplia de instituições com as quais podem estabelecer novas parcerias para acções futuras, [trabalhando ainda] a sua reputação”, afirma.

A responsável alerta, no entanto, para a importância da clareza e da criatividade do discurso utilizado por parte das instituições participantes, fundamental para um primeiro contacto rápido e eficaz com as empresas. A holandesa que se apaixonou por Portugal sugere que estas “estudem” a forma de se apresentarem, e que elaborem o pedido “de forma criativa para se distinguirem das demais instituições com a mesma necessidade”.

Em entrevista de antevisão, Natasha von Mühlen mostra como a troca de bens e serviços em prol do desenvolvimento local constitui, assim, a fórmula de sucesso deste evento, no qual todos os participantes ficam a ganhar.

Em termos gerais, como definiria a essência deste marketplace?

O Marketplace Lisboa é um Mercado Social onde diferentes empresas, grandes e pequenas, bem como instituições sem fins lucrativos se encontram e, de um modo informal, estabelecem contactos com o intuito de desenvolver a comunidade local [onde operam]. O objectivo passa por estabelecer o maior número de matches possíveis entre empresas e instituições. Desta forma, conseguimos colmatar as necessidades de um lado com as ofertas do outro.

Assumindo-se como um “mercado social” que visa reunir, no mesmo local, PME e instituições sem fins lucrativos, que tipo de “oferta” e de “procura” será possível encontrar neste marketplace em Lisboa?

Natasha von Mühlen, directora da FIX Social Engagement
Natasha von Mühlen, directora da FIX Social Engagement

No Marketplace Lisboa existe uma multiplicidade de “ofertas” e “procuras” que podem ser encontradas – essa é, aliás, uma das grandes vantagens do evento. Este Mercado Social foi estruturado para que todas as empresas possam ajudar, independentemente do seu sector de actividade.

No dia do evento será possível encontrar empresas ligadas às áreas da Criatividade, Acesso a Redes, Serviços e Instalações, Consultadoria, Materiais, entre outros. Por outro lado, as instituições poderão estar à procura de voluntariado, acesso a conhecimento, auxílio no planeamento de acções, etc. Dito de outra forma, tudo pode ser encontrado.

O ponto essencial é que não pode haver troca de dinheiro. Esse é o princípio fundamental do Marketplace Lisboa. Promovemos o desenvolvimento da comunidade numa perspectiva de networking e troca. Contudo, convém salientar que as instituições não são obrigadas a dar algo em troca. É uma opção de cada uma.

Como se processa a relação, este match, entre as diversas organizações? Estamos a falar apenas dos benefícios de um networking mais proveitoso ou de acções que realmente ajudem as organizações sem fins lucrativos a colmatar algumas das suas necessidades?

Como o nome indica, o Marketplace é um mercado, cujo objectivo é promover o desenvolvimento da comunidade. Para o efeito, o networking constitui a base para alcançar o resultado final, que é, fundamentalmente, ajudar as organizações sem fins lucrativos a colmatar as suas necessidades. Aliás, esse ponto é tão importante para nós que uma vez alcançado um match é celebrado um contrato informal que simboliza o acontecimento.

O conceito deste marketplace específico é já bem conhecido na Europa, nomeadamente na Holanda, onde foi pioneiro. Que tipo de benchmark foi realizado e que “garantias” pensa existirem para que o mesmo tenha sucesso em Portugal?

O conceito do Marketplace é bastante conhecido a nível internacional, especialmente na Holanda, onde se realizam 65 Marketplaces anualmente e sempre com bastante sucesso. Na Holanda, o evento é realizado tanto em grandes cidades, como em locais mais pequenos. Em Portugal, o primeiro Marketplace realiza-se em Lisboa. Quisemos trazer o conceito directamente para a capital portuguesa e acreditamos que o clima nos é favorável.

Verificamos que as empresas estão, actualmente, mais sensíveis ao tema do desenvolvimento da comunidade. Neste momento, contamos com cerca de 70 entidades inscritas, 70% de instituições e 30% de empresas. Mas gostávamos de poder contar com a inscrição de mais empresas para chegarmos a 60% de Instituições e a 40% de empresas inscritas.

Contamos igualmente com apoios importantes que nos dão credibilidade, nomeadamente da Câmara Municipal de Lisboa, o nosso Parceiro Oficial, e da Fundação EDP, main sponsor do Marketplace. Por fim, a Sociedade Central de Cervejas e a OZ Energia completam a lista dos nossos sponsors. Estes parceiros são importantíssimos para podermos atingir os objectivos e ganhar visibilidade.

Como se devem preparar as diversas organizações – tanto no que diz respeito ao lado da oferta, como da procura – para marcarem presença neste evento?

O primeiro passo passa por garantir a presença no evento. É gratuito e bastante simples. Basta aceder ao nosso site – www.marketplacelisboa.com – e clicar no botão “Inscreva-se Aqui”. Depois deste pequeno mas essencial passo, chega a fase de preparação, tanto das empresas como das instituições. Através dos nossos canais (newsletters, Press Releases e Facebook) comunicamos as necessidades que nos vão chegando. Dessa forma, as empresas poderão responder com exactidão às carências evidenciadas.

Contudo, acreditamos que são as instituições que melhor devem estudar a forma de se apresentarem às empresas. É importante que formulem claramente qual a sua necessidade, como vão utilizar a ajuda e porque é que o apoio da empresa é fundamental. O ideal seria formular o pedido de forma criativa para se distinguirem das demais instituições com a mesma necessidade.

A Fix Social Engagement, entidade organizadora do Marketplace Lisboa, compromete-se a ajudar as instituições na formulação dos pedidos na fase pré-evento. É uma forma de podermos dar uma “ajuda extra” às instituições.

Afirmou, numa entrevista, que “a principal consequência de outros marketplaces na Europa tem sido o desenvolvimento de comunidades locais”. É também este o grande objectivo que ambicionam para o Marketplace em Lisboa?

Sim, no fundo esse é o objectivo principal do modelo Marketplace. Mas há mais para ganhar. Os participantes ganham acesso a novos serviços e recursos em pouco tempo, bem como a novas redes de contactos, ao mesmo tempo que promovem as suas reputações enquanto entidades preocupadas com o desenvolvimento da comunidade.

Que tipo de retornos mais comuns podem as organizações sem fins lucrativos esperar deste evento?

As organizações sem fins lucrativos podem esperar o acesso a uma rede de contactos que lhes dá a oportunidade de melhorar a forma como estão presentes na sociedade. O Marketplace Lisboa pode ser comparado a um evento de speed dating entre empresas e instituições. Pretende-se, ainda, que sejam estabelecidas relações duradouras.

E quais são as mais-valias para as empresas participantes?

O tecido empresarial é um player essencial na fórmula de sucesso do Marketplace, tendo em conta que as empresas participantes garantem que existe “oferta”. Como retorno, as empresas têm acesso a uma panóplia de instituições com as quais podem estabelecer novas parcerias para acções futuras, trabalhando a sua reputação. Estas organizações moldam a sociedade onde estão e têm um impacto enorme na economia e no desenvolvimento local. Ao marcarem presença no Marketplace, as empresas estão a cimentar a sua posição de responsabilidade social ao mesmo tempo que têm acesso a uma rede de contactos bastante alargada.

Assista ao excerto de um Marketplace organizado na Holanda


A FIX Social Engagement nasceu com o propósito de trabalhar em projectos e programas na área de Responsabilidade Social Empresarial. A operar desde 2009, a FIX Social Engagement integra o grupo de empresas FIX. Acreditando que o tecido empresarial tem um papel fundamental no desenvolvimento da comunidade, no contributo para o crescimento e na partilha de valores fundamentais de sucesso, esta agência recorre a metodologias específicas que permitem desenvolver conceitos criativos à medida de cada empresa. Trabalha o Marketing, os Recursos Humanos e a Comunicação, integrando-os numa estratégia que trará mais vantagens e credibilidade às organizações.

Alguns dos serviços que prestados são:

– Consultoria

– Desenvolvimento e produção de A-Z de acções e programas de voluntariado empresarial

– Organização de workshops e conferências

– Desenvolvimento de estratégias de Comunicação e Marketing para crianças e idosos


Jornalista