As nossas responsabilidades para com Portugal têm que passar por uma mudança. E esta faz-se não com uma revolução, mas nas pequenas alterações de comportamento e de atitude, a princípio imperceptíveis, mas que acabam por se revelar de forma surpreendente quando delas nos apercebemos. Essa mudança de atitude e de comportamento terá de ser feita com e por todos – colegas de trabalho, amigos, aqueles com quem negociamos e, no limite, com nós próprios A exemplo de muitas outras épocas numa história longa de oito séculos, Portugal encontra-se numa encruzilhada. As opções são simples e imediatas – por um lado, podemos continuar a perder competitividade, credibilidade e riqueza, discutindo a liderança do que é menos importante – níveis de pobreza e de distribuição de riqueza na EU27. Podemos continuar a aceitar tácitamente algumas práticas menos éticas ou responsáveis, que levam a que Portugal seja um dos líderes da economia “sombra” na OCDE, como afirma o Observatório da Economia e Gestão de Fraude. Ou podemos, como cidadãos, optar por lutar pelo que pode ser Portugal daqui a 10, 20 e mesmo 30 anos. Um país moderno, onde se cultiva a responsabilidade e um forte sentido de comunidade, onde o empreendedorismo é estimulado, a inovação premiada e o mérito é a principal métrica para o reconhecimento e promoção. Colocados perante tamanha empresa, é natural sentir algum desânimo. Mas, como em quase tudo, e não querendo aqui abordar políticas e iniciativas económicas, a mudança faz-se não numa revolução, mas nas pequenas mudanças de comportamento e de atitude, a princípio imperceptíveis, mas que acabam por se revelar de forma surpreendente quando nos apercebemos. Essa mudança de atitude e de comportamento terá de ser feita com todos – colegas de trabalho, amigos, aqueles com quem negociamos e, no limite, com nós próprios. Essa mudança mede-se em coisas simples, como na real pontualidade, normalmente sempre adequada desde que seja dentro dos quinze minutos depois da hora combinada. E que devemos ter para as reuniões de trabalho e para a nossa vida pessoal. Mede-se no pedir uma factura quando nos perguntam se a mesma é necessária, seja no restaurante, no café, no táxi, ou em quaisquer outros serviços. Passa pela pergunta contínua sobre o que podemos fazer para tornar o nosso grupo de trabalho mais efectivo. E como agir perante a disparidade de rendimentos que existe em Portugal? Enquanto gestores, podem ser implementadas políticas que visem a diminuição do fosso de rendimento entre o topo e a base da pirâmide. E pode ser feita uma comunicação clara de objectivos e de perspectivas de evolução para os colaboradores. Podem ser criados espaços de participação reais dentro das organizações, onde todos possam dar a conhecer as suas preocupações e conhecer as prioridades e preocupações da gestão. |
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Managing Partner da BloomCast Consulting