Como se desenha o mapa dos recursos naturais da Terra? Onde estão as maiores manchas florestais ou os principais jazigos de petróleo? Qual é a pegada ecológica deixada por cada um de nós, ao longo de uma vida? Através de uma ferramenta tecnológica de Blended Learning, o BPlaneta tem dado estas e muitas outras respostas aos alunos dos 1º e 2º ciclos do ensino básico. A BP Portugal arranca agora com a 2.ª fase do projecto, que dará formação gratuita na área do desenvolvimento sustentável a quinhentos professores dos dois ciclos
A BP Portugal vai oferecer formação gratuita na área do desenvolvimento sustentável a quinhentos professores do 1.º e 2.º ciclo do ensino básico de 25 agrupamentos escolares dos concelhos de Lisboa, Oeiras, Matosinhos, Porto e Faro. Esta iniciativa insere-se no projeto de âmbito nacional BPlaneta, Courseware Sere II – “O Ser Humano e os Recursos Naturais”, que promove a educação para a cidadania na área dos recursos energéticos e meio ambiente. As escolas cujos professores aderirem a esta acção vão também receber gratuitamente a licença de utilização do Courseware Sere que, numa 2.ª fase, será utilizada para promover a Educação para o Desenvolvimento Sustentável junto de crianças dos dois ciclos, com idades compreendidas entre os oito e os 12 anos de idade), em ambiente de sala de aula. Esta ferramenta tecnológica integra um conjunto de atividades lúdico-pedagógicas sobre a relação entre as ações humanas, o uso dos recursos naturais renováveis (biomassa florestal) e não renováveis (petróleo) e as consequências ambientais, sociais e económicas dessa utilização. Recorrendo a animações, simulações e jogos didáticos, visa “desenvolver nas crianças competências de cidadania” que lhes permitam “ser responsáveis e conscientes na sua relação com o meio ambiente”. Um dos principais critérios subjacentes à escolha das escolas a contemplar com esta ferramenta “tem sido o seu envolvimento em projectos relacionados com a Educação Ambiental e Educação para o Desenvolvimento Sustentável, explica, em entrevista ao VER, Luís Roberto, Director de Comunicação e Relações Institucionais da BP Portugal. Identificada uma lacuna ao nível de recursos didácticos informatizados, como surgiu a oportunidade de criar a iniciativa BPlaneta? O envolvimento da empresa neste projecto desenvolvido pelo Departamento de Educação da Universidade de Aveiro (com diversas competências ao nível da Didáctica das Ciências, da Tecnologia Educativa, da Gestão de Projectos, do Design e da Programação), e pela Ludomedia, está, por isso, perfeitamente enquadrado nas prioridades da empresa na área da responsabilidade empresarial. A conjunção dos dois factores – a proximidade com a Universidade de Aveiro e a preocupação da empresa em promover a disseminação de conhecimento nestas temáticas – levou a que a BP Portugal tivesse decidido, há cerca de quatro anos, apoiar o desenvolvimento do Courseware Sere – “O Ser Humano e os Recursos Naturais”. O projecto começou a ser desenvolvido após o Departamento de Educação da Universidade de Aveiro ter identificado a existência de uma lacuna ao nível dos recursos didácticos informatizados de qualidade direccionados para o ensino das ciências nos primeiros anos de escolaridade, onde as orientações da Educação para o Desenvolvimento Sustentável fossem condutoras das actividades a realizar. Para estas entidades, a exploração das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) surge como uma mais-valia para a educação, uma vez que pode facilitar a aprendizagem e conduzir a uma mudança no processo de ensino e de aprendizagem das ciências estimulando o desenvolvimento de diversificadas competências, como a autonomia, a resolução de problemas e a colaboração dos alunos/utilizadores.
Quais são os objectivos primordiais do projecto? Ao apoiar este projecto, que tem por base a formação através de uma metodologia de Blended learning, a BP Portugal aposta no desenvolvimento de produtos inovadores e tecnologicamente avançados que permitem a educação e formação da população, sobretudo das camadas mais jovens, na área do Desenvolvimento Sustentável. Pelas suas características, o Courseware Sere representa uma mais-valia no panorama educativo nacional, ao incluir guiões de orientação para o professor e registos para os alunos. Quantas licenças deste software a BP financiou já, no total, a nível nacional, e quais foram os critérios de selecção das escolas a quem forma atribuídas? Uma vez que o recurso se centra nos recursos energéticos e no meio ambiente, outro dos critérios subjacentes à escolha das escolas a contemplar com esta ferramenta educacional tem sido o seu envolvimento em projectos relacionados com a Educação Ambiental e/ou Educação para o Desenvolvimento Sustentável. O critério manteve-se nesta 2.ª fase do projecto, durante a qual a BP Portugal se propõe a oferecer formação gratuita na área do desenvolvimento sustentável a quinhentos professores do 1.º e 2.º ciclo do ensino básico de 25 agrupamentos escolares dos concelhos de Lisboa, Oeiras, Matosinhos, Porto e Faro. A BP vai proporcionar gratuitamente essa formação, a partir da ferramenta Courseware Sere. Quais são os objectivos desta iniciativa dirigida aos professores? Como será ministrada esta formação, ao nível da metodologia aplicada e das temáticas abordadas nas várias sessões? A Educação para o Desenvolvimento Sustentável nos 1º e 2º ciclos do Ensino Básico, as metodologias de integração TIC na Educação para o Desenvolvimento Sustentável, a utilização do Courseware Sere em contexto formal de ensino e aprendizagem e a concepção de actividades para a exploração do Courseware Sere em sala de aula são algumas das temáticas abordadas durante a formação.
Quais são as funcionalidades desta ferramenta tecnológica, a que públicos-alvo se dirige e que tipo de competências visa desenvolver? Que exemplos pode dar de aprendizagens realizadas pelas crianças e jovens, a partir do Courseware Sere II? A exploração da Fase I possibilita aprendizagens relacionadas com a localização das principais jazidas de petróleo, com a produção e consumo desta matéria-prima e com os impactos ambientais, sociais e económicos da sua utilização. A exploração da Fase II proporciona aprendizagens sobre as características das principais manchas florestais actuais, a identificação dos produtos lenhosos e não lenhosos que se podem consumir, a identificação dos principais problemas actuais das florestas e a identificação de medidas de intervenção. A partir da exploração destes temas em contexto de sala de aula, os alunos do 1.º e 2.º ciclo são desafiados a fazer pesquisas na internet para pesquisar onde se situam, por exemplo, as jazidas de petróleo no mundo e através desta busca ficam, por exemplo, a conhecer a geografia do planeta. A produção de gráficos e apresentações também são algumas das actividades promovidas durante o trabalho realizado com as crianças, bem como a escrita criativa de histórias ou canções e a gravação de vídeos sob alguns dos temas, como a importância da floresta na vida humana. O que está previsto, ao nível da formação de formadores nas áreas Ambiente e Recursos Energéticos, para a 2ª fase da parceria estabelecida no âmbito deste projecto? Qual é a importância da formação de professores na área da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, em particular nesta conjuntura de crise, que dificulta o investimento dos próprios docentes no reforço das suas competências? A Educação para o Desenvolvimento Sustentável surge como uma orientação do processo de ensino e aprendizagem a privilegiar neste início de século e como uma área transversal e holística, que permite a compreensão das principais problemáticas actuais, evidenciando as relações entre as várias dimensões que as constituem e entre o local e o global. Uma vez que a literatura evidencia que os professores tendem a ter ideias espartilhadas sobre as problemáticas actuais, reforçadas pela compartimentação dos saberes em disciplinas, a Educação para o Desenvolvimento Sustentável surge como uma área transversal e interdisciplinar fundamental para uma compreensão destas problemáticas, assente na multidimensionalidade e consequente complexidade. |
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Jornalista