POR HELENA OLIVEIRA
“Se quer ser feliz durante uma hora, faça uma sesta. Se quer ser feliz durante um dia inteiro, vá à pesca. Se quer ser feliz durante um ano, herde uma fortuna. Se quer ser feliz a vida toda, ajude o próximo” [antigo provérbio chinês]
Imagine que encontra a Lâmpada de Aladino e que o Génio que no seu interior vive, lhe diz para pedir três desejos. O que escolheria?
A não ser que seja muito diferente da esmagadora maioria das pessoas, decerto que pediria uma riqueza substancial, um enorme sucesso e, é claro, relacionamentos pessoais calorosos. Ou, se for um pouquinho menos ambicioso e generalista, pediria saúde, amor e dinheiro. E porquê? Porque pensaríamos logo à partida que estas são as três coisas que mais felizes nos fariam. E por que não pedir a felicidade de imediato? Na verdade e apesar de as hipóteses de nos aparecer um génio à frente serem menores que zero, seriam, decerto, muito poucas as pessoas que pediriam a felicidade como desejo imediato. Ou seja, e por mais paradoxal que possa parecer, acabamos por desvalorizar a felicidade porque estamos demasiado ocupados a tentar atingir objectivos intermédios que nos parecem mais tentadores e lógicos para a alcançar. A isto se chama o paradoxo da felicidade e é sobre ele, mas não só, que escreve Raj Raghunathan, conhecido por muitos – especialmente pelos seus alunos – como o Dr. Felicidade, no livro, acabadinho de sair do prelo e intitulado “If You’re So Smart, Why Aren’t You Happy?”.
E sim, apesar de o mesmo poder ser arrumado na prateleira já a abarrotar da tão vendável “literatura de auto-ajuda”, a boa notícia é que este livro é bem mais do que isso e não só porque o autor suporta todos os seus argumentos em pesquisa científica comprovada.
É que Raghunathan, para além de um reconhecido professor de marketing na Escola de Negócios McCombs pertencente à Universidade do Texas, é também recordista em esgotar auditórios “ensinando” os “determinantes necessários para se ter uma vida preenchida e feliz”. Auto-ajuda, então, concluirá o leitor. Sim, mas e mais uma vez, significativamente diferente daquela à que estamos habituados.
Para além do sucesso das suas palestras, Raghunathan bate também recordes no que respeita à inscrição num curso online sobre a mesma temática e por onde passaram já 100 mil pessoas, muitas das quais se juntaram à pesquisa que o professor faz sobre a felicidade, mais concretamente sobre tudo o que a maior parte de nós faz de errado na sua eterna perseguição. Para tal, Raj Raghunathan criou o projecto HappySmarts cujo principal objectivo é dar a conhecer ocorrências comuns a muitos de nós, humanos, sobre formas recorrentes de sabotar aquilo que entendemos por felicidade. E, se pretende juntar-se aos largos milhares de pessoas que estão a contribuir para este enorme estudo, comece por aceitar o convite para descobrir qual o seu próprio perfil de felicidade. O Génio far-lhe-á a primeira pergunta e o resto virá por acréscimo.
Mas e então, em que difere a abordagem de Raghunathan face aos milhares (milhões?) de títulos que enchem as livrarias e que “ensinam” a ser feliz?
[pull_quote_left]Por mais paradoxal que possa parecer, acabamos por desvalorizar a felicidade porque estamos demasiado ocupados a tentar atingir objectivos intermédios que nos parecem mais tentadores e lógicos para a alcançar[/pull_quote_left]
Em primeiro lugar, e apesar do título do livro ser sugestivo o suficiente ao questionar “se é tão esperto, por que motivo não é feliz?”, há que não deturpar o seu aparente público-alvo – os espertos ou inteligentes, ou, consequentemente aqueles que em melhores condições parecem estar para atingir o “sucesso”, a palavra que é, muitas vezes, erroneamente apresentada como sinónimo de felicidade. Na verdade, e para escrever este livro, o autor recorreu não só aos estudantes universitários e aos executivos ou gestores de empresas, mas também a pessoas que decidiram trocar a carreira bem-sucedida pela maternidade/paternidade a tempo inteiro, advogados, artistas e um sem número de outras pessoas que, ao apresentarem sinais exteriores de sucesso e brilhantismo, seja a nível académico ou de carreira, são profundamente infelizes.
Mas e na verdade, a principal razão que levou o professor de marketing, bastante reconhecido no meio académico, a interessar-se por este tema, tem a ver consigo próprio e com características comuns que encontrou em muitos dos seus pares. O mais trivial é pensarmos que a fórmula mais “acertada” para alcançarmos o que se convencionou chamar de felicidade é sermos ricos e bem-sucedidos. Mas, na maioria das vezes não é isso que acontece e Raj Raghunathan sentiu isso na pele.
Há cerca de uma década, tinha “tudo” o que era preciso para ser feliz: uma boa carreira e o reconhecimento necessário na mesma, dinheiro mais do que suficiente e uma família. Mas e mesmo assim, sentia-se vazio “por dentro” e percebeu que o mesmo acontecia a muitos dos seus pares que gozavam de “recursos de felicidade” similares aos seus. E foi esta consciencialização que lhe despertou a curiosidade e lhe deu o mote para criar um projecto que, como objectivo principal, deveria identificar os obstáculos mais comuns daqueles que têm “tudo” para ser felizes, mas não o são.
[pull_quote_left]Se o seu objectivo é, de uma forma obsessiva, atingir a felicidade, a verdade é que ao longo do caminho para lá chegar, sentir-se-á extremamente infeliz[/pull_quote_left]
Depois de chegar a algumas conclusões – sendo a principal a de que para se atingir a tão almejada felicidade se deve perseguir exactamente o oposto do que aqueles que querem atingir o “sucesso” perseguem – resolveu ser chegada a altura de transpor esta viagem – sem fim – para a escrita. E assim nasceu o livro, cuja ideia central é, no seu início, de imediato apresentada como mais paradoxo; se o seu objectivo é atingir a felicidade, a verdade é que ao longo do caminho para lá chegar, sentir-se-á extremamente infeliz. E porquê? Porque se a sua ideia fixa é essa, o seu cérebro obrigá-lo-á a avaliar, constantemente, os seus níveis de felicidade e o mais certo é perceber que se sente infeliz face ao grau de felicidade que almeja. Confuso? É natural, mas pensemos no exemplo do sono: quantas e quantas vezes quer adormecer e, ao focar-se exclusivamente nessa vontade ou necessidade, acaba por dar voltas e voltas na cama sem conseguir chegar aos braços de Morfeu? Com a felicidade, acontece um fenómeno similar.
Assim, e como “lição” número 1, pode (e deve) fazer da busca da felicidade uma prioridade, mas não passe a vida a persegui-la como se de uma caçada se tratasse, esperando atingir a “presa” e exibi-la como um troféu. Ou, por outras palavras, goze o processo, a jornada, mas não se sinta obcecado pelo resultado ou objectivo final. Esta ideia é desenvolvida – e bem consubstanciada ao longo do livro – e o mesmo se tenta fazer nas linhas que se seguem.
A lógica da escassez vs a lógica da abundância
Se pensarmos em termos evolutivos, todos sabemos que, ao longo de vários milhões de anos, toda a vida – ou sobrevivência – humana girou em torno de um universo de escassez. A comida era escassa, o mesmo acontecendo com os restantes recursos, sendo obrigatório competir socialmente para a aquisição de comida, abrigo ou segurança. Ser melhor que o outro constituía, assim, condição sine qua non para se sobreviver. Desta forma, a espécie humana acabou por ser “programada” para pensar e agir tendo em conta esta lógica. Na actualidade e apesar de existirem ainda demasiados contextos em que a escassez infelizmente impera, já não temos de lutar literalmente pela nossa sobrevivência. Para Raghunathan, esta “programação”, enquanto vestígio das nossas tendências evolucionárias, poderá constituir um dos principais obstáculos à nossa felicidade. E porquê?
[pull_quote_left]A correlação entre riqueza e felicidade é muito menor do que pensamos[/pull_quote_left]
Em entrevista à revista The Atlantic, o autor explica, de uma forma muito simples, o que significa a lógica da escassez e a da abundância, depois de identificar, para além da satisfação das necessidades básicas da vida, as três condições por excelência, pelo menos na literatura sobre o tema, para se atingir a felicidade: relacionamentos sociais satisfatórios, ser-se muito bom – de preferência o melhor – em alguma coisa de tal forma que possamos passar os nossos dias a fazê-la e ter a liberdade para tomar decisões, que afectem a nossa vida, de forma independente (com dinheiro). Mas o professor acrescenta ainda uma quarta condição: a atitude ou “visão do mundo” que escolhemos como orientação para a nossa vida. E é nesta visão que podemos optar pela lógica da escassez – que significa, basicamente, que alcançamos uma vitória à custa da perda de outra pessoa e que incorremos no terreno sempre escorregadio da competição, -o qual nos leva às eternas comparações sociais – ou, pelo contrário, escolher a lógica da abundância, na qual existe espaço suficiente para todos crescerem e prosperarem e, em particular, nós mesmos.
A lógica da abundância que, segundo Raghunathan, deverá substituir a que lhe é contrária, mais não é do que a aceitação do que se tem, dando graças por isso, embrulhada num sentimento de “extravasamento” de contentamento pelas pequenas coisas que, por si só, permitem o florescimento e a prosperidade que todos ambicionamos. Sim, já todos ouvimos esta conversa e não é por isso que deixamos de ambicionar mais e mais. Mas como explica o autor, a ideia é deixarmos de pensar que esta lógica da abundância só é estimulada de acordo com o quão ricos, famosos ou bem-sucedidos somos. O que não é verdade, mas antes uma decisão interna que tomamos de forma consciente. E o que acontece é que, ao se seguir a lógica da escassez, as pessoas mais “inteligentes” exibem hábitos que apenas contribuem para esvaziar os seus níveis de felicidade. E estes hábitos são considerados por Raghunathan como os “pecados mortais da felicidade”. Um dos exemplos do livro está relacionado com a ideia de querermos ser “melhores que o outro”, enquanto uma das condições que consideramos ser necessária para atingirmos a felicidade.
[pull_quote_left]A generosidade não só funciona como uma chave para a felicidade, como é um factor determinante para o sucesso de longo prazo[/pull_quote_left]
Assim, quando decidimos “ser o melhor professor de todos” – ou qualquer outra coisa que tenha a ver com a mestria das nossas competências – porque achamos que isso nos vai trazer um enorme sentimento de realização e de felicidade, é muito difícil encontrarmos os critérios adequados para avaliar essa excelência. Como exemplifica, quais são os critérios que permitem afirmar que alguém é o “melhor” professor (ou outra coisa qualquer)? “Será através da avaliação que os alunos fazem, ou dos conteúdos que se escolhe para apresentar nas aulas, ou ainda do número de alunos que passaram com boas notas num exame dessa cadeira?”, questiona.
“Na medida em que os critérios de avaliação se tornam crescentemente ambíguos para se chegar a alguma conclusão, as pessoas tendem a gravitar em torno de outro tipo de critérios que, mesmo que não sejam tão relevantes, acabam por ser muito menos dúbios”, explica. E é aí também que entra a lógica da escassez e a tendência, sempre negativa, de nos tentarmos comparar, ou às nossas vidas, com os outros e às dos outros. Ou seja, “as pessoas julgam os melhores professores pelo número de prémios que estes recebem, pelo valor do salário que auferem, pelo tipo de instituição em que dão aulas”, ou seja de acordo com critérios que, naquele preciso momento, parecem ser “óbvios” para julgar o quão bom se é, mas que, ao mesmo tempo, não são de particular relevância para o sentimento que desejamos atingir. E o maior problema é que seguimos o mesmo processo num conjunto abusivo de situações, seja no carro que temos e que tem de ser mais novo do que o do vizinho, seja nas notas dos nossos filhos, que têm de ser melhores do que as tiradas pelos filhos dos nossos amigos, seja em termos de salário, do último modelo de telemóvel ou das férias exóticas que temos de ter para nos sentirmos não só mais felizes face aos nossos pares mas, e na verdade, superiores a eles. A ideia de “superioridade” é, também, um outro “pecado” identificado pelo autor no que obsta ao alcance da felicidade.
Adicionalmente, mais negativo ainda é o facto de estes critérios, que incluem a comparação face ao “vizinho”, serem aqueles aos quais nos adaptamos mais rapidamente. E com esta ideia vem já um clássico da literatura que estuda a felicidade e que todos nós podemos, decerto, comprovar: imagine a última vez que teve um aumento ou que participou numa conferência como orador e foi bastante aplaudido; lembra-se, com certeza, de se ter sentido feliz; mas recorda-se de quanto tempo é que durou essa felicidade?
[pull_quote_left]Saber apreciar a incerteza, em vez de se procurar ter o controlo total de todos os resultados, é determinante para se atingir a felicidade[/pull_quote_left]
Se pensar bem, e pegando só no exemplo do aumento do ordenado, não devemos errar muito se escrevermos que se sentiu feliz ao longo de uma ou duas semanas – ou até um ou dois meses. Mas a seguir esse período de tempo – ou desde que a novidade passou a ser um dado adquirido ou se tenha habituado a essa mudança que o deixou tão feliz no início, a verdade – e apostamos – é que o nível de felicidade, em conjunto com o grau de significado, baixou tão consideravelmente – porque se tornou normal – que já nem se lembra bem do que sentiu antes. Os psicólogos denominam esta “adaptação” como hedónica, sendo que as circunstâncias (felizes) da vida parecem contribuir não mais do que 10% para a felicidade.
A verdade é que, na lógica da escassez, estamos sempre à procura de qualquer coisa que “sustente” infinitamente os níveis de felicidade. E o problema é que a esmagadora maioria das pessoas não aceita como “normal” o facto de não existir uma “fonte sustentável” de felicidade. Ela é efémera e se a ideia é tentarmos atingir o pico da montanha X, quando lá chegarmos e passado pouco tempo, o que vamos querer é encontrar outra montanha, se possível ainda mais alta, para sermos (ainda ou outra vez) mais felizes.
A abordagem alternativa? Na mesma entrevista à The Atlantic, Raghunathan sugere que a ideia é sermos o mais conscientes possível relativamente ao que somos realmente bons e, mais importante ainda, ao que realmente gostamos e que nos dá verdadeiro gozo fazer. “Se nos focarmos neste ponto durante um período significativamente longo, as possibilidades de chegarmos realmente ‘alto’ e de fazermos progressos em qualquer que seja a ‘arte’ na qual queremos ser mestres, a fama, o poder e o sucesso que tal poderá providenciar aparecerão como subprodutos, e não como algo que se persegue directamente com o objectivo de sermos superiores, ou melhores, relativamente a outra pessoa”, responde. Ou, em suma, o que o autor quer dizer é que em vez de procurarmos o emprego, o salário ou o humano que “nos fará feliz”, há que treinar a nossa mente para irmos gozando, ao longo do caminho, as “experiências” boas que, entretanto, vão acontecendo. E a este processo chama-se substituir a lógica da escassez pela lógica da abundância.
A busca desapaixonada da paixão
Para além da complexidade subjacente que sentimos na busca da felicidade, defini-la parece ser ainda mais difícil. Dada a subjectividade que a caracteriza, na medida em que o que faz alguém feliz difere de pessoa para pessoa, basicamente a felicidade pode ser definida como uma emoção positiva que se deseja experimentar ou sentir. De acordo com Raghunathan, e com outros estudiosos do tema, a felicidade pode ser medida cientificamente – o autor integra no livro o que denominou como “Escala de Satisfação com a Vida”, a qual avalia a felicidade mediante pontos variados numa escala baseada num conjunto de factores subjectivos. E, de forma adicional, as pesquisas neurológicas e psicológicas entretanto realizadas comprovam também que as pessoas mais felizes têm menos stress, quantidades reduzidas de cortisol – uma hormona produzida pela parte superior da glândula supra-renal e directamente envolvida na resposta às pressões negativas – e um córtex pré-frontal mais “espesso” (ou mais resiliente). Acessoriamente, está também comprovado que as pessoas mais felizes são geralmente mais generosas para com o próximo, adoecem menos vezes e ganham mais dinheiro. E, no seu livro, Raghunathan elege três “descobertas” por excelência que o têm guiado nesta sua busca: a correlação entre riqueza e felicidade é muito menor do que pensamos; a generosidade não só funciona como uma chave para a felicidade, como é um factor determinante para o sucesso de longo prazo e saber apreciar a incerteza, em vez de se procurar ter o controlo total de todos os resultados, é determinante para a ela se “chegar”.
[pull_quote_left]Ao se seguir a lógica da escassez, as pessoas mais “inteligentes” exibem hábitos que apenas contribuem para esvaziar os seus níveis de felicidade[/pull_quote_left]
No que respeita à primeira, há muito que os estudos comprovam que ter muito dinheiro ou ganhar, de repente, somas astronómicas do mesmo, não aumenta os níveis de felicidade, a não ser por períodos curtos de tempo (a rápida e fácil adaptação já mencionada anteriormente). Mas e neste caso em particular – e recordando que o que tradicionalmente se assume como factores que conduzem à felicidade como ser rico, ter um bom background académico, ter boas notas, ser inteligente ou ter fama – “dar” dinheiro aos outros é uma boa forma de nos sentirmos felizes. Ou simplesmente “dar”.Como escreve o autor, “o dinheiro é apenas um meio para se atingir um fim e se o conseguirmos gastar de uma forma inteligente, numa espécie de maximização da felicidade, conseguimos, mesmo, ser mais felizes”. Todavia, os que optam por atitudes materialistas, nas quais o dinheiro é um fim em si mesmo e não um subproduto que advém de algo que fazemos bem, acabam por perseguir coisas erradas que em nada contribuem para aumentar os índices de auto-estima ou de felicidade.
No final, o que o autor se esforça por transmitir no seu livro é que tudo é mais fácil se não estivermos constantemente obcecados em” ganhar”, seja riqueza, poder ou fama – e que é na “busca desapaixonada da paixão” que surgem as maiores histórias de “amor”. E se perdermos um bocadinho de tempo a pensar por que motivo relembramos a nossa infância como o período mais feliz das nossas vidas, talvez consigamos compreender a mensagem principal deste livro.
[pull_quote_left]A ideia de “superioridade” e a comparação social são consideradas pelo autor como obstáculos sérios à busca da felicidade[/pull_quote_left]
Enquanto crianças e despojadas que somos de responsabilidades, ser feliz, e com pouca coisa, parece ser tão fácil quanto andar de bicicleta. Mas também é verdade que a fisiologia dos nossos próprios cérebros enquanto crianças ajuda a sentir e a viver mais “facilmente” momentos de felicidade, o que se deve ao facto de a parte do cérebro que nos ajuda a pensar no que pode acontecer no futuro está ainda em crescimento. Ou, por outras palavras, a aptidão que temos para viver – e apreciar – o presente é muito maior. Não nos preocupamos por antecipação e não estamos constantemente a pensar uns passos à frente no que respeita às consequências dos nossos actos. E este “viver fluído” permite saborear muito melhor todos os pedacinhos de felicidade que vamos encontrando no caminho.
Tal como também escreve Raghunathan, “os animais vivem no presente todos os dias. As zebras sentem-se contentes até que chegue um leão para as caçar. Mas não estão constantemente a ‘pensar’ que vão ser atacadas, apesar de estarem prontas a agir quando tal acontece”.
E talvez seja este o segredo.
Editora Executiva