Em ano de orçamentos muito contidos demonstrou-se que é possível fazer mais com menos. Trata-se de contrariar o modelo egocentrista do “homo consumericus” que a sociedade do hiperconsumo e do desperdício consagrou nas últimas décadas. E também de alterar o nefasto modelo da obsolescência programada… É uma revolução cultural. Tem a ver com Atitude!
A edição do Green Festival 2012 revelou-se um enorme êxito quanto ao nível de participação e à apresentação de conteúdos relevantes. Em ano de orçamentos muito contidos demonstrou-se que é possível fazer mais com menos, afinal o grande desafio que o nosso País enfrenta em matéria de eficiência e produtividade. Em muitos domínios, este foi o melhor Green Festival das cinco edições. Como acontece habitualmente em todas as edições, disponibilizámos conteúdos para dois tipos de público: O institucional e as famílias. Sempre com a preocupação de serem didácticos e pedagógicos e, em muitos casos, também lúdicos. É importante que a mensagem da sustentabilidade enquanto modelo de desenvolvimento seja veiculada e que o seu âmbito de impacto se vá alargando. Nalguns sectores há que adequar o tom e o registo da partilha. Queremos, para além da sensibilização, facilitar a passagem à Acção! Por isso, este ano, elegemos o Empreendedorismo como Atitude como o tema central. Com efeito, a enorme crise estrutural do modelo vigente nas últimas décadas demonstra com evidência a falência dessa via que tem criado profundas assimetrias económicas, sociais e ambientais. Há uma enorme oportunidade de repensar o modelo de sociedade a desenvolver com as gerações que nos seguem. Falar em sustentabilidade é também introduzir o factor prazo (médio e longo) na equação e para tal é imprescindível atrair as gerações mais novas para a construção. Os jovens deverão ser envolvidos e mobilizados para serem agentes de mudança com a capacidade de transformar o mundo! Cabe-nos, enquanto geração responsável e com o poder de decisão, facilitar esse processo. Nem todos quererão ser empresários, mas cada um de nós tem a possibilidade de alterar comportamentos e assumir uma Atitude onde a iniciativa e a proactividade sejam dominantes. A isso se chama espírito empreendedor. Por conta própria ou como colaborador de outrem… Esta atitude requer uma cultura colaborativa e o aprender a viver em “rede”, mecanismo organizacional que a tecnologia como meio permite e pode potenciar. Exige igualmente que desenvolvamos “soft skills” e inteligência emocional e social que nos permita reforçar relações interpessoais onde a valorização da interdependência seja o denominador comum. Trata-se de contrariar o modelo egocentrista do “homo consumericus” que a sociedade do hiperconsumo e do desperdício consagrou nas últimas décadas. E também de alterar o nefasto modelo da obsolescência programada… É uma revolução cultural. Tem a ver com Atitude! Mais do que nunca, nesta geração precisamos de mobilização geral e de passar de “vítimas” a protagonistas. Essa mudança potencia indivíduos e sociedades mais felizes.
O Green Festival promoveu inúmeras oportunidades de debate e troca de experiencias. Foi, mais uma vez, um enorme fórum para “contar histórias”, muitas delas de encantar. Fez fluir muita energia positiva com efeito multiplicador. Milhares de pessoas, de todas as idades, tiveram oportunidade de interagir, inspirar, contagiar e serem contagiados por outros. Este é um movimento crescente onde todos temos um papel transformador a desempenhar. A equipa do Green Fest quer continuar o movimento e, qual “bola de neve” imparável, fazer mais e melhor. Há tanto para fazer e tantos testemunhos de empreendedores que nos convidam a fazer muito mais… Realço um filme que teve estreia no Green Festival, o “Quem se Importa ” da brasileira Mara Mourão, trazido pela Fundação EDP. É um filme que deverá ser obrigatório nas escolas, empresas e outras instituições e nos cinemas de todo o País. E que deverá também ser adaptado para passar em “prime time ” nas principais estações televisivas. Conta-nos histórias na primeira pessoa de “sonhos impossíveis” realizados por inúmeros empreendedores sociais, que mudaram as comunidades em que estão inseridos. Sempre em equipa e envolvendo as partes interessadas na criação de modelos sustentáveis em todas as vertentes do conceito… Sublime e inspirador. Em jeito de balanço do Green Fest distingo ainda, como alguns dos aspectos mais marcantes nesta edição, a enorme adesão dos voluntários ao projecto, o que muito nos sensibiliza e demonstra o enorme capital de solidariedade existente na nossa sociedade; o enorme contributo de uma legião de parceiros, entre empresas e instituições de solidariedade social (com destaque para a Câmara Municipal de Cascais, a Fundação EDP e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa); o reforço de parcerias com universidades, com destaque para o IADE , o ISCTE e as pós graduações em “social business” da UAL e do ISEG. Já na comunidade das médias e grandes empresas, a conferência anual do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal) congregou inúmeros gestores e empresários, tendo os discursos dos presidentes nacional e internacional desta importante instituição realçado o decisivo papel das empresas. Cada vez mais, estas terão de assumir o protagonismo e valorizar os lucros financeiros, sociais e ambientais nos seus balanços. É a consagração do “triple bottom line” e a irreversibilidade da estratégia de sustentabilidade, integrados no ADN da empresa. Grande “revolução” em curso… Com o Grend Festival, queremos continuar a facilitar o processo multiplicador de criação de muitos “Eu ” fortes em auto-estima e confiança, com a capacidade de crescer com e através dos outros, reforçando o “Nós” solidário, com capacidade transformadora. Há futuro. É tudo uma questão de Atitude! |
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Valores, Ética e Responsabilidade