A actual conjuntura económica mantém sinais da recuperação no consumo privado, de estabilização nas exportações mas de continuada hesitação no processo de investimento. De forma “surpreendente”, face ao crescimento ténue do PIB, a taxa de desemprego desceu pelo quarto trimestre consecutivo para 14%, conclui a mais recente análise trimestral da Católica Lisbon O documento síntese da Folha Trimestral do Núcleo de Estudos de Conjuntura sobre a Economia Portuguesa (NECEP) da Católica Lisbon School of Business & Economics revela que, no 2º trimestre de 2014, a economia portuguesa terá registado um crescimento em cadeia de 0,2% e um crescimento homólogo de 0,4%, o que corresponde a uma ligeira melhoria face ao 1º trimestre do ano (-0,6% e 1,3%, respectivamente). A concretizar-se a estimativa do NECEP / CEA – Centro de Estudos Aplicados, a economia portuguesa “não recuperou o suficiente face à queda inesperada observada nesse trimestre”. Conclui a Folha Trimestral que a leitura desta conjuntura “apresenta indicadores contraditórios com sinais de continuação da recuperação no consumo privado, de estabilização nas exportações mas de continuada hesitação no processo de investimento”. Por outro lado, e “de forma algo surpreendente”, na perspectiva da Católica Lisbon, o mercado de trabalho “continua a dar sinais de melhoria de magnitude superior ao que seria de esperar tendo em conta o crescimento ténue do PIB. É de destacar, em particular, a taxa de desemprego, que desceu pelo quarto trimestre consecutivo para 14%, o que equivale a uma redução de 2,4 pontos percentuais num ano, atingindo-se o registo mais baixo desde o 4º trimestre de 2011.
Segundo as estimativas da Católica Lisbon School of Business & Economics, o crescimento económico em 2014 e 2015 continuará muito dependente da conjuntura externa, da política monetária na zona Euro e dos desenvolvimentos orçamentais em Portugal. É, pois, “num contexto de elevada e prolongada incerteza que o NECEP projecta um crescimento do PIB de 1,0% em 2014 e de 1,8% em 2015, reduzindo as previsões anteriores, em larga medida devido aos maus resultados observados no primeiro trimestre deste ano, que revelam uma recuperação mais lenta face à estimada no trimestre anterior”. No sumário executivo do documento, conclui-se que a recuperação da economia mundial, a política monetária do BCE e a descida significativa das taxas de juro implícitas nas obrigações do tesouro portuguesas “não parecem estar a ser suficientes para dinamizar o investimento”. Ainda assim, o consumo privado dá agora sinais de recuperação, “o que contribui positivamente para a conjuntura”. De igual modo, “os níveis de redução do desemprego seriam compatíveis com uma recuperação forte da economia”. A Católica Lisboa considera que os sinais da conjuntura actual “são de leitura e projecção invulgarmente difícil”, a que acresce “a incerteza sobre o impacto de curto e médio prazo” do acórdão do Tribunal Constitucional e eventuais medidas orçamentais compensatórias. A este respeito, o NECEP destaca a insuficiência das medidas em vigor para atingir as metas Certo é que a economia portuguesa “continua a estar sujeita a um grau de incerteza muito elevado da sua política orçamental, o que adia a recuperação do investimento”, dita o NECEP/CEA Católica Lisbon na sua Folha Trimestral de Conjuntura relativa ao 2º Trimestre de 2014. |
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