As Brigadas Positivas são “muito boas para não termos um planeta todo preto e estragado no futuro e ajudam os pais a não gastarem tanto dinheiro na conta do gás”. É com esta explicação simplificada do conceito de sustentabilidade que João, oito anos, resume a importância do projecto dinamizado pela Galp Energia com o objectivo de promover a eficiência no consumo energético. O programa, que envolveu 380 mil alunos e 31 mil professores de 1720 escolas, vai continuar no próximo ano lectivo garantiu já o presidente executivo da Galp
João é aluno da escola vencedora do concurso lançado este ano lectivo no Âmbito da Missão UP | Unidos pelo Planeta – a Escola Básica do 1º Ciclo de Santiago dos Velhos, na Arruda dos Vinhos – e filho de um operador de câmara que se voluntariou para ajudar na produção do filme “Vamos salvar o mundo”. Como tantos outros colegas, acredita que as encenações criadas para promover a reciclagem, a mobilidade sustentável ou a poupança de água e electricidade podem “saltar” do digital para a vida real, e salvar mesmo o planeta. Ao saber que as Brigadas Super Greens foram as grandes vencedoras do concurso, Filipe, 10 anos, colega de João na Escola de Arruda dos Vinhos, sentiu a alegria de ter contribuído para que o planeta “dure um bocadinho mais”. A sua turma, juntamente com colegas dos 2.º, 3º e 4º anos, num total de 44 alunos, criaram um relatório e um vídeo de dezasseis minutos com o mote “Vamos salvar o mundo”, dedicado à sensibilização nas temáticas da reciclagem, mobilidade sustentável, poupança de água e electricidade. Estes alunos, que criaram ainda a banda sonora do filme, foram distinguidos principalmente pelo envolvimento da comunidade na causa do Missão UP: alertar para a importância da eficiência energética. Um trabalho desenvolvido através de uma aula para pais, da distribuição de folhetos na comunidade local e de interacções com entidades oficiais locais, como a Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, a Junta de Freguesia de Santiago dos Velhos e o Agrupamento de Escolas de Arruda dos Vinhos. A euforia foi grande, na cerimónia de atribuição dos prémios de encerramento desta primeira edição da iniciativa, que reuniu a 15 de Junho, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, mais de duas centenas de alunos, profissionais de educação e parceiros do programa. Passar a palavra Os destinatários da mensagem foram os colegas, amigos e pais, dentro e fora da escola. Aos três melhores trabalhos foram atribuídos prémios num valor total superior a 60 mil euros, incluindo uma auditoria energética e instalação de soluções de energia mais eficientes nas escolas, aquecedores e grelhadores para os professores e bicicletas para todos os alunos distinguidos. “Passo a passo ajudamos o mundo com determinação, diminuir a pegada ecológica é a nossa contribuição”. São estes os versos do hino originalmente criado pelas Brigadas para o Futuro, do Colégio Catarina de Bragança, em Sintra, que arrecadou o 2º prémio. Brigada da Água, Brigada da Luz e Aquecimento, Brigada dos Transportes e Brigada da Reciclagem foram os projectos desenvolvidos por treze alunos da turma do 3.º ano que, para além deste hino partilhado com todos os presentes no final da cerimónia, elaboraram um livro de projecto “muito original e criativamente trabalhado”, e um vídeo em que ilustram algumas das actividades desenvolvidas. Como testemunharam ao VER Beatriz, 8 anos e Matilde e Rodrigo, ambos de 9 anos, “todos ajudámos os outros colegas”. A Missão UP é importante porque assim todos contribuímos e podemos dizer às pessoas o que podem fazer para salvar o planeta”. Em 3º lugar classificou-se a Escola Básica de 1º Ciclo nº 2 de Estremoz, que desenvolveu dezasseis Brigadas Positivas – Brigada do Ambiente, da Energia Solar, Engenhocas, Família Fonseca, Caixa de Compostagem, Horta Biológica, Máquina Fotográfica Solar, Painel Solar na Escola, Pro-Bike, Relógio Solar, Família Massas, Pró-Aves, Na Escolas, Vizinhas Unidas, Positivas e 3 R’s – com “ideias muito originais”, como a produção de ambientadores naturais e uma máquina fotográfica solar. Ao Colégio Manuel Bernardes, em Lisboa, coube uma menção honrosa pela execução de um duche solar em tamanho real “muito original” e um livro de receitas “com menor consumo energético”, envolvendo as turmas dos 4º e 5º anos e os respectivos professores. “Energia é músculo da sociedade” Informar e sensibilizar a comunidade escolar sobre o impacto da utilização que cada um de nós faz da energia no seu dia-a-dia e sobre os comportamentos a adoptar, de forma a diminuir esse impacto no meio ambiente é o desafio da iniciativa cuja primeira edição teve um balanço “ muito positivo”, contribuindo “para a formação de uma opinião esclarecida nas nossas crianças, envolvendo-as e responsabilizando-as para a tomada de atitudes e a mudança de comportamentos”, e passando a mensagem, através dela, às famílias e comunidades locais. Segundo a directora de Marketing da Galp Energia, a qualidade dos trabalhos a concurso, bem como o empenho e a criatividade demonstrados pelos jovens foi “surpreendente”. Sublinhando que “só com alguma insistência é que se conseguem alterar comportamentos”, Isabel Calado confirmou a intenção da empresa em dar continuidade ao projecto Missão UP | Unidos pelo Planeta, adiantando que, já a partir de Julho, “as escolas irão ser abordadas de uma forma mais personalizada”. Ninguém melhor que as crianças e jovens podem percorrer o caminho rumo a uma maior eficiência energética. Foi com base nesta premissa que o presidente executivo da Galp Energia se dirigiu às centenas de crianças reunidas no auditório do Pavilhão do Conhecimento, para lhes contar uma história sobre a importância da energia. Sublinhando o poder que as crianças têm na tomada de decisões de uma família, Manuel Ferreira de Oliveira apresentou-se como o avô de todas elas, chamando-lhes “a melhor audiência para transmitirem aos pais o que aprenderam”. Da geografia mundial energética às plataformas em alto mar onde permanecem, durante semanas a fio, muitos trabalhadores, passando pelos “muitos furos que fazemos na terra com robots, os quais chegam a ter cinco quilómetros de profundidade, para irmos buscar o petróleo às entranhas da terra”, várias foram as aventuras transmitidas pelo presidente da empresa energética aos miúdos, para concluir que a energia é “um bem da natureza, valioso e escasso. É também um produto muito caro e que utilizamos em grandes quantidades”. Aplicada para produzir produtos tão diferentes como cera para velas, a chamada acetona “que as mães usam para retirar o verniz das unhas”, garrafas de água ou tecidos “usados para fabricar muitas das vossas roupas”, a energia serve ainda de combustível para levantar aviões gigantes, que chegam a transportar quatrocentas pessoas, recorda. E é por isso que ela deve ser utilizada com respeito e parcimónia, isto é, com eficiência: por exemplo, “se os vossos pais conduzirem bem, um litro de gasolina deverá chegar para percorrer quinze quilómetros”. “A energia é o músculo da nossa sociedade. Sem ela não podíamos viver com a qualidade com que vivemos hoje”. A Missão UP foi criada precisamente para transmitir este olhar a todas as crianças, conclui Manuel Ferreira de Oliveira.
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Jornalista