POR HELENA OLIVEIRA
Há mais de um quarto de século que José Luis Fernández Fernández ocupa uma posição privilegiada, enquanto director da Cátedra de Ética Económica e Empresarial, na Universidad Pontifícia Comillas, no que respeita à observação e avaliação do contexto em que operam as empresas. E o balanço que faz de todos estes anos pode sintetizar-se em três características: ambivalência, realismo e esperança. Autor de vários livros sobre Ética e Responsabilidade Social Corporativa, conferencista reputado e doutorado em Filosofia, é sem meias palavras que define a aposta das grandes empresas no curto prazo como uma espécie de “cancro organizacional”.
Apesar de admitir que o mesmo possa ser “economicamente rentável”, acredita, contudo, que este “projecto tão desarticulado seja sustentável a médio prazo”. Defende, por isso, a conversão das empresas, com “vontade e estratégias bem orientadas” e desde a ética até à sustentabilidade, em agentes de desenvolvimento económico, de progresso social e de humanização da vida.
A propósito da conferência “Cuidar da casa comum – diálogos, olhares e pensamentos” promovida pela Universidade Católica Portuguesa do Porto, e para a qual foi convidado para falar sobre a encíclica “Laudato si’” do Papa Francisco, José Luis Fernández Fernández conversou também com o VER, entre vários temas, sobre a dificuldade de se avaliar o estado da ética na gestão, da crise de valores civilizacionais e da necessidade dos cidadãos tomarem como “seus” os valores morais para uma convivência social justa.
Citou, num artigo que escreveu, a “profecia” de Peter Drucker que alertava, há já umas boas décadas, que a empresa iria transformar-se numa “instituição central do mundo futuro”, com um poder tão desmesurado quanto o de outras instituições passadas. Como define esse poder e são mais os “males” ou os “bens” que dele advêm?
O poder das empresas no mundo actual é quase ilimitado. E vai muito além do económico. As empresas são agentes sociais. E, para além de produzirem bens e prestarem serviços, constroem todo um imaginário cultural. Dizem – sem o dizerem – aquilo que merece a pena fazer e pensar. Se uma pessoa se deve ou não casar. Se deve ou não ter filhos (e quando). E configuram valores, ditando a centelha da vida ou a alegria da juventude… E isso deveria resultar numa dose elevada de responsabilidade moral.
Por outro lado, as empresas têm, obviamente, uma realidade objectiva que é passível de ser estudada e compreendida – daí a existência das Ciências da Administração de Empresas e da Gestão. Mas e além disso, acabam por ser, simultaneamente, produtos da sociedade, por um lado, e configuradoras do mundo social, por outro.
Estas três afirmações são verdadeiras. E no ajuste dialéctico entre umas e outras é possível, e concebível, que as empresas não tenham, necessariamente, de prejudicar, com os seus impactos, nem as pessoas, nem as sociedades, nem o ecossistema. Podem converter-se, com vontade e estratégias bem orientadas, desde a ética até à sustentabilidade, em agentes de desenvolvimento económico, de progresso social e de humanização da vida.
No seguimento desta sua ideia, afirmou também que “as empresas são as novas igrejas” (tendo como período de comparação o seu poder absoluto na Idade Média) capazes de configurar a cultura de uma sociedade. Mas sendo a cultura algo que se vai construindo, lentamente, defende que são as estratégias de longo prazo e não o habitual imediatismo e lógica de curto prazo que define a maior parte do ambiente corporativo. Pode esta visão contínua de resposta aos desafios e lucros de curto prazo constituir um dos maiores “pecados” das empresas da actualidade?
Sem dúvida nenhuma. O curto prazo é uma espécie de patologia, um sintoma de uma grande enfermidade na concepção e operacionalização das empresas e das organizações económicas. E está relacionado com a imprudência, com a pressão, com a desatenção às metas estratégicas, as quais constituem a verdadeira missão organizacional. E é muito possível que seja economicamente rentável funcionar com este carácter de curto prazo… pois, caso contrário, o mesmo não estaria tão generalizado. Contudo, tenho sérias dúvidas de que este projecto tão desarticulado seja sustentável a médio prazo, pois, por vezes, impede até de construir um “relato” cultural da própria empresa, no qual nos sintamos integrado, enquanto trabalhadores, e encontremos o propósito, enquanto pessoas. E, é claro, sem isso, não é possível estimular nem a produtividade, nem o entusiasmo, nem a capacidade de inovar, mesmo que com salários mais altos (o que, por seu turno, é altamente improvável em conjunturas de vacas magras).
Contudo e felizmente, penso que esta espécie – e se me permite a expressão – de cancro organizacional, não se estende a todas as empresas. E muito menos às empresas de pequena e média dimensão, as quais, aliás, configuram cerca de 90% do tecido empresarial europeu. E talvez seja aí que resida uma das suas possíveis vantagens competitivas relativamente a outros modelos cujo horizonte não seja ir muito mais além de um quadrimestre. E, neste contexto, é muito difícil avaliar verdadeiramente o estado da ética na gestão.
Que principais grandes desafios deve a empresa do século XXI enfrentar no futuro imediato e quais aqueles que, na sua perspectiva, mais difíceis são de conjugar em termos éticos?
Parece que estamos destinados a impulsionar uma mudança de paradigma, com o objectivo de fazer surgir um modelo novo de empresa e de gestão, bem como a configurar uma espécie de novo contrato que sirva de base para uma relação criativa entre a empresa e a sociedade, à altura dos tempos em que vivemos e dos desafios que se avizinham: a crise do sistema económico, o envelhecimento da população, o fenómeno da segunda idade, o respeito pelos direitos humanos, as implicações da consecução dos denominados Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, etc..
[pull_quote_left]O curto prazo é uma espécie de patologia, um sintoma de uma grande enfermidade na concepção e operacionalização das empresas e das organizações económicas. E está relacionado com a imprudência, com a pressão, com a desatenção às metas estratégicas, as quais constituem a verdadeira missão organizacional.[/pull_quote_left]
E nesta nova agenda terá de constar a gestão de expectativas crescentes e cada vez mais inegociáveis e desafiantes. Sem dúvida nenhuma, o mundo dos intangíveis e da reputação da empresa passarão a constituir objectivos-chave nos Conselhos de Administração e no trabalho dos executivos do topo, muito mais do que hoje representam e não apenas como parte integrante dos departamentos de comunicação. O valor de estes activos imateriais e simbólicos será muito superior ao valor dos activos fixos, por muito que estes se possam contabilizar nos livros das empresas.
E isso implicará, antes de mais, levar a cabo um exercício de lucidez e de reflexão que permita discernir onde estão as oportunidades de negócio, com uma visão alargada e uma vontade holística de gerir recursos escassos, em sistemas frágeis, e nos quais é necessária uma grande capacidade de liderança e de inovação. E iremos, sem dúvida, precisar de gestores e presidentes com novas sensibilidades e competências, os quais deverão ser formados seguindo esta linha. Por seu turno, as Escolas de Negócios não deverão atrasar, por mais tempo, a introdução de currículos adequados a esta nova realidade.
De uma vez por todas, as empresas terão de tomar consciência de si mesmas enquanto agentes económicos e sociais e ter os olhos bem abertos para um ambiente em mutação, globalizado, vertiginoso e complexo. Caso contrário, não verão garantidas nem a sua legitimidade social nem a sobrevivência no mercado e, muito menos, o seu crescimento e sustentabilidade. E o mais difícil não será actuar com uma certa ética. O que se afigura realmente complexo é ir ao fundo da questão, à verdadeira ontologia da empresa. O seu porquê e o para quê. E só a partir deste fim último, será possível clarificar práticas éticas com uma fundamentação sólida nos valores económicos e metaeconómicos.
Enquanto Professor de Ética Económica e Empresarial, há pelo menos duas décadas que vem acompanhando a “evolução” dos comportamentos éticos nas empresas, o surgimento da responsabilidade social corporativa, primeiro como moda, depois como “estratégia”, os mais recentes “movimentos de sustentabilidade”, entre outros temas conexos. Que balanço faz do “comportamento empresarial”, no geral, é claro, numa era em que existem relatórios, códigos, métricas, escrutínio público permanente mas e que, mesmo assim, as empresas continuam a “pecar” sempre que pensam que não podem ser descobertas?
Na verdade, há mais de um quarto de século que me ocupo destas questões. E dou graças por ter tido a oportunidade privilegiada de ocupar uma posição que me permite avaliar, a partir de uma perspectiva muito estimulante, como funcionam as pessoas quando começam a trabalhar num contexto empresarial.
E o balanço que faço de todos estes anos poderia sintetizar-se nas seguintes três características: ambivalência, realismo e esperança.
[pull_quote_left]Parece que estamos destinados a impulsionar uma mudança de paradigma, com o objectivo de fazer surgir um modelo novo de empresa e de gestão, bem como a configurar uma espécie de novo contrato que sirva de base para uma relação criativa entre a empresa e a sociedade, à altura dos tempos em que vivemos e dos desafios que se avizinham[/pull_quote_left]
Tenho por vezes a impressão – sobretudo quando penso nos escândalos e nas más práticas das empresas e dos seus administradores – que o que acontece agora, já acontece há muitos anos. Que se trata de um filme velho, mas refinado, com efeitos especiais mais chamativos, mas que é uma história que, afinal, já vimos, e que voltamos a ver, uma e outra vez. Como se fosse um remake do mito de Sísifo [Sísifo foi condenado para todo o sempre a empurrar uma pedra até ao cimo de um monte, caindo a pedra invariavelmente da montanha sempre que o topo era atingido. Este processo seria sempre repetido até à eternidade]. Ou, para usar a expressão de Eclesiastes, que há muitos anos trago na memoria: Quod fuit, ipsum est quod futurum est. Quod factum est, ipsum est quod faciendum est: nihil sub sole novum [O que foi voltará a ser, o que aconteceu, ocorrerá de novo, o que foi feito se fará outra vez; não existe nada de novo debaixo do sol].
Mas e será que não aprendemos? Não somos capazes de fazer melhor? A minha resposta é afirmativa. Que melhorámos e que aprendemos. Mas de uma forma muito lenta e não sem regressões. A opinião pública deverá ser mais exigente no que respeita à transparência. E as leis mais eficazes na hora de travar as más práticas. Mas e sobretudo, os cidadãos também têm de fazer seus, de verdade, os valores morais que servirão de norte e de orientação para uma convivência social justa, para o bem comum e para o progresso humano.
Este deverá ser o objectivo comum para o qual estão convocadas todas as pessoas: os colaboradores, a sociedade civil, as administrações públicas. E, é claro, também as empresas.
O caminho é longo, mas deveríamos começar a trilhá-lo. Sem pressas, mas também sem pausas, contribuindo, cada um de nós, com o que estiver ao nosso alcance, em cada contexto e circunstância. E, sobretudo, com entusiasmo e espírito de colaboração numa tarefa que vale realmente a pena: construir um mundo melhor para todos, começando por uma gestão responsável da natureza.
Escreveu também que “a esperança está em 99% das empresas médias e pequenas, e não no 1% que corresponde às grandes empresas” e que “em todas as empresas de pequena dimensão existem empresários éticos”. Isso é uma descrença total face à inexistência de executivos ou gestores éticos nas grandes empresas ou é exactamente por estas serem de grande dimensão, respondendo a pressões de vária ordem e enredadas em teias de poder e ambição desmesurados, que impede os seus líderes de seguirem um comportamento ético?
As grandes empresas têm, com frequência, muito mais poder – e não só económico, como também político – do que uma boa parte dos Estados-nação reconhecidos pela ONU. Para elas, a globalização é, entre outras coisas, a condição que possibilita o fluxo de capitais sem qualquer travão, procurando apenas a maximização do lucro para os accionistas. E, cada vez mais, esta filosofia está a contribuir para a financeirização da economia, estando esta cada vez mais afastada da economia real e das necessidades das pessoas, do homem de carne e osso. Talvez isto permita clarificar e explicar a forma enviesada na qual se resguardam estas grandes corporações e o modo como operam: a procura, em exclusivo, de objectivos financeiros, de curto prazo, e a glorificação do capital e dos accionistas.
[pull_quote_left]De uma vez por todas, as empresas terão de tomar consciência de si mesmas enquanto agentes económicos e sociais e ter os olhos bem abertos para um ambiente em mutação, globalizado, vertiginoso e complexo.[/pull_quote_left]
E isso é mau? Em princípio, não teria de ser. Sobretudo, se é legal e constitui o modus operandi das empresas. No entanto, o que acontece com este enfoque, aqui traçado em linhas gerais – a denominada “teoria do shareholder”- é que o mesmo é insuficiente do ponto de vista ético, irresponsável ao nível do planeamento estratégico e insustentável a partir de uma mera consideração económica.
Há que abrir tanto o campo de interesses como o de interessados ou a “teoria dos stakeholders”, ampliar o conjunto de objectivos – económicos, sociais e ambientais -, ter uma visão de longo prazo sem comprometer o curto e o médio, colocar o centro do negócio na pessoa, e garantir condições que permitam o desenvolvimento e o progresso da empresa e do ambiente que a rodeia.
E tudo isto parece ser mais inerente às pequenas e médias empresas, as quais, muitas vezes, trazem na sua essência os valores e as virtudes do empreendedor que as pôs em marcha. Naturalmente que o objectivo é sensibilizar as empresas de grande dimensão para que se decidam a empenhar-se na hora de levar a cabo os negócios de forma firme e perseverante tendo em conta o bem comum. E isso, que constituiria um verdadeiro exercício de solidariedade, começa a ser percebido como algo de interessante para a própria empresa: um egoísmo iluminado [os defensores do auto-interesse iluminado acreditam que as empresas aumentarão o seu valor se identificarem e responderem às necessidades da sociedade] que traga consigo a procura de valor partilhado, de uma cidadania empresarial.
Felizmente, também nas grandes empresas existem executivos com valores sólidos e com o poder necessário para estruturar políticas que procurem a construção de uma empresa socialmente responsável, bem gerida, e aspirando sempre a uma melhoria contínua e à excelência. E a tarefa é, sem dúvida, apaixonante e merecedora de toda a pena.
Falou da crise, que teve um epicentro financeiro, o qual “saltou depois” para o económico, seguindo-se o político, mas cujas origens foram sempre morais, pois a crise é civilizacional. Mas depois afirmou que quase todas as crises são para melhorar. Considera que foi o que aconteceu com a última (2007/2008) ou, na verdade, pouco ou nada de verdadeiramente importante se alterou?
Ainda não tinha passado uma onda e já outra se estava a formar, sendo que as lições foram muito reduzidas. Mudaram as circunstâncias, fizeram-se algumas mudanças, mas muito superficiais. Recordemos o romance histórico “O Leopardo”, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa – e o mundo continuará igual [o entrevistado refere-se à citação famosa que consta deste livro: “tudo deve mudar para que tudo fique como está”].
[pull_quote_left]O que se afigura realmente complexo é ir ao fundo da questão, à verdadeira ontologia da empresa. O seu porquê e o para quê. E só a partir deste fim último, será possível clarificar práticas éticas com uma fundamentação sólida nos valores económicos e metaeconómicos.[/pull_quote_left]
O business as usual, a Champions League – o pão e o circo do século XXI – de quinze em quinze dias. Os poderosos – desde os políticos corruptos aos empresários sem escrúpulos que colocam o dinheiro em paraísos fiscais. E o povo soberano – surpreendido e contrariado, uma vez mais – vê-se obrigado a pagar a festa de que outros desfrutam. E, entretanto, cortes orçamentais, reformas estruturais, a luta para chegar ao fim do mês, a precarização da vida laboral, a depressão, o desencanto pessoal, as penúrias familiares. Cui prodes? A quem beneficia? Sinceramente, creio que a ninguém. Penso que vai sendo tempo de colocar as cartas na mesa e mudar de cenário.
Claro que, em teoria, as crises podem ser também veículo de crescimento. Têm, a par das nuvens negras, uma janela de oportunidades. E, a partir delas, é possível reinventarmo-nos, inovarmos, melhorarmos. Todavia, pode correr tudo ao contrário. E existem crises que acabam em morte.
Mas a verdade é que as crises económicas sempre existiram. Já Marx dizia que “a crise está para o capitalismo como o vómito está para os romanos”. E sempre existirão. Mas o que é grave reside na crise de valores, na crise moral, na crise da civilização. E isso é o mais difícil de consertar, pois implica uma decisão pessoal. E, neste caso, deixa de ser possível evitar-se o assunto, “despejar” a responsabilidade, queixando-nos dos outros – sejam eles políticos, empresários ou meios de comunicação. Neste contexto específico, o que conta é a vontade de cada um de nós, a opção face a formas de se agir, relativamente a uns ou a outros valores.
E isto que, em princípio, parece estar mais ao nosso alcance, acaba por ser ainda mais difícil, porque nos envolve directamente. Todavia, não existe outro caminho se não o de fortalecer este flanco, se ambicionarmos uma sociedade na qual mereça a pena viver e onde os negócios podem contribuir para a humanização dessa mesma vida. Convicções, consciência, boas práticas, líderes íntegros e, acima de tudo, educação. Educação integral, ou seja, técnica e humanista.
Esteve presente na conferência “Cuidar da casa comum – diálogos, olhares e pensamentos” promovida pela Universidade Católica Portuguesa do Porto para falar sobre a encíclica “Laudato si’” do Papa Francisco. Esta exortação papal para “cuidar da casa comum” teve um enorme e fundamental eco em toda a comunidade internacional. As ferozes críticas ao sistema económico que aumenta as desigualdades e causa a degradação ambiental é uma das mensagens mais fortes que consta na primeira encíclica ambientalista da História e que tem vindo a reunir também líderes religiosos de vários credos. Na sua perspectiva, e neste caso em particular em que a religião e a ciência estão de mãos dadas, qual o grande e efectivo poder desta encíclica?
Esta encíclica consiste num chamamento profético e, como tal, acaba por ser motivo de escândalo para alguns. Adicionalmente, tem também várias leituras e é susceptível de ser interpretada a partir de juízos prévios – com um veredicto já servido a priori.
[pull_quote_left]A verdade é que as crises económicas sempre existiram. Já Marx dizia que “a crise está para o capitalismo como o vómito está para os romanos”. E sempre existirão.[/pull_quote_left]
Pela minha parte, acredito que, e independentemente das discussões sobre as questões científicas – alterações climáticas antropogénicas, sim ou não? – deveríamos ter em atenção o princípio da precaução [ambiental], por um lado e, por outro, as mensagens de conteúdo mais profundo. Como profundas são as metáforas que na nossa tradição surgem no livro do Génesis: Deus criou o mundo e o homem foi colocado no Paraíso, no jardim do Éden, para que dele cuidasse e o administrasse bem. Desde essa acção, Deus continua a criar através do homem…Temos pois, uma enorme responsabilidade – não tanto para com o planeta, nem sequer para com as gerações futuras…mas sim, e sobretudo, com o plano divino e o ambiente humano. Expulsos do jardim, somos chamados a alcançar a verdadeira cidade humana: a Jerusalém Celestial do Apocalipse [do Livro de S. João].
E o que Francisco disse a propósito da conversão ecológica – de todos – e o convite ao diálogo com todos – ciência incluída, de forma muito directa – é outro dos grandes desafios que temos de enfrentar no futuro.
E no que respeita ao seu impacto para as empresas e para a gestão?
Consequências para a empresa e para a gestão? Muitas! A preocupação não só com a eficiência, mas também com a sustentabilidade, e, sobretudo, com a aposta no que se convencionou chamar de Economia Circular. Sendo que estes são apenas alguns exemplos de um caminho que teremos de ir percorrendo, com passo firme, ao longo das próximas décadas.
Editora Executiva