A Economia Criativa “deve ser entendida como uma das principais estratégias de desenvolvimento para o século XXI”. Quem o diz é o director geral do AUDAX, para quem “a cultura é uma das principais riquezas do país”, que pode e deve ser transformada “em valor económico e social”. Em entrevista, Luís Matos Martins apresenta o novo Programa de Formação em Empreendedorismo Cultural e Indústrias Criativas do Centro de Empreendedorismo da ISCTE Business School
O AUDAX – Centro de Empreendedorismo da ISCTE Business School, desenvolveu um programa de formação para desenvolver as capacidades empreendedoras na área cultural e das indústrias criativas. Com arranque anunciado para 20 de abril, esta formação quer pôr à disposição dos empreendedores culturais e criativos um conjunto de ferramentas que lhes permitam desenvolver as suas ideias de negócio. Desenvolvido para potenciar capacidades empreendedoras e ideias de negócio na área cultural e criativa, o Programa Empreendedorismo Cultural e Indústrias Criativas visa capacitar, ao nível de liderança e gestão de projectos, todos os interessados em processo de arranque ou consolidação dos seus projectos de negócio. Com um Plano de Estudos que aborda áreas como a gestão de Recursos Humanos, Finanças, Empreendedorismo Cultural e Marketing, a formação aposta ainda na apresentação de casos de sucesso nas indústrias criativas e no debate sobre temáticas como Redes Sociais, Enquadramentos Jurídicos, Networking e Fontes de financiamento. Este programa deverá permitir, também, o contacto directo entre empreendedores e parceiros do AUDAX, tendo em vista a implementação e o apoio das suas ideias de negócio. A oportunidade terá lugar a 28 de Junho, na Conferência Anual do AUDAX, este ano sobre a temática do Empreendedorismo Cultural e Industrias Criativas, onde estarão presentes “potenciais financiadores e a rede de parceiros do AUDAX-IUL”, adianta Luís Matos Martins, director do AUDAX: “existe uma clara vontade e motivação em desenvolver momentos que possibilitem a criação de novos negócios ou projectos”, garante ao VER.
O Programa de Formação para Empreendedorismo Cultural e Indústrias Criativas visa disponibilizar ferramentas que permitam aos profissionais nesta área desenvolver ideias de negócio sustentáveis. Como surgiu a ideia de conceber esta primeira edição e qual é a sua oportunidade, no actual contexto socioeconómico? A Economia Criativa tem especial importância, considerando que a cultura é uma das principais riquezas do país, pelo que é importante compreender como transformar esta riqueza em valor económico e social. Este programa de formação resulta da vasta experiência do AUDAX, enquanto Centro de Empreendedorismo, e dos docentes do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, testemunhos de empreendedores e experts da área. O Mestrado em Gestão de Mercados da Arte, leccionado pelo ISCTE-IUL e coordenado por Alexandra Fernandes, docente que integra o Conselho Cientifico deste Programa de Formação, foi classificado na 23ª posição no ranking mundial desta área. Sendo um potencial recurso para o desenvolvimento económico e social, em que medida pode a Economia Criativa contribuir para uma estratégia de crescimento de Portugal, nomeadamente ao nível da geração de emprego? Portanto, para tal, há que potenciar as relações de Portugal com o Mundo, desenvolver e contribuir para um emprego mais qualificado, sendo importante capacitar os agentes culturais de competências e conhecimentos em áreas como a Gestão e o Marketing. A exemplo de qualquer outro empreendedor, quais são os skills fundamentais que um empreendedor cultural deve apreender, para se capacitar para criar, gerir e desenvolver projectos e negócios sustentáveis e inovadores? Por outro lado, actualmente vivemos num mercado global, em constante transformação e em que a tecnologia acaba por funcionar como um acelerador desse mesmo mercado. Temos um cliente mais conhecedor daquilo que consome e mais selectivo nas suas opções. Como tal, é importante que todo e qualquer empreendedor tenha uma busca constante pela aprendizagem. E por último, pela própria dinâmica do mercado, é ainda importante a capacidade de adaptabilidade aos nossos mercados e conhecer bem os nossos clientes.
O Programa funciona em ciclos especializados ministrados através de uma metodologia interactiva, que integra debates e case studies com os conteúdos teóricos. Quais são os grandes objectivos desta metodologia? Sem dúvida que hoje em dia há que valorizar todas as relações e momentos de networking entre alunos, docentes e potenciais financiadores. No entanto, em todas as suas acções, o AUDAX valoriza a componente mais prática da formação e a potencialidade que estes momentos apresentam no desenvolvimento de novas iniciativas de valor. Ao terem o acompanhamento de consultores, ao longo de toda a formação, existe uma clara vontade e motivação em desenvolver momentos que possibilitem a criação de novos negócios ou projectos. Que perspectivas têm, ao nível do número de formandos a participar nesta 1ª edição do Programa de Formação em Emprendedorismo Cultural e Indústrias Criativas? Como se concretizará a oportunidade de desenvolvimento de ideias de negócio a implementar no mercado empresarial, com a ajuda dos investidores e financiadores parceiros do AUDAX? Para além de potenciais financiadores e da rede de parceiros do AUDAX-IUL, serão igualmente convidadas personalidades da área. Que exemplos de projectos, nas diversas áreas artísticas (do cinema e teatro à música e dança, passando pela literatura, design, moda, fotografia ou multimedia), esperam que os formandos venham a implementar? Esperamos que muitos destes projectos possam também ser implementados no seio das próprias organizações que suportam a actividade de qualquer inscrito, promovendo igualmente o intra-empreendedorismo e facilitando a criação de projectos diferenciadores nas suas organizações. Seria igualmente interessante que o Programa facilitasse as relações entre organizações, potenciando assim o reforço das relações entre estas e diversos organismos, bem como uma maior sustentabilidade da área cultural.
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Jornalista