Uma esmagadora maioria (82%) dos executivos que se pronunciam no Barómetro de Novembro da ACEGE é da opinião que o OE 2013 deve ser alterado na especialidade, de modo a aliviar a carga fiscal. Para além da redução dos impostos antes de o documento chegar à votação final, a maior parte dos inquiridos defende a renegociação da dívida. E que será necessário um segundo resgate, antes de Portugal regressar aos mercados de financiamento internacionais
Tal como está, o Orçamento do Estado para 2013 (OE 2013), já aprovado na generalidade, não é exequível, defende mais de metade dos executivos (58,7%) que fazem parte da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), contra os 32,3% que consideram o oposto. Mas mais dos que não acreditam que seja possível passar o OE 2013 do papel à prática, são os que consideram que este deve ser alterado, de modo a aliviar a carga fiscal: uma clara maioria de 82% dos inquiridos defende a redução dos impostos durante o debate na especialidade. As conclusões são reveladas na 12ª edição do Barómetro da ACEGE, realizado com a colaboração da Rádio Renascença e Jornal “Oje”, que revela ainda que oito em cada dez inquiridos defendem também a renegociação da dívida, de modo a aliviar os juros que o país paga aos credores internacionais. São 80,4% (contra 15,9%) o total de responsáveis que acredita que o Governo de Pedro Passos Coelho deve avançar com a renegociação da dívida (cujos juros representam cerca de 9% da despesa) para tentar resolver o défice português. A grande maioria dos participantes neste inquérito mensal relativo a Novembro concorda com a medida de refundação do Estado proposta pelo Governo: 74% dos empresários e gestores cristãos apoiam a iniciativa, contra apenas os 15% que discordam. Já quando questionados sobre onde deve o Estado ir buscar os quatro mil milhões apontados pelo Executivo, quase metade considera que não devem existir excepções e que todas as áreas devem contribuir. Mas 19% escolhem o sector da Defesa, quase 12% a educação e entre 7% e 8% escolhem as prestações sociais e a saúde. Portugal vai precisar de novo resgate
Por outro lado, cerca de metade dos inquiridos (50,8%) afirma que cinco anos são suficientes para resolver a crise e convencer os investidores internacionais, concordando com a chanceler alemã, Angela Merkel, que pediu aos parceiros europeus mais meia década de austeridade e esforços no sentido de ultrapassar a crise económica e monetária, considerando que é tempo suficiente para “convencer o mundo de que vale a pena investir na Europa”. 29,6% dos gestores têm opinião contrária à responsável alemã. O Barómetro mensal ACEGE/OJE/Renascença conta ainda com a questão fixa “Como define o seu estado de espírito em relação ao País?”, que permite determinar uma tendência. O sentimento geral dos empresários cristãos mantém-se relativamente semelhante face à edição de Outubro, ou seja, negativo, com os “francamente pessimistas” a descerem em termos de percentagem (de 27,8 para 27,0%), mas a aumentarem em número, de 37 inquiridos no mês passado para os actuais 51. Os “moderadamente pessimistas” também crescem em percentagem (de 36,8 para 39,2%), passando de 49 para 74 respondentes. Enquanto os “moderadamente optimistas” registam um acréscimo de 0,2%, de 23 para 33 responsáveis. Realizado em colaboração com a Netsondajunto de altos responsáveis de empresas portuguesas, o inquérito é constituído por perguntas de sentimento económico formuladas pelos três parceiros da iniciativa e enviadas aos gestores associados da ACEGE. A 12ª edição deste estudo de opinião foi realizada entre os dias 7 e 9 de Novembro, período em que foram questionados 1114 empresários e validadas 189 respostas. |
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