Com a taxa de desemprego jovem a atingir recordes de 36,6%, “é prioritário juntar esforços para encontrar respostas inovadoras e complementares ao sistema de ensino”. Em pouco mais de um ano, o Faz-Te Forward, programa de capacitação para a empregabilidade e inclusão profissional da geração mais afectada pela falta de emprego em Portugal, mudou a vida de trinta jovens. Ao VER, a coordenadora do projecto diz que prioritariamente “foram trabalhadas as competências mais valorizadas” pelos empregadores quando recrutam recém-licenciados”, como o trabalho em equipa, a liderança, a comunicação, a proactividade e a flexibilidade
Termina no final deste mês a 1ª edição da iniciativa Faz-Te Forward, programa de capacitação de jovens, entre os 18 e os 25 anos, para a empregabilidade e inclusão profissional dinamizado pela TESE – Associação para o Desenvolvimento. Face ao crescimento galopante do desemprego entre a população dos jovens portugueses – muitos deles recém-licenciados – a ONGD que promove a Inovação e o Desenvolvimento Social resolveu lançar o programa, no ano passado, abrangendo a Área Metropolitana de Lisboa. Esta aposta no talento jovem que visa fornecer “mais ferramentas para a entrada no mercado de trabalho” reúne o apoio da Fundação EDP e do POPH-QREN. A iniciativa está a ser desenvolvida em parceria com o Barclays, a Vodafone, a Jason Associates, a BÁ e a 5P’s. Em declarações ao VER, Inês Carmo, coordenadora do projecto Faz-Te Forward, sublinha que, face a uma taxa de desemprego jovem em Portugal que atingiu dramaticamente “recordes de 36,6%” (segundo dados do Eurostat de Abril 2012), “é prioritário juntar esforços para encontrar respostas inovadoras e complementares aos sistema de ensino, que aumentem a empregabilidade dos jovens”. “Trabalhámos as competências mais valorizadas” Nesta 1ª edição, o Faz-Te Forward capacitou um grupo de trinta jovens com diversas áreas de interesse, “dotando-os de ferramentas que aumentem a sua empregabilidade e facilitem a sua entrada no mercado de trabalho – auto-conhecimento, softskills, e networking”, como explica a coordenadora do projecto. Este é um programa de capacitação “individualizado, à medida de cada jovem, que inclui formação em grupo, sessões individuais de coaching e mentoria com profissionais das áreas de interesse dos jovens”.
Na formação “foram trabalhadas as competências mais valorizadas” pelos empregadores quando recrutam recém-licenciados – como por exemplo “trabalho em equipa, liderança, comunicação, proactividade e flexibilidade” -, mas também “consultoria de imagem ou a simulação de um processo de recrutamento, no final do qual os jovens receberam feedback sobre o seu currículo profissional e sobre a sua prestação em entrevista”, por parte de recrutadores da Jason Associates e da Vodafone, adianta Inês Carmo. O alargamento das redes de contacto dos jovens e a sua aproximação à realidade profissional pela qual têm interesse é outra aposta do Faz-Te Forward, diz ainda. E durante a iniciativa foi possível fazer esse percurso, “através do envolvimento voluntário de vinte mentores, profissionais de áreas tão diversas como arquitectura, design, engenharia, gestão, consultoria, investigação, ilustração ou representação, e de empresas de renome como a EDP, a Vodafone e o Barclays”, nota. O principal impacto pretendido com o Faz-Te Forward, é a inclusão profissional dos jovens participantes nas suas áreas de interesse. Esses resultados “serão medidos futuramente”, mas já é possível fazer um balanço positivo no curto prazo: trinta jovens aumentaram as suas competências pessoais e sociais em mais de quarenta sessões de formação; dezoito jovens realizaram mentoria, alargando as suas redes de contacto e aumentando o seu conhecimento sobre a realidade profissional da área pela qual têm interesse; e 25 jovens definiram os seus objectivos para o futuro e os planos de acção que irão implementar para os atingir, através de mais de cem sessões individuais de coaching. Partilha de ideais em Dia Aberto Na conferência “Faz-Te ao Futuro”, os vários oradores convidados, da Jason Associates, do GreenFest, da Vodafone, da Católica-Lisbon, do Barclays, da Knowing Counts e da Fundação EDP, questionaram para a importância do auto-conhecimento na procura de emprego, da aposta nas softskills para a entrada no mercado de trabalho, para a mentoria e para outras estratégias de networking ou para o valor do empreendedorismo jovem. No evento foram apresentados alguns projectos que apostam na empregabilidade jovem, como é o caso dos Start Up Pirates, NovaSkills ou Sapana.Org. Neste Dia Aberto organizado pelos Fasters (participantes do Faz-Te Forward), com o objectivo de partilhar respostas para a empregabilidade, quatro dos jovens presentes tiveram a oportunidade de participar numa das sessões de coaching que foram sorteadas. O evento ficou ainda marcado por acções dinâmicas como um teatro de improviso e flash mobs. O Faz-Te Forward assume-se como um programa único em Portugal, que apoia jovens com potencial em diferentes áreas (liderança, artes, ciências e tecnologias e ciências sociais) e apresenta uma abordagem de intervenção “à medida” de cada jovem e do seu talento”. Para tanto, além de incluir formação em grupo em competências pessoais e sociais, o projecto aplica na intervenção social metodologias individuais de desenvolvimento pessoal, mais comuns no contexto empresarial, como o coaching e o mentoring. “Cada jovem tem no Faz-Te Forward a oportunidade de ter sessões individuais de coaching, orientadas para a definição do seu projecto de vida, e de ter um mentor, um profissional de sucesso na sua área de talento, que poderá partilhar a sua experiência e conhecimento.”, sublinha Inês Carmo. Neste primeiro ano de lançamento participaram no programa, como referido, trinta jovens com idades entre os 18 e os 25 anos, que residem na área metropolitana de Lisboa. Estes jovens provêm “principalmente de contextos sociais ou familiares desfavorecidos”, e revelam talentos “nas áreas da liderança, artes, ciências e tecnologias e ciências sociais”, tendo-se manifestado “motivados para desenvolverem o seu potencial”. No âmbito da sua actuação nas áreas de Inovação Local; Investigação; Consultoria e Capacitação; e Redes e Awareness, a TESE vai continuar a apoiar os jovens talentos portugueses, promovendo a sua capacitação para o mercado d trabalho, de forma individualizada, através de formação em grupo, sessões individuais de coaching e mentoria com profissionais das áreas de interesse dos jovens.
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Jornalista