Valorizar a experiência profissional e a integração dos participantes num “ambiente empresarial dinâmico e aberto à mudança” é o objectivo do Programa Avançado em Gestão para a Competitividade que a Católica Porto Business School, em parceria com a ACEGE, está a lançar, pelo segundo ano consecutivo, em Vila Real. Ao VER, a Associate Dean desta escola da Universidade Católica, Ana Côrte-Real, e o responsável do núcleo de Vila Real da associação cristã, João Cavaleiro, explicam a relevância de apostar na formação executiva dos quadros das organizações locais, tornando-as mais competitivas
POR GABRIELA COSTA

A Católica Porto Business School lançou no ano passado a 1ª Edição do Programa Avançado em Gestão para a Competitividade, em Vila Real. Este Programa Avançado, com a duração de cem horas e dirigido a profissionais que desempenham cargos de responsabilidade nas Pequenas e Médias Empresas, foi desenvolvido “em resposta a um desafio colocado pela ACEGE” – Associação Cristã de Empresários e Gestores, e “capitaliza a experiência ao nível da formação executiva aberta e customizada” desta escola da Universidade Católica Portuguesa. A qual, em parceria com a associação cristã, “redesenhou um programa executivo de gestão, de forma a dar resposta às especificidades dos gestores e das empresas da zona de Vila Real”, como explica ao VER a Associate Dean da Católica Porto Business School, Ana Côrte-Real.

Este ano, e atendendo ao sucesso da 1ª edição e ao interesse demonstrado por diferentes empresas da região, será lançada, a 23 de Novembro, a 2ª edição do Programa Avançado em Gestão para a Competitividade, a qual irá realizar-se até Abril de 2019, no Auditório do Hospital Trofa Saúde Vila Real.

Agilidade e adaptação à mudança

Ana Côrte-Real, Associate Dean da Católica Porto Business School – © DR

De acordo com a também directora adjunta da Formação Executiva da Católica Porto Business School, este programa “assenta no princípio de que o crescimento empresarial é sinónimo de agilidade, de capacidade de ajustamento e de adaptação à mudança”. Até porque, e como revela a investigação recente, “os modelos e estilos de gestão têm implicações para o desempenho empresarial e, no mundo contemporâneo, têm um grande impacto sobre os níveis de desenvolvimento económico e social dos países”, sublinha Ana Côrte-Real.

Também para o responsável do núcleo da ACEGE de Vila Real, João Quintela Cavaleiro, a educação é um dos principais instrumentos, senão o maior, para vencer limitações, neste caso a interioridade” do meio empresarial. Aliados a este facto, “a chancela da Universidade Católica Portuguesa e os valores que a ACEGE proclama mostraram que se cobriu uma necessidade”. O núcleo de Vila Real auscultou os participantes da 1ª edição e “as respostas entusiasmantes que nos têm chegado revelam que ter avançado com o curso foi a decisão acertada”. Principalmente porque muitos deles “nos transmitiram que apenas lhes foi possível realizar uma formação deste tipo porque foi ministrada localmente”, conclui.

[quote_center]O crescimento empresarial é sinónimo de agilidade, de capacidade de ajustamento e de adaptação à mudança– Ana Côrte-Real[/quote_center]

Na opinião de João Cavaleiro, “os desafios profissionais actuais colocam cada vez mais exigências de gestão de tempo e de economias de esforços na redução das distâncias”. E, por isso mesmo, “este modelo foi o ideal” e, no que respeita ao contributo que deu para melhorar a competitividade das organizações locais envolvidas, tratou-se de um “excelente investimento, com retorno garantido”.

De sublinhar que este é um programa de imersão, no qual os participantes são afastados do seu ambiente normal de trabalho para frequentar módulos específicos, leccionados de forma intensiva, em moldes pragmáticos. Genericamente, o conteúdo de cada um dos módulos foi definido tendo como linha de orientação comum a necessidade de motivar todos os recursos dentro da empresa, potenciando a sua eficiência e contribuindo para o reforço da produtividade e da competitividade.

O plano de estudos e as metodologias de abordagem são orientados para problemas concretos, primordialmente adequados à realidade do tecido empresarial e aos desafios contemporâneos da globalização. Paralelamente, em cada edição toma-se ainda em linha de conta as competências e os percursos profissionais dos respectivos participantes.

Saber global com presença local

João Cavaleiro, responsável do núcleo da ACEGE de Vila Real – © DR

O balanço da 1ª edição do Programa Avançado em Gestão para a Competitividade”cifra-se na adesão de 24 participantes, pertencentes a sectores de actividade tão distintos como Energia, Banca, Farmácia, Construção, Hotelaria, TI,ou Sector Vinícola. Tratou-se de um grupo com uma idade média de 40 anos, maioritariamente com licenciaturas nas áreas dasEngenharias, Ciências Farmacêuticas, Enologia e Economia. No entanto, e como esclarece Ana Côrte-Real, “na medida em que se enfatizam as competências profissionais dos participantes, não é requerido o grau de licenciatura aos candidatos. Esta formação valoriza, particularmente, a experiência profissional e a integração dos participantes num ambiente empresarial dinâmico e aberto à mudança”.

Interessante, nas palavras de João Cavaleiro, “foi perceber que para além das qualificações académicas os participantes ganharam novos e bons interlocutores negociais e empresariais. Passaram a desenvolver iniciativas conjuntas entre membros do grupo e, em alguns casos, nasceram parcerias, negócios e interacções diversas após o curso”. De referir que o grupo “resultou de um trabalho aturado de selecção, tendo-se reunido um conjunto seleccionado de gestores e líderes das melhores organizações da região”. Razão pela qual “a construção de um núcleo envolto numa identidade de valores de liderança comuns foi, porventura, um dos maiores ganhos da acção”, salienta o responsável da ACEGE em Vila  Real.

A ideia nasceu do conceito ‘saber global com presença local’. O objectivo é “trazer o saber para junto da comunidade, contrariando o ciclo de concentração visível no País, e permitindo que o mesmo seja desenvolvido localmente, junto às pessoas, no seu meio profissional e familiar”, afirma João Cavaleiro. Garantido o êxito deste modelo de formação, o grupo participante na 1ª edição deste programa costumizado representa “uma região que cresceu, que evoluiu, que tem hoje capacidade de concentrar um conjunto de empresários, de gestores e de líderes que assumem lideranças nacionais e internacionais. Líderes que certamente devolverão à comunidade esta fonte de saber”, diz, concluindo: “esse sentido de comunidade, unido, que se pressentia em cada sessão, não seria possível se o curso não fosse realizado na ‘sua’ casa”.

Estratégia e capital humano em destaque

O lançamento da 2ª Edição deste programa reveste-se, segundo Ana Côrte-Real, de uma renovada importância, uma vez que tem como missão “contribuir para o desenvolvimento de competências pessoais, para a modernização organizacional e, acompanhando as tendências inovadoras mais recentes, reforçar ganhos de produtividade por via de melhorias na estrutura de governo empresarial”.

[quote_center]Os desafios profissionais actuais colocam cada vez mais exigências de gestão de tempo e de economias de esforços na redução das distâncias– João Cavaleiro[/quote_center]

Nesta edição continuarão em foco as seis áreas da gestão que proporcionam uma visão completa e integrada da empresa: estratégia, marketing, gestão das operações, finanças, capital humano e controlo de gestão. E será mantido o funcionamento intensivo de cada módulo, em moldes altamente pragmáticos. Mas o curso que se iniciará em Novembro irá incluir novos módulos, avança a directora adjunta da Formação Executiva da Católica Porto Business School: “iremos reforçar as áreas de estratégia e de capital humano, incluindo um módulo de Governance das Empresas Familiares, leccionado pelo Professor Álvaro Nascimento, e um módulo de Liderança com Valores, assegurado pelo Professor Arménio Rego”.

Na perspectiva de João Cavaleiro, “as expectativas são imensas, sobretudo porque contamos com uma força de peso: o Grupo Trofa Saúde associou-se à iniciativa e irá albergar no seu Auditório as sessões do curso, em pleno Hospital da Trofa Saúde Vila Real”, uma unidade que estreará no próximo dia 15 de Outubro. Esta novidade permitirá a realização de sessões inseridas em contexto de trabalho, “num local de excelência”. Acresce que, paralelamente, será realizado um conjunto de debates sob o lema da ACEGE para o seu ciclo de actividades de este ano, “Liderar para Transformar”.

Ora, a crer na convicção de João Cavaleiro, para quem “os nossos melhores promotores são os alunos que frequentaram a primeira edição, evidenciando as valências do curso conjunto”, o sucesso da edição do Programa Avançado em Gestão para a Competitividade que arrancará em breve parece garantido: como adianta Ana Côrte-Real, “estamos com fortes expectativas de que o número de participantes desta segunda edição aumente, fruto da partilha da experiência de formação dos participantes da 1ª edição, e do reforço da consciencialização, por parte das empresas, que o caminho para a melhoria da qualidade da gestão passa por uma aposta, séria e continuada, na formação executiva dos quadros das organizações”.

O “sonho antigo” de “poder concretizar este desiderato” do núcleo de Vila Real é, também, e na convicção de João Cavaleiro, “uma vitória para a própria ACEGE no seu todo, pois deixou a sua marca indelével na região, enraizou relações com a Católica Porto Business School e, sobretudo, afirmou-se de forma capilar, e disseminada pelo País, junto às pessoas, como uma comunidade de lideres empresariais que procura inspirar a gestão e transformar a sociedade”.

Jornalista