A segunda «Conversa Next» foi um diálogo entre Paulo Barradas e Manuel Barata de Tovar. São ambos CEO e os trinta anos que os separam permitem-nos este registo muito rico. Falou-se de muita coisa nesta conversa moderada por Carmo Teixeira Diniz, responsável ACEGE Next. A importância de uma liderança justa decorre naturalmente das ideias expostas pelos intervenientes. A concorrência não é o ‘lobo mau’ e no fim de contas tudo contribui para a democracia liberal que vivemos; e que esperamos que permaneça no caminho da virtude
POR PEDRO COTRIM
Desta vez, o tema proposto foi «Crescimento Profissional». A conversa decorreu sobre este e outros assuntos suscitados pela toada interessante e interessada dos intervenientes, com algumas questões suscitadas em chat pelo live ou pela moderadora. Começou-se pela importância da verdade, de acordo com a proposta de Carmo Teixeira Diniz.
Paulo Barradas: Eu acho que se dissermos sempre a verdade e tivermos o bem comum como algo que temos todos que respeitar e promover, tudo será muito mais transparente e justificável. Eu não conheço empresários que queiram pagar menos aos colaboradores. Com esta verdade, comunicando verdade, e dignificando sempre o ser o humano, estamos todos bem e tudo é explicável.
Manuel Barata de Tovar: Eu pessoalmente sou muito adepto da moderação, tanto de um lado como do outro. Até por uma questão de gestão de expectativas, é muito importante que a empresa consiga garantir uma certa progressão anual das remunerações, contribuindo para a motivação das equipas e para um sentimento de melhoria contínua. Do lado de quem recebe a remuneração, é importante sentir esta progressão e é muito melhor do que chegar a situações limite. Se o responsável entender remunerar o trabalhador com o máximo valor possível, pode ser contraproducente a longo prazo para a motivação do trabalhador, pois já não pode ser aumentada. Dar o máximo implica sempre ter a outra perspectiva.
Vejo no chat que é colocada a questão da fiscalidade, que é realmente importante. Em Portugal, centra-se sobretudo sobre o trabalho. Não sei realmente se há muitas alternativas, mas constitui um espartilho pelo seu peso e dificulta obviamente a boa remuneração.
Paulo Barradas: Estava precisamente a ler estas mesmas perguntas sobre o sector público gastador. Se tivéssemos os meios à nossa disposição, se houvesse maior parcimónia na utilização dos meios, se houvesse melhor redistribuição, construiríamos certamente um mundo mais inclusivo. Há também aqui uma pergunta sobre os critérios ESG: a conciliação entre trabalho e família é crucial. Hoje em dia, e ainda bem, as pessoas dão uma importância enorme aos períodos em que não estão a trabalhar. A vida não é só trabalho e não é só família, é o resultado deste virtuoso equilíbrio.
Manuel Barata de Tovar: Será obrigatório às empresas, para lá da sua declaração de rendimentos, para a tributação, entregarem também uma declaração em que apresentam indicadores sociais, de sustentabilidade e do modelo de governo da empresa. É salutar. Esta obrigação começará pelas grandes empresas. Não serão apenas avaliadas e tributadas pela sua performance financeira, mas também sobre outros indicadores, como a satisfação dos seus colaboradores, nas implicações para a sociedade e para o ambiente. Estamos mais dedicados à parte financeira desta relação, mas esta é sem dúvida uma evolução muito boa na nossa economia. Claro que os resultados financeiros são o que permite à empresa crescer e a contribuir para o bem estar das famílias, mas a conciliação destes factores ESG será sem dúvida uma grande conquista.
Carmo Teixeira Diniz: Vou intervir, gostando muito de vos ouvir e apreciando esta conversa orgânica, mas gostava de vos ouvir mais concretamente sobre o nosso tema, o crescimento. Manuel, tu já referiste a progressão na carreira. Gostava de vos ouvir sobre o que é possível fazer se conseguir. Como é que vêem isto? Como se sobe numa empresa sem prejudicar ninguém? E até onde vai o compromisso com a empresa? Quem quer subir e encontra o ponto de não progressão, o que deve fazer?
Paulo Barradas: Eu acho que subir na empresa significa precisamente beneficiar todos. Quem sobe é quem beneficia os colegas do lado e o conjunto da empresa. E essas pessoas vão subir sempre, mas irão enfrentar um problema: o tempo. As gerações mais novas são muito impacientes, habituaram-se a ter um telemóvel na mão e a tornar tudo instantâneo. O tempo é incontornável e impõe-se paciência, o que também faz parte da experiência de vida. Se beneficiarmos todos os que nos rodeiam, naturalmente fazemos uma carreira sem ansiedades e sem sobressaltos. O tempo leva-nos aonde somos esperados. Não temos de querer ultrapassar os outros porque as coisas da vida vão sucedendo, talvez mais ajustadamente do que supomos. Eu nunca imaginei, há uns anos, estar à frente de uma empresa, empregar este número de pessoas, com esta estrutura: tudo fluiu naturalmente. Não deve haver atropelos, mas calma e a lógica do «o que posso eu fazer pela minha organização, o que posso fazer pelos meus colegas?» Se o fizermos bem, progredimos. Deus conduz-nos sempre de forma muito direita para atingirmos os objectivos que Ele nos pede.
Manuel Barata de Tovar: Em relação à fidelidade, e com realismo, a realidade é um factor, mas nunca se vai sobrepor à fidelidade à família. Temos de prover à nossa família; temos igualmente fidelidade para com a nossa vocação, para com a realização da nossa vocação. Estas ‘fidelidades’ estarão sempre à frente da empresa e cabe à empresa entendê-lo. O jogo entre o trabalhador e o empregador passará por este equilíbrio entre estas três fidelidades. Devemos sempre lealdade a quem quer que seja; com a empresa é obrigatória.
A fidelidade não implica ausência de concorrência, e o ambiente entre as empresas e não é um factor nocivo nem imoral. Tentar oferecer o melhor preço não é imoral, e ainda há poucos tempo, no grupo Cristo na Empresa, o conselheiro espiritual no-lo disse. Este jogo faz-nos fazer chegar às famílias os bens da forma mais económica possível e com mais qualidade. É importante percebermos as regras do jogo e a nossa postura moral no mundo do trabalho.
Atitudes de competitividade dentro das equipas podem ser desgastantes e não chegará por aí a progressão na carreira. A longo prazo não será certamente uma boa estratégia de evolução. Para mim, o mais importante será estar presente, estar próximo, ter uma visão estratégica da empresa, mesmo que o papel não seja muito estratégico. Sentir inclusão na estratégia será sempre de valorizar. Estar presente com consistência. Creio que a maioria das administrações o apreciará.
A questão da formação também será importante na progressão na carreira. Gostei de ouvir o Paulo discorrer sobre a questão do tempo. Talvez exista a ideia de que nuns tantos meses se chega a uma empresa ou organização e se alcança a posição com que sempre se sonhou numa completa mudança de vida. Claro que não sucede num espaço de tempo tão curto. Há que criar uma relação de confiança, de conhecimento mútuo, de inclusão nos processos para que de parte a parte haja disponibilidade de investir na formação. É muito benéfico que se façam, mas terão de ser vistos sempre numa lógica de mais longo prazo.
Paulo Barradas: Eu estive ligado ao sector cooperativo. Estive numa acção com o falecido Hernandéz Lopez que achava que as empresas deveriam ‘coopetir’ – competir cooperando, o que no sector cooperativo fazia realmente sentido. A forma mais saudável de competir é cooperar. Isto aplica-se nas empresas para fora e nas empresas para dentro. Quanto mais cooperamos, mais construímos a nossa relação com os outros e com a empresa. É um conceito fascinante. A partilha também é fundamental – sem ela não chegamos a lado nenhum.
Carmo Teixeira Diniz: Pegando no que o Manuel disse sobre a formação, e com as notícias da actualidade, em que se conclui que os salários dos licenciados estão mais baixos do que nunca, pergunto-vos se vale a pena investir em formação e qual é o caminho.
Paulo Barradas: É uma pergunta difícil. Efectivamente, com o crescimento do salário mínimo em Portugal, que tem sido superior ao da inflação, e também acima das possibilidades de muitas empresas, tem-se aproximado muito do dos licenciados. É desejável que os licenciados ganhem mais, aumentar os salários é fundamental, mas tem de ser feito de forma sustentável, e muitas empresas portuguesas não geram valor suficiente para um compromisso assim. Vivemos um equilíbrio instável e que me preocupa muito porque hoje o mercado é global; da mesma forma que nós vamos para fora, as empresas vêm para dentro. O teletrabalho transformou-se uma evidência muito maior, pois trabalha-se de casa para muitas empresas. Descem as despesas para quem trabalha em casa, mas perde-se algum contacto com a empresa. Há dificuldade, nas empresas portuguesas, em competirem com as empresas maiores no que toca aos recursos humanos. Mas é uma boa notícia para quem precisa, e como o Manuel tão bem disse, para um maior equilíbrio com a família. Acaba por ser uma oportunidade e um desafio maior para todos. Fazer melhor e pagar melhores salários.
Manuel Barata de Tovar: Em relação à formação já o afirmo há algum tempo. Quando sou convidado para a universidade, afirmo sempre a minha convicção sobre a educação formal. Eu estudei direito em Coimbra e o meu curso foi totalmente teórico. Não o vejo com maus olhos, porque a componente prática aprende-se no trabalho e com quem é mais experiente que nós no exercício da profissão, mas o lastro teórico nunca nos vai ser dado se não o adquirirmos na universidade. Ter um curso superior acrescenta muito valor à pessoa no trabalho que vai exercer, que não necessariamente irá exercer funções limitadas à área do curso que tirou. Nós na Loop temos programadores licenciados em psicologia ou filosofia, e que depois fizeram formação na área da programação. Tudo é possível, mas sentimos que a educação formal é muito importante, sobretudo no início da carreira. Quando estamos no banco da universidade, preocupamo-nos muito com as notas académicas, que acaba por não ser muito relevante. Dificilmente um empregador, com excepção de alguns sectores, num primeiro emprego, irá olhar com muito detalhe para as notas. O que fará diferença será qualquer outro tipo de actividade, como associativismo, voluntariado, estágios profissionais. Sentimos uma diferença muito grande em termos de experiência – não só preferimos contratar quem apresenta esta experiência; quem a tem progride muito mais rapidamente dentro das organizações. Hábito de liderar, confiança e fazer o que é preciso. Desenvencilhar-se. Na Loop podemos afirmá-lo, pois admitimos muitas pessoas que estão no seu primeiro emprego. Muitas vêm estagiar e depois acabam por ficar connosco. Acredito muito na formação extra-curricular para desbloquear determinada competência ou uma nova ferramenta. A empresa deve participar neste esforço, mas requer-se obviamente uma grande dose de disponibilidade e de confiança num compromisso muito sério.
Paulo Barradas: Nós somos uma empresa altamente tecnológica, pelo que as competências técnicas são fundamentais. Contudo, no recrutamento damos preferência às pessoas com soft skills. Esta experiência associativa que o Manuel mencionou, de capacidade de entrega aos outros, o nosso principal no nosso recrutamento é pessoas boas, que fazem sempre bons lugares. O curso superior, normalmente não ensina a fazer, ensina a pensar, e é esta a grande riqueza de uma licenciatura: as ferramentas para podemos pensar e exercer outras actividades com base no treino mental aprendido durante o curso – um curso técnico é muito mais vocacionado para o saber fazer. A formação é muito valorizada – a formação é para as pessoas, e quanto mais tiverem, mais seguros e valiosos serão. Trabalharão em qualquer ambiente.
Vivemos numa economia do conhecimento, a economia do ano 2000, da estratégia de Lisboa, de basear a Europa numa economia do conhecimento, com mão-de-obra qualificada, inovadora, bem remunerada. Este ideal que se construiu em Lisboa no ano dois mil com o António Guterres, hoje é uma realidade. Hoje percebemos que as empresas procuram o talento, e cidades como Coimbra, uma cidade com uma universidade, são altamente cobiçadas para instalar empresas, que cada vez mais procuram este conhecimento. Ainda há pouco tempo a Critical Software, uma pequena empresa de Coimbra, muito dinâmica e muito activa, conseguiu atrair a BMW. A BMW veio para Portugal e essa joint-venture emprega hoje em dia 1600 engenheiros. Afinal, também em países como a Alemanha se precisa de pessoas qualificadas e talentosas, tendo vindo a Portugal buscá-la. A formação é a pedra de toque de qualquer organização porque está na base da inovação. Se não houver capacidade de ir surpreendendo o nosso cliente, ele será surpreendido por um concorrente. Isso é inovação, que se faz com conhecimento.
Manuel Barata de Tovar: No nosso caso, somos uma empresa de serviços. A nossa matéria-prima são as pessoas, e só iremos produzir um bom produto se as pessoas garantirem qualidade. É absolutamente estratégico para nós termos as melhores pessoas. Temos duas vertentes: a maior parte das pessoas faz parte das equipas técnicas, pelo que as características técnicas são relevantes, mas, em particular, quando contratamos pessoas para as equipas de negócio, o mais fundamental é realmente isso, se são boas pessoas ou não, de ficarmos com uma impressão de honestidade. Na entrevista, é o factor mais fundamental, mais do que qualquer outra característica concreta. Acreditar na pessoa, acreditar que se vai empenhar e que vai evoluir connosco.
Paulo Barradas: Esta formação, felizmente, temos por decreto; como o ESG, que também temos por decreto, o que me incomoda um pouco. Preferia que fossemos nós a implementar os princípios ESG, não por obrigação. Mas compreendo os benefícios, claro. Em relação à formação, passa-se o mesmo. Há horas para cumprir, mas mais importante, é fazê-lo. O ROI da formação é certamente muito alto: uma população mais formada é uma população mais produtiva, o que aumenta imenso a competitividade das empresas.
Manuel Barata de Tovar: Creio que também se põe a questão de valer ou não a pena a educação formal; em termos de remuneração, os estudos demonstram que vale cada vez menos a pena. Em termos de ambição de progressão, se a pessoa não se contenta com os mínimos, precisa desta formação. Além disso, a actividade profissional não tem apenas por objectivo a remuneração, mas também a realização pessoal. Se ambicionamos realizar mais, a formação pode ser importante, para além do retorno financeiro.
Carmo Teixeira Diniz: Assim é que é uma verdadeira conversa orgânica. O tempo passa e estamos quase a chegar ao final. Proponho regressar ao tema da competição/concorrência. O Paulo já abordou, mas gostava de voltar a ele por ser interessante do ponto de vista do crescimento profissional. Como vêem este tema aos olhos de Deus?
Paulo Barradas: Eu não acho haja concorrência e competição: há partilha e cooperação. São duas palavras que aprecio e que trouxe do associativismo. Tenho tentado praticá-las ao longo da vida e o nosso crescimento tem sido feito nessa lógica de partilha: partilha com os outros, com quem sabe mais que nós, com o facto de entramos na cadeia global de fornecimento (é fundamental para as empresas portuguesas entrar nelas). A vida são dois dias e temos de andar depressa e de construir alguma coisa. Construímos com os outros e por isso a partilha é fundamental; só cooperando conseguimos andar para a frente.
Manuel Barata de Tovar: As empresas vivem em concorrência umas com as outras. Quando concorremos a um concurso, queremos ganhá-lo. Quando estabelecemos um contrato com outra empresa, queremos que a outra parte cumpra a sua parte. Pode até incorrer-se num litígio se isto não se verificar; se assim suceder, terá de ser sempre com amor e muita consideração pela contraparte e com grande respeito pelas regras do jogo e pela transparência. A concorrência existe, mas não me parece a tónica principal do trabalho. Num dia normal de trabalho, eu não penso na concorrência. Apenas ocorre em situações excepcionais ou pelas regras do mercado. Não é o motor do nosso trabalho nem acho que deva ser. Devemos promover as equipas com que trabalhamos e produzir um resultado final com a melhor qualidade possível.
Carmo Teixeira Diniz: Para terminarmos em beleza, e como estamos a fomentar a intergeracionalidade, ainda vos pergunto. Paulo, o que dirias a um jovem profissional NEXT em relação ao tema do crescimento no trabalho? Manuel, o que dirias a uma pessoa mais velha? Estás num lugar de empregador, mas terás certamente alguma coisa a dizer aos mais velhos.
Manuel Barata de Tovar: (sorrisos) Posso começar. O que posso pedir a quem está há mais anos na economia e no trabalho é que continue a trabalhar com os mais novos, na sua integração e formação no mercado de trabalho. Que trabalhe com empresas parceiras mais antigas e mais jovens, que na minha opinião cada geração tem as suas características, com deficiências e virtudes. O Paulo disse que os mais jovens estão mais habituados à rapidez do telemóvel; pode ser realmente um handicap, mas pode haver outras virtudes. É bom que no mundo do trabalho, nas nossas organizações e nos nossos parceiros, possamos enquadrar estas perspectivas. Na nossa jovem empresa temos sem dúvida excelentes experiências.
Paulo Barradas: Da minha parte, dizer aos mais jovens que nunca desistam e que comuniquem sempre. Que nunca batam a porta – é sempre a pior das decisões. Há sempre um caminho a fazer. Terem paciência de saber esperar e o Manuel abordou esse período de tempo que é incontornável. Comunicar sempre bem e obedecer à Doutrina Social da Igreja no que diz respeito à dignidade do ser humano, ao respeito pelo outro, calçarmos os sapatos do outro e pôr em prática o «trata os outros como gostarias de ser tratado». Promover um ambiente solidário, focado nos outros, e pensar sempre no bem comum das organizações e do mundo. Acreditar, ter confiança e trabalhar.
Carmo Teixeira Diniz: Muito obrigado aos dois por esta conversa tão orgânica e tão boa. Os nossos oradores conhecem-se bem e talvez tenha ajudado. Vamos preparar a próxima conversa NEXT. Obrigada também a todos os que participaram.
Sobre os oradores:
Paulo Barradas tem 58 anos e é casado há 34. Tem 4 filhos e 2 netos. É fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Bluepharma, que envolve já 17 empresas, Paulo Barradas Rebelo é também sócio gerente de um grupo de várias empresas detidas pela I.P.B.R. GEST, SGPS, Lda., além de fundador e co-gerente do Torre de Palma Wine Hotel, inaugurado em 2014, no Alto Alentejo. Desempenha, ainda, diversas funções no sector associativo, nomeadamente como Coordenador do Núcleo da ACEGE em Coimbra, Presidente do Conselho Fiscal da Associação Nacional das Farmácias e Presidente do Conselho Fiscal da Fundação Bissaya Barreto.
Manuel Barata de Tovar é solteiro por 3 meses e está noivo. Tem 29 anos, é formado em direito e co-fundador da The Loop co., empresa de tecnologia para a sustentabilidade. É também responsável pela ACEGE NEXT em Coimbra. É presidente da assembleia de freguesia de Coimbra.
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