A All4Integrity é uma Associação apartidária da sociedade civil para a sociedade civil criada a partir de uma iniciativa individual de André Corrêa d’Almeida, professor na Columbia University, lançada nas ruas de Nova Iorque no dia 5 de outubro de 2020, sob a designação #libertemomeupaísdacorrupção. Disseminado de forma célere, este movimento cívico integra o programa RedEscolas AntiCorrupção, que tem como objectivo juntar alunos, pais e professores na abordagem a este flagelo, tendo contado, na sua 1ª edição, com a participação de 17 Escolas, incluindo Ilhas e Macau. E não vai ficar por aqui…
Por ALEXANDRE ABRANTES NEVES

Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje. Tivesse André Corrêa d’Almeida de escolher um provérbio para caracterizar o seu sentido de cidadania e seria esta a expressão eleita. Há quase dois anos, em plena pandemia, este português emigrado nos Estados Unidos decidiu que era hora de deixar cair a máscara que mais males tem trazido à democracia portuguesa: a falta de estratégia na luta contra a corrupção. Por isso, a 5 de outubro de 2020 – e utilizando a simbologia do feriado da Implantação da República – André Corrêa d’Almeida, professor da Columbia University, saiu para as ruas de Nova Iorque num protesto pacífico. 

A frase que se lia nos cartazes que o acompanhavam (“#Libertemomeupaísdacorrupção”) contagiou tantos em Portugal e no mundo que rapidamente este movimento cívico se transformou numa associação. Em setembro de 2021, nascia a All4Integrity, a primeira associação portuguesa completamente apartidária, da sociedade civil e para a sociedade civil, e que pretende promover uma Cultura de Integridade em Portugal.

Porquê combater a corrupção a partir da Escola?

Gosto muito de provérbios populares – e quando penso em anticorrupção, há um que me surge de forma quase imediata: “não se constrói uma casa pelo telhado”. A sociedade portuguesa já se acostumou a coexistir com a corrupção. É este imobilismo, ancorado no “favorzinho” e na “cunha”, que nos impede de lutar ativamente contra a principal causa da prevalência da desigualdade económica e social em Portugal – a corrupção, claro.

Não faço parte, porém, daqueles que acham impossível quebrar a falta de iniciativa da população na luta contra a corrupção. Acredito, sim, que este processo é mais fácil se o desenvolvermos a partir da Escola – e se olharmos para as gerações mais novas como uma força motriz capaz de contagiar todos à sua volta, desde pais a professores e dirigentes educativos.

O que é a RedEscolas AntiCorrupção?

A RedEscolas AntiCorrupção é um dos programas fundadores da Associação All4Integrity. Na sua primeira edição, no ano letivo 2021/2022, contou com a participação de 17 Escolas, incluindo Ilhas e Macau, num total de quase 1400 alunos e 28 professores. O objetivo? Abordar o tema da (anti)corrupção de forma interdisciplinar e flexível, entrando pela escola recheado de sugestões de atividades – e nunca de imposições. 

O programa está dividido em três Missões: e o termo “missão” aplica-se aos professores, aos alunos, aos pais – a todos! – na luta pelo bem comum, pela integridade e pela transparência.

A primeira etapa, “Missão #1 – Conhecer para prevenir”, passa por apresentar o programa no interior da comunidade educativa – e dissipar o medo de falar da “corrupção” em contexto escolar, mostrando como se pode debater a temática com um foco cívico que vai para lá dos escândalos mediáticos. 

Já na Missão #2, “D’Olho na Corrupção”, o trabalho com os alunos deve focar-se nos números e consequências da corrupção, esclarecendo conceitos como “tráfico de influências”, “corrupção passiva” e “suborno”. Esta etapa conclui-se a 9 de dezembro, Dia Internacional Contra a Corrupção, com a apresentação pública dos trabalhos à comunidade educativa.

A última fase, “Missão #3 – Cidadão em Ação: Por uma Cultura de Integridade”, quer aproximar os alunos e professores do poder local e central. Seja através de entrevistas, debates ou visitas de estudo, a comunidade educativa deve compreender como a corrupção está presente no seu quotidiano e através de que medidas os responsáveis estão – ou não – a combatê-la.

Será esta uma missão possível?

A luta por uma Cultura de Integridade é a grande oportunidade para transformarmos a fundo as nossas instituições democráticas. É preciso construir um discurso positivo, mobilizador do Eu, do Tu e do Nós, que promova o sentido de espaço público e de bem comum – e que nunca dê por terminada a luta contra a corrupção. Tal como se pode ler na Bíbilia: “Levantai-vos, e ide-vos, porque este não é lugar de descanso; por causa da corrupção que traz destruição, sim, destruição enorme” (Mq 2, 10).

INFORMAÇÕES PRÁTICAS:

Consulte o nosso Plano de Ação para saber mais sobre o projeto.
De acordo com o Regulamento, o programa cumpre todas as disposições do Regulamento Geral da Proteção de Dados.
As inscrições para a RedEscolas AntiCorrupção estão abertas até 31 de outubro aqui

Alexandre Abrantes Neves

Diretor RedEscolas AntiCorrupção powered by All4Integrity. Estudante de Comunicação Social e Cultural na Universidade Católica Portuguesa e colaborador no jornal digital 7Margens.