Agregar no mesmo espaço vários equipamentos de resposta social – uma horta comunitária, um Centro de Actividades Ocupacionais, uma Unidade de Cuidados Geriátricos e uma creche -, com vista a rentabilizar recursos e proporcionar a interacção dos utilizadores, familiares e comunidade. É esta proposta da Aldeia Social que a Santa Casa da Misericórdia de Santo António está a criar em Lagoa, nos Açores, para colmatar as carências do concelho, explica ao VER o seu Provedor
A Santa Casa da Misericórdia de Santo António, no concelho açoriano de Lagoa, em São Miguel, assinou a 14 de Outubro a escritura de compra de um terreno para a implementação do projecto Aldeia Social. O terreno adquirido à Diocese de Hangra, em Santa Cruz da Lagoa, tem cerca de vinte mil metros quadrados e vai agregar diversas infra-estruturas que darão respostas ao nível social, com o objectivo de colmatar serviços que o concelho de Lagoa não dispõe até à data. No espaço da Aldeia Social funciona já, desde Setembro, o Banco Alimentar Contra a Fome e “a horta comunitária está prevista para breve”, adianta, em entrevista ao VER, João Manuel Moniz de Sousa, Provedor da Misericórdia. Considerado “de grande importância” para o concelho de Lagoa e para a ilha de São Miguel, este projecto é principalmente guardado pelo Centro de Actividades Ocupacionais, o qual constitui “uma resposta de grande necessidade” para o concelho de Lagoa, pois “é o único que não possui uma valência dessa natureza”. De sublinhar que existem já cerca de uma centena de famílias a aguardar por vaga nestes serviços. “Este é um passo arriscado, mas que mostra uma grande capacidade de visão para o futuro”, concluiu, defendendo “a necessidade de todas as instituições sociais estarem preparadas” para os tempos difíceis que se adivinham: “os próximos anos serão de grandes dificuldades e é nesta altura que precisamos de mais protecção social. Existe aqui um grande desafio que se coloca às Misericórdias e que é o de estar à altura de dar respostas às necessidades dos agregados familiares mais frágeis”. E se, por um lado, estas respostas “devem assentar em projectos de parceria com o município, Juntas de Freguesia e Governo Regional”, por outro, deve haver mais voluntariado nestas respostas sociais”, sugeriu o Presidente da Câmara Municipal de Lagoa. Como nasceu a ideia de criação de uma Aldeia Social e quais são os objectivos da iniciativa? Que importância assume para o concelho este projecto que vai reunir diversos equipamentos sociais? Quais são as necessidades mais prementes, face ao grave contexto de crise socioeconómica, que o projecto visa colmatar?
Está prevista a criação de uma horta comunitária, no imediato. Como irá funcionar e quantas famílias deverá beneficiar? Vamos encetar parcerias com a Direcção Regional da Agricultura e Pescas e com o Instituto para o Desenvolvimento Social dos Açores, o primeiro para colaborar no apoio técnico e o segundo para nos sinalizar as famílias. Neste momento, é difícil quantificar o número de beneficiários; o que podemos adiantar é que existe cerca de vinte mil metros quadrados disponíveis para o efeito. Quando espera que fiquem em funcionamento o Centro de Actividades Ocupacionais, a Unidade de Cuidados Geriátricos e a creche? Como avalia o facto de existirem já cerca de uma centena de famílias no concelho que aguardam por vagas para o CAO? Que serviço irá este equipamento disponibilizar para jovens, idosos e pessoas com necessidades especiais? Relativamente aos escalões etários que vamos abranger, é assunto que vai ser estudado por uma equipa multidisciplinar, com vista à elaboração dos projectos de arquitectura e especialidades.
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Jornalista