Uma palavra me ressoa: Se não tiver Amor, nada sou (da carta de São Paulo aos Coríntios). Pois acrescento, à luz da missão da ACEGE, se não tiver Amor e Verdade, nada sou. Isto é o Natal, não na temporalidade deste tempo, mas como luz para o caminho, orientação e vida. Não se esgota neste tempo, mas perdura
POR JOÃO PEDRO TAVARES

E viajamos nessa carta à luz de hoje: ainda que eu tenha sucesso, seja um fantástico comunicador, com carisma, se não tiver Amor e Verdade, serei oco, sem sentido.

Ainda que eu tenha talento e me destaque, pleno de dons e capacidades, mobilize pessoas e empresas, se não tiver Amor e Verdade na forma de discernir e decidir, cuidado com os outros, compaixão e misericórdia, nada seria.

Ainda que seja, aos olhos do mundo e de mim mesmo, generoso com os bens, goze de boa imagem e seja respeitado, considerado e apreciado, elogiado e cumpridor, uma boa pessoa, se não tiver Amor e Verdade, de que me vale?

Ainda que tenha sucesso e bons resultados, seja escutado com atenção, boa capacidade de transformação, uma carreira excelente, se não tiver Amor e Verdade, é tudo em vão.

De facto, o amor na verdade, profundamente vivido, é paciente, é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

É esta a minha luz ao querer viver o Amor e a Verdade em todas as circunstâncias. É este o carácter de quem vive o Amor e a Verdade. Mas, não estando ao meu alcance entendo que preciso de morrer para tudo o resto para que tudo possa renascer de outra forma. E então sim, estarei em caminho de Natal, de Páscoa, de ressurreição.

Então sim, não serei guiado pelo sucesso, mas pela eternidade pois o amor jamais passará. Não trocarei eternidade pelo sucesso, nem o ser pelo parecer ou o ter. Tudo o resto passará e desaparecerá, é passageiro. Os resultados, os bens, o sucesso, pois o nosso conhecimento é limitado e a nossa peregrinação é finita.

É no Amor e na Verdade que se atinge a perfeição e desaparecerá o que é limitado. E porque já sou na natureza, o que ainda não sou na identidade (de filho), quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei livre, adulto, consciente daquilo a que sou chamado, deixei o que era próprio de criança.

Agora ainda vejo como em espelho e de maneira confusa; mas um dia verei face a face. É esta a esperança em que caminho! Agora o meu conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido, na identidade plena do que já sou na natureza. É esta a Fé em que caminho!

Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor.

Presidente da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores