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A actual política económica não convence a maioria dos empresários nacionais. Para a quase totalidade dos gestores inquiridos no último barómetro mensal da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores (83,2%), as medidas do Governo nesta matéria não satisfazem. Opinião contrária têm 15,2% dos participantes no inquérito realizado em parceria com o Observador, a TSF e a Netsonda. Apenas 1,5% dos executivos consideram que a actual política económica é boa.
Concretamente em relação à previsão do défice estipulada no Orçamento do Estado para 2017, na ordem de 1,6% do Produto Interno Bruto, também uma larga maioria dos empresários cristãos (83,2%) não acredita que esta meta vá ser cumprida – contra somente 10,7% dos inquiridos que se manifestam optimistas sobre o cálculo do Governo, e 6,1% que não sabem/não respondem.
Maioria concorda com a declaração automática de rendimentos
Os gestores que participam na edição de Novembro do Barómetro da ACEGE estão igualmente unidos contra a nova tributação do património imobiliário de valor superior a 600 mil euros: mais de dois terços (79,2%) discordam desta medida fiscal, apenas 17,3% concordam e 3,6% não sabem/não respondem.
Por outro lado, a maioria (64%) está de acordo com a declaração automática de rendimentos a partir de 2017, contra 22,8% que não concordam com o pré-preenchimento, pela Autoridade Tributária e Aduaneira, da declaração do Imposto sobre Rendimentos das Pessoas Singulares (IRS), e 13,2% que não sabem/não respondem.
No inquérito, que mensalmente toma o pulso ao sentimento económico face às questões da actualidade, as opiniões dividem-se quanto à excepção aberta nas regras de remuneração dos gestores públicos para permitir salários mais elevados na Caixa Geral de Depósitos (CGD): 51,8% não concordam e 46,2% concordam com esta excepção (2% não sabem/não respondem).
[quote_center]Os gestores estão unidos contra a tributação do património imobiliário superior a 600 mil euros[/quote_center]
Ainda perante a polémica em torno da CGD, a maioria dos empresários cristãos (67%) antecipou a demissão da administração do banco público, considerando que a mesma deveria sair de funções caso a sua equipa não apresentasse a declaração de património e de rendimentos ao Tribunal Constitucional (TC) – o que acabou por acontecer mesmo tendo o então presidente da CGD, António Domingues, e vários outros administradores, optado por entregar as suas declarações no TC. Só 27,4% dos respondentes se posicionou contra esta demissão (e 5,6% não sabem/não respondem).
Outra das principais conclusões da última edição do Barómetro da ACEGE revela que a larga maioria dos gestores defende que se as empresas assumissem um compromisso maior na Conciliação Família e Trabalho seriam mais produtivas. Um total de 87,8% acredita que este factor poderia aumentar a produtividade, enquanto uma franca minoria de 5,6% não acredita neste efeito, e 6,6% não sabem/não respondem.
Na mesma linha, 74,6% dos inquiridos acreditam que se as empresas adoptassem horários mais flexíveis e mais reduzidos essas medidas poderiam ajudar a aumentar a natalidade – contra 16,2%, e 9,1% que não sabem/não respondem; e 79,2% acreditam que o excesso de horas de trabalho pode gerar uma crise conjugal – contra 16,2%, e 4,6% que não sabem/não respondem.
Por último, à questão fixa do Barómetro “Como define o seu estado de espírito em relação ao País?”, os executivos reagem demonstrando, mais uma vez, um sentimento pessimista. Os empresários e gestores “moderadamente pessimistas” constituem a maioria, com 45,7% das respostas (um agravamento ligeiro face à edição de Outubro do Barómetro da ACEGE, que registou 43,5% neste pessimismo moderado). Seguem-se os “francamente pessimistas”, com 23,9% (26,2%, em Outubro); os que não estão “pessimistas nem optimistas”, com 16,8% (13,6%, em Outubro); e os “moderadamente optimistas”, com 13,7% (16,8%, em Outubro). Ninguém se manifesta francamente optimista em relação à actual situação do País.
Realizado em colaboração com a Netsonda junto de altos responsáveis de empresas portuguesas, este inquérito mensal é constituído por perguntas de sentimento económico formuladas pelos três parceiros da iniciativa e enviadas aos gestores associados da ACEGE. A presente edição do Barómetro foi realizada entre os dias 4 e 14 de Novembro, período durante o qual foram questionados 1203 empresários e validadas 197 respostas.
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