Uma rede social escolar na Net, em ambiente colaborativo, que disponibiliza a toda a comunidade educativa um conjunto integrado de funcionalidades que permitem abordagens mais motivadoras, interactivas e divertidas, estimulando a autonomia e a criatividade. As Escolinhas já estão a ser comercializadas, através de uma licença experimental do software e da posterior aquisição da aplicação pelas escolas e encarregados de educação. E o próximo passo, a internacionalização, já está em marcha, com experiências no Chile e no Texas, e contactos no Brasil e em vários países africanos e asiáticos com destaque para China e Macau
POR GABRIELA COSTA

© escolinhas.pt

A Tecla Colorida nasceu em Dezembro de 2008, fruto de uma parceria entre Ademar Aguiar, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e dois colegas, no âmbito de uma candidatura ao QREN – Inovação (Projectos de Empreendedorismo Qualificado). Face a um investimento global de quase 670 mil Euros, a candidatura foi dotada de um incentivo elegível de cerca de 352 mil Euros.

Os três promotores do projecto, a que se juntou um novo sócio em Junho de 2009, a empresa Dueto, concentraram-se numa missão: criar aplicações online para a educação para consolidar a plataforma escolinhas.pt (um espaço educativo de colaboração, comunicação e partilha entre alunos, encarregados de educação e professores do Ensino Básico) e fazê-la evoluir de protótipo para produto, com vista à exploração comercial no mercado nacional e internacional.

Esta “evolução para um produto comercializável” como lhe chama Ademar Aguiar, é agora uma realidade à vista, com a expansão desta rede social escolar, que começou por ser testada em 54 escolas do primeiro ciclo do Ensino Básico do Porto, a várias outras instituições dos ensinos Preparatório e Secundário, um pouco por todo o país.

Desta forma, à versão gratuita que, desde o ano lectivo 2009/10, se encontra disponível para todos os alunos, professores, encarregados de educação e agentes educativos do ensino Básico, reunindo as funcionalidades essenciais desta plataforma educativa, a empresa soma agora a comercialização de uma licença que permite a utilização do software durante um período experimental.

Findo esse período, a escola adquire a aplicação por um montante de cem Euros anuais. Já para os pais ou outros familiares que sejam encarregados de educação dos alunos existe uma licença opcional, que pode ser adquirida por dez Euros anuais.

Em declarações à imprensa, Ademar Aguiar adiantou que o próximo passo da Tecla Colorida – crescer fora do mercado nacional – já está em marcha: “houve uma experiência de seis meses no Chile, temos vários projectos-piloto no Estado norte-americano do Texas, através da Universidade de Austin, e temos respondido a pedidos que surgem do Brasil, de vários países africanos e também da Ásia, sobretudo Macau e China”, disse recentemente.

Um facebook educativo
Mas, em concreto, o que permite esta rede social escolar? As Escolinhas são uma espécie de “representação oficial na Web da escola real”: à plataforma apenas podem aceder alunos, pais e professores oficialmente legitimados pela respectiva escola, o que garante “uma privacidade, segurança de acesso e simplicidade natural a todos os seus utilizadores”, garantem os promotores do projecto. O risco de violação dos dados de cada utilizador está, pois, “devidamente salvaguardado”.

Tal como outras ferramentas da Web 2.0 ou Web Social, as Escolinhas recorrem a ambientes de aprendizagem colaborativos e sociais que permitem aos ‘nativos digitais’ desenvolver as capacidades de aprendizagem, inovação e criatividade de forma natural .
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Aos mais pequenos (com idades compreendidas entre os quatro e os doze anos), as Escolinhas permitem uma aproximação gradual às Tecnologias de Informação e Comunicação (computadores, Internet, quadros interactivos, ferramentas de comunicação electrónica e software social). Os alunos podem ler, escrever, pintar, desenhar, calcular, raciocinar, colaborar, brincar, jogar, partilhar, comunicar e conversar com a sua rede habitual de colegas de escola, amigos, encarregados de educação e professores.

O objectivo é que desenvolvam “e-skills fundamentais, de forma naturalmente integrada nas práticas de ensino formal e informal”, tanto na sala de aula, como em actividades extracurriculares, em centros ATL, nos tempos livres, em casa ou em qualquer outro lugar, divulga a Tecla Colorida.

Segundo Ademar Aguiar, quando a Tecla Colorida foi idealizada, havia em Portugal “um desfasamento entre o mundo real, onde as crianças tomam contacto desde cedo com as novas tecnologias, e a escola”. Na sua opinião, actualmente “a sala de aula deixou de ser o espaço exclusivo de aprendizagem. Muito do conhecimento aperfeiçoa-se no mundo virtual”.
Por isso, o docente resolveu apostar na criação de um espaço digital oficial para cada escola, “no qual associamos a componente educativa e pedagógica à componente colaborativa e social, que é comum nestas plataformas”, explica.

À Renascença, Ademar Aguiar adianta que nesta fase do negócio o volume de facturação da empresa “é ainda residual: estamos num ponto de maturação do produto e de conhecimento a nível internacional que vai permitir, via produto ou via derivados da tecnologia que utilizamos, alcançar a sustentabilidade da empresa ainda durante este ano”.

A Tecla Colorida dispõe de uma equipa de seis pessoas, entre engenheiros informáticos, criadores de software e uma webdesigner, que operacionalizam o projecto num escritório instalado numa das muitas salas do pólo de indústrias criativas do UPTEC, a incubadora de empresas da Universidade do Porto.

Partilhar a “escola real”
Colaboração e partilha são os conceitos principais desta plataforma online. A partir de um conjunto de funcionalidades Web 2.0 seleccionadas e adaptadas aos ambientes escolares do 1º e 2º ciclo do Ensino Básico, de modo “a serem de elevada usabilidade e simplicidade de aprendizagem”, as Escolinhas fazem a ligação entre os diversos intervenientes da comunidade educativa.

Operacionalizado através das cada vez mais populares redes sociais – com destaque para o Facebook – o projecto, que tem no endereço schoooools.com a sua versão internacional (disponível, em versão Beta, para todos os países aderentes a nível mundial), replica numa plataforma educativa Web 2.0 “a escola real”.

O objectivo é disponibilizar a toda a comunidade educativa um conjunto de funcionalidades “que permitem integrar as TIC nas práticas de ensino-aprendizagem de uma forma simples e gradual, permitindo assim a experimentação de abordagens mais motivadoras, interactivas, colaborativas e divertidas, em que o ensino informal, a autonomia e a criatividade podem ser significativamente potenciados, com todas as vantagens daqui decorrentes”.

A exemplo de outras ferramentas de colaboração e comunicação da Web 2.0 ou Web Social, como wikis, blogs, email ou instant messaging, as quais têm vindo a assumir um papel preponderante na forma como interagimos, esta plataforma recorre a ambientes de aprendizagem colaborativos e sociais “que permitem aos ‘nativos digitais’ desenvolver as capacidades de aprendizagem, inovação e criatividade de forma natural”, defende a Tecla Colorida.

Criatividade digital
E a arte de inovar tem agora um novo espaço para as Artes, com o lançamento das Escolinhas Criativas, projecto de investigação e desenvolvimento financiado também pelo QREN – Inovação, mas na área de I&DT. A iniciativa potencia as actividades artísticas suportadas na mais recente tecnologia Web e nos media digitais, como infografias, áudio, música, vídeo, animação, TV na Web, jogos interactivos e ambientes virtuais.

O desafio é expandir os espaços escolares na Web já existentes no escolinhas.pt “que possibilitem, fomentem e potenciem ainda mais a colaboração, inovação e criatividade nas actividades de ensino e aprendizagem, no seio das comunidades educativas alvo”.

As Escolinhas Criativas disponibilizam aos utilizadores do escolinhas.pt funcionalidades e serviços que suportam a criação, colaboração e partilha de novos tipos de conteúdos digitais, permitindo-lhes assim “explorar os novos media digitais, em ambientes de e-learning seguros e supervisionados”.

O projecto conta com a colaboração de diversas entidades do sistema tecnológico científico nacional, incluindo o INESC Porto, Universidade do Porto (FEUP e FBAUP), Instituto Superior de Engenharia do Porto e Universidade do Minho, bem como de escolas do Ensino Básico do 1º e 2º ciclo e de escolas artísticas “com requisitos especiais em termos de áudio, vídeo, ou media digitais”. A RTP e a Microsoft são também parceiras, apoiando, respectivamente, a área de produção e arquivos audiovisuais, e a área tecnológica para o processamento, visualização e gestão dos conteúdos.

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