POR MIGUEL CRUZ
A falta de pontualidade nos pagamentos é, em geral e também entre nós, reconhecida como uma prática que penaliza o desempenho das empresas e das economias, contribuindo para baixar os níveis de reputação e da qualidade do ambiente de negócios.
Trata-se de uma realidade que importa tentar alterar, de forma rápida e sustentada, e que implica, para além do quadro regulamentar estabelecido, uma ampla mobilização de esforços e de vontades.
Na realidade e, segundo dados recentemente divulgados pela ACEGE, um ano depois da entrada em vigor da legislação harmonizada sobre prazos e pontualidade nos pagamentos, é possível verificar que a cultura de responsabilidade nestas matérias tende a afirmar-se. Contudo, há que reconhecer que o ritmo é lento e que a grande maioria das empresas reporta ainda não reconhecer melhorias ao nível do cumprimento de prazos no seu perímetro de negócios.
É neste contexto que nos parece oportuno intensificar as actividades de divulgação do quadro regulamentar em vigor e de promoção de uma cultura mais responsável em matéria de cumprimento dos prazos de pagamento.
Acreditamos que é possível aumentar a sensibilização de todas as partes envolvidas nestes processos, demonstrando o impacto positivo que uma cultura de respeito pelos prazos de pagamentos introduz na competitividade da economia, no crescimento e no emprego.
Num momento em que a economia portuguesa começa a dar sinais de retoma de crescimento e de alguma recuperação do emprego, os líderes empresariais sabem que precisam de afirmar estratégias inovadoras, ousadas e competitivas. Estamos certos que todos saberemos também reconhecer o enorme potencial de criação de valor associado a comportamentos de maior responsabilidade e rigor na pontualidade dos pagamentos, através de um contributo activo para o compromisso nacional com o crescimento e o emprego.
Presidente do Conselho Directivo do IAPMEI