Quadros de parceiros da EPIS – como a Galp, a EDP e a Somague – vão trabalhar voluntariamente na orientação profissional de jovens em risco, no âmbito do programa “Vocações de Futuro”, lançado recentemente pela EPIS. Alargar os horizontes destes jovens “ajudando-os a despertar as suas vocações pelo contacto directo com vivências novas”, é o desafio no próximo ano lectivo, adianta, em entrevista ao VER, o director-geral da EPIS, Diogo Simões Pereira
Um modelo de voluntariado empresarial “focado na apresentação de possibilidades de carreira, que ajude os jovens a orientarem o seu esforço escolar numa direcção que os interesse e motive”, é o objectivo da iniciativa “Vocações de Futuro”, garante António Pires de Lima, presidente da Associação EPIS – Empresários pela Inclusão Social. O programa vai promover, no próximo ano lectivo, a descoberta de caminhos profissionais que permitam aumentar a empregabilidade futura, complementando a metodologia da Associação de capacitação de alunos do 3º ciclo para o sucesso escolar. Quadros de empresas como a Galp, a EDP e a Somague (parceiras da EPIS) vão trabalhar voluntariamente na orientação profissional destes jovens, “alargando os seus horizontes e ajudando-os a despertar as suas vocações, pelo contacto directo com vivências novas”, adianta o director-geral da EPIS, Diogo Simões Pereira. O projecto, que visa ter uma abrangência nacional, arrancou com uma iniciativa simbólica, a “Rota das Vocações de Futuro”, que permitiu a 43 jovens que recuperaram com sucesso as suas notas em 2010/2011, experienciarem o quotidiano inerente à actividade de uma grande empresa, de uma fábrica, de uma refinaria, de uma instituição cultural, de uma escola superior e até de um estúdio televisivo. A EPIS defende, desde 2006, a inclusão social através da Educação, pilar de base para o desenvolvimento sustentável de qualquer sociedade. Em cinco anos, a Associação ajudou a criar 1074 novos bons alunos em mais de 50 concelhos, envolvendo 150 escolas. No ano lectivo 2011/2012, vai também lançar bolsas sociais para escolas que tenham uma estratégia de inclusão social consolidada, destinadas a alunos do secundário em condição vulnerável. Qual é o grande desafio deste novo modelo de voluntariado empresarial que promove o sucesso escolar através da descoberta das vocações dos jovens? De que importância se reveste, para o sucesso do projecto, a parceria com várias empresas associadas da EPIS, que vão dar orientação profissional aos jovens de forma voluntária?
Que significado poderá ter a experiência retirada da “Rota das Vocações de Futuro” na orientação destes jovens para uma carreira profissional para a qual tenham perfil? O contacto com o mundo profissional visa ajudar a caracterizar e a descodificar para estes jovens os diferentes perfis profissionais existentes, ajudando-os a escolher de forma consciente a actividade que quererão desempenhar quando deixarem os estudos. Qual é a importância do projecto na difícil conjuntura socioeconómica que o país atravessa, particularmente no que concerne a empregabilidade futura? Que mensagem se poderá retirar do facto de o projecto ser “apadrinhado” pelo Presidente da República, que se comprometeu pessoalmente com a iniciativa, acolhendo em Belém os jovens participantes na rota inicial? Face às dificuldades crescentes que as famílias terão de enfrentar no curto prazo, que resultados práticos poderá ter a atribuição de bolsas sociais a alunos do secundário no combate ao abandono escolar? A EPIS tem hoje mais de 180 empresas associadas e actua em mais de cinquenta concelhos, envolvendo 150 escolas. Que balanço faz da vossa missão de capacitação de jovens em risco dos 2º e 3º ciclos, bem como da promoção de boas práticas ao nível da gestão nas escolas? Face aos mais de dez milhões de euros investidos, nos últimos quatro anos, na promoção da Educação pela inclusão social, como comenta os resultados atingidos pela EPIS? A Associação pretende continuar a ajudar os jovens a realizarem-se pela educação, levando o trabalho da rede de mediadores e o trabalho de proximidade que tem sido feito a cada vez mais jovens. Neste sentido, estamos disponíveis para, à semelhança do que sucedeu com ministérios anteriores, sensibilizar a nova equipa do Ministério da Educação sobre a vantagem de estender a metodologia que tem sido utilizada a mais escolas e autarquias e, até mesmo, contribuir para que a mesma possa ser internalizada no próprio sistema educativo. Os resultados mais recentes também revelam uma evolução positiva. No ano lectivo 2010/2011 obteve-se, nas notas do segundo período, um crescimento de 18,1 por cento dos alunos que terminaram esse período com apenas duas ou menos negativas, enquanto no ano lectivo anterior a percentagem foi de 6,8 por cento. Além do número de negativas ter decrescido, no ano lectivo 2010/2011 as notas negativas de 1027 alunos foi de 28,1 por cento, menos 10,1 por cento do que no ano transacto. A atribuição da classificação com nota 3 cresceu 3,3 por cento, a nota 4 subiu 5,3 por cento e a classificação com 5 registou uma subida de 1,7 por cento. Que projectos destaca no plano de acção da EPIS para o futuro próximo e como comenta o actual funding de associados? A associação terminou o exercício de 2010 com 53 associados e oito parceiros. Estamos a desenvolver esforços para contar com cada vez mais apoios nesta missão. |
|||||||
Jornalista