É necessário seguir um caminho reto, claro e que sirva de luz para quem vem a seguir. Neste contexto, surge o conceito de sustentabilidade, tão difundido agora que quase se torna vago. Com o tempo, a questão da sustentabilidade tem sido privada do seu significado mais amplo, como se apenas estivesse relacionada com as alterações climáticas
POR AGOSTINHO OLIVEIRA
«Quero dizer: continuem assim! Continuem a cavalgar as ondas do amor, as ondas da caridade, sejam surfistas do amor».
Foi sob este mote, dado pelo Papa Francisco nas Jornadas Mundiais da Juventude, que no dia 3 de Fevereiro a ACEGE movimentou jovens trabalhadores cristãos a refletirem, entre diversos temas, sobre sustentabilidade empresarial. É, de facto, louvável este associativismo que provoca um debate de ideias acerca de assuntos tão importantes, prementes e carentes de prática.
A Igreja impulsiona, constantemente, cada cristão a dar vida ao Evangelho, pois este não é estático, mas constante revolução. Não é teoria irrealizável, é prática desconcertante. Como tal, somos chamados a viver sob esta matriz cristã em todas áreas da nossa vida: pessoal, familiar, social e profissional.
Após uma introdução ao trabalho realizado ao longo dos anos por parte da ACEGE, cativantes testemunhos sobre diferentes tipos de empreendedorismo e ainda uma Missa (pois nem só de pão vive o Homem), os participantes foram distribuídos por grupos. O grupo no qual estive incluído centrou-se no tema Ser Empreendedor do Futuro.
Não há futuro sem responsabilidade. É necessário seguir um caminho reto, claro e que sirva de luz para quem vem a seguir. Neste contexto, surge o conceito de sustentabilidade, tão difundido agora que quase se torna vago. Com o tempo, a questão da sustentabilidade tem sido privada do seu significado mais amplo, como se apenas estivesse relacionada com as alterações climáticas.
Contudo, com o decorrer do debate sobre de como tornar o nosso local de trabalho mais sustentável, tornou-se claro que sustentabilidade é preparar o futuro de todos, com todos, para todos. Todos, todos, todos. Tal objetivo apenas se torna exequível na medida em que cada colaborador, seja do setor público ou do privado, se sente ouvido, se sente parte da missão, se sente parte do caminho. Neste sentido, é ponto assente que se torna necessário dar ouvidos, e seguidamente, proporcionar condições aos colaboradores, criando pequenos organismos de poder, autênticos centros de responsabilidade, com os seus direitos, os seus deveres e as suas vozes na organização. Só assim se pode criar um ambiente de trabalho verdadeiramente digno, motivador, construtivo e exigente.
À luz daquilo que são as ideias do Papa Francisco para vivermos no mundo da Ecologia Integral, o debate foi clarificando dois pontos fulcrais: o primeiro diz respeito ao facto de que a integralidade consiste em ir em busca de quem está nas periferias ou nos lugares mais abaixo da cadeia e trazer essas pessoas para o centro da discussão, dando-lhes condições para serem parte integrante da tomada de decisão, não caindo no esquecimento. O segundo consiste na ideia de que tanto as empresas como o Estado se devem propor a uma missão de sustentabilidade exequível, mas com impacto, ambição e nexo.
Após este debate de ideias, saíram propostas concretas para apresentar ao Plenário, composto por todos os participantes, passando verdadeiramente da teoria à prática. Para tal, tornou-se evidente que seria preciso adotar um modo de estar muito típico do Papa Francisco: em constante revolução, não ficando no sofá. E, para sermos parte desta Igreja «em saída» tão desejada pelo Papa, tudo começa com duas perguntas:
Onde estamos? E para onde queremos ir?
Agostinho Oliveira
Tem 24 anos e é recém-licenciado em Gestão na Universidade Católica
Onde estamos? E para onde queremos ir?
Estamos em época de mudança!
Queremos ir para o BEM em harmonia com as PESSOAS, a terra comum, com verdades absolutas e relativas de opinião diversa, ouvir os mais velhos com sua sabedoria, mas os mais novos têm o domínio das tecnologias, para a BELEZA e ninguém tem a resposta mas que dá felicidade sempre, mesmo com doenças ou idade ou jovens solitários
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