No encerramento do congresso “Construtores de Esperança”, Patrícia Liz, recém-eleita presidente da ACEGE, partilhou um testemunho pessoal e tocante, traçando as linhas de continuidade e renovação de uma missão que vê como um caminho de fé, serviço e responsabilidade
POR HELENA OLIVEIRA
“Simplesmente arrebatador.” Foi assim que Patrícia Liz descreveu o efeito do congresso que reuniu durante dois dias empresários, gestores, académicos e líderes cristãos em torno de um mesmo propósito: construir esperança nas empresas. No seu discurso de encerramento, marcado por emoção, gratidão e visão, a nova presidente da ACEGE sublinhou que “não há caminhos de prosperidade que se façam sozinhos”. E descreveu a experiência de escuta e comunhão que marcou o encontro. “Estar estes dois dias a perceber o acolhimento, a disponibilidade, a vontade de estarmos juntos… tantas graças recebidas”, afirmou, visivelmente emocionada.
Começou por agradecer. A Deus, “por me colocar aqui”, e a João Pedro Tavares, de quem recebeu a passagem de testemunho da liderança da ACEGE: “Nele vejo Jesus. Procuro sempre perceber onde está Jesus em cada um que se cruza comigo.” A amizade que se construiu entre ambos ao longo de dois mandatos na direcção executiva é, para Patrícia Liz, uma expressão da graça de Deus. E não escondeu o orgulho por ver o presidente cessante assumir agora a presidência da UNIAPAC Europa, com a convicção de que “seguimos juntos, como vivemos sempre”.
A nova presidente da ACEGE fez também questão de expressar a sua gratidão a todos os que a acolheram na sua nova função, sublinhando o impacto positivo do acolhimento das várias entidades e pessoas que a receberam com palavras de encorajamento e o quão fundamental foi esse apoio.
Reconheceu também o papel fundamental da equipa da ACEGE, dos colaboradores, dos que “fazem acontecer todos os dias”, destacando o trabalho discreto, mas constante de Jorge Líbano Monteiro, secretário-geral da associação: “Desde o primeiro minuto acolheste-me”, sublinhou.
Patrícia fez questão de resumir o espírito do congresso nas palavras que mais ouviu e sentiu: escuta, paciência, generosidade, empreendedorismo, luz, paixão. “Falámos em viver com alma e com calma. Porque com serenidade tudo se faz melhor.” E, sobretudo, falou-se de amor. “Aquele amor que não acaba e não depende do que é exterior a nós.”
Sublinhou ainda o desafio de se ser um líder cristão: “Falámos na diferença de se ser um líder cristão. De rezar as nossas decisões de gestão. No dia-a-dia. Não só de vez em quando.”
Com os olhos postos no futuro, delineou três grandes prioridades para os próximos três anos: crescer no número de associados (já perto dos 1200), alargar o impacto dos cinco programas da ACEGE junto de empresas e líderes, e garantir a sustentabilidade da associação, “para que possamos solidificar a nossa existência, garantindo que prosperamos e ajudamos a prosperar”.
Como também referiu, “a responsabilidade dos programas que temos de mãos cresce à medida que cresce o número de empresários e gestores que acreditam em nós e se suportam nos nossos programas para fazer com que a nossa missão seja mais vivida. Para que o testemunho da comunidade que somos chegue a mais pessoas e, assim, expandirmos o bem que fazemos”.
Mas talvez o ponto mais alto da sua intervenção tenha sido o apelo à comunhão e à missão: “Queremos ser agregadores, em proximidade constante com a Igreja, a Academia e as empresas.”
“Num mundo empresarial e no mercado laboral cada vez mais complexo, queremos ser referência e aproveitar esta oportunidade de ouro que é trazer esperança no meio do desânimo e da desorientação a que muitas vezes assistimos. Queremos ser um farol que oriente os jovens no mundo do trabalho e um elo de ligação destes com os mais seniores, conjugando assim a solidez da experiência com a energia jovem e renovadora”, referiu ainda.
No final, partilhou traços da sua identidade pessoal e espiritual. “Sou a Patrícia, sou uma pessoa que gosta de estar próxima, gosto das pessoas, gosto de ver o que acontece nos bastidores.” Citou o Evangelho: “Marta, Marta, andas tão atarefada… Maria escolheu a melhor parte.” E reafirmou a essência do seu caminho: “Em tudo, amar e servir.”
Com voz firme e emoção contida, concluiu com a mensagem que deseja deixar como legado: “Jesus disse-nos: ‘Não tenhais medo, Eu estarei convosco até ao fim dos tempos.’” E explicou o que é, para si, a fé: “É ver Deus em todas as coisas. É caminhar com Ele ao nosso lado. É não ter medo. É nunca esmorecer. É ver sempre o copo não meio cheio, nem meio vazio – porque tudo é graça de Deus.”
A sala escutou em silêncio. E quando terminou, ficou a certeza de que esta nova etapa da ACEGE começa com um coração cheio, e um rumo claro: “A liderança é uma viagem, não um destino. Ser líder cristão é ser um caminhante ao serviço dos outros, de olhos postos na eternidade.”
Nota: Para aceder à intervenção de Patrícia Liz na íntegra siga este link
FOTO: Inês Machado. © ACEGE 2025.
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