“O papel da digitalização da economia para o desenvolvimento do território” foi o tema discutido no webinar organizado pela Associação dos Consultores de Negócios, Gestão, Investimento, Inovação e Internacionalização de Portugal (ACONSULTIIP), na passada quinta-feira, e teve como pano de fundo as promessas e os desafios da Sociedade 5.O, a filosofia nascida em berço japonês, mas que está a ser equacionada, enquanto “plano para o futuro” por um conjunto de países, nomeadamente pelos que pertencem à OCDE. O VER foi convidado a participar neste debate, apresentando as linhas gerais que definem esta sociedade super-inteligente e baseada também na imaginação que, através do progresso tecnológico, visa ter o ser humano no seu centro, ao mesmo tempo que promete respostas para os desafios mais prementes que atormentam a humanidade
POR HELENA OLIVEIRA

Imaginemos…

… uma aldeia perdida no meio de uma serra do interior visitada por veículos autónomos que trazem os jornais do dia para os idosos que se juntam no café em acesa discussão sobre os últimos resultados futebolísticos. E o cabrito que a D. Maria precisa para preparar o seu famoso assado de Domingo. E também a equipa de enfermeiros que vai vacinar as crianças da escola local.

Imaginemos a jovem que, para ser diferente das amigas, escolhe a cor e o tecido das suas roupas a partir de um qualquer dispositivo electrónico, encomendando-as directamente da fábrica de vestuário e esperando que as mesmas sejam entregues por um drone e de preferência rapidamente pois tem uma festa no fim-de-semana.

Imaginemos o Doutor X a consultar os seus pacientes no conforto da sua própria casa através de um simples ecrã e, enquanto os examina à distância, tem um robô como companhia que aspira pacientemente o seu tapete e rega as suas plantas, sabendo qual a quantidade de água e nutrientes necessários para que estas não morram.

Imaginemos o lar ao fundo da sua rua, onde uma equipa de robots inteligentes está a ajudar a cuidar dos idosos. Na cozinha, o frigorífico monitoriza o estado dos alimentos armazenados para reduzir o seu desperdício, sem esquecer as dietas personalizadas que serão servidas ao jantar, pois o senhor Joaquim, hipertenso, não pode comer sal e a D. Gertrudes, com historial de colesterol, não pode abusar dos molhos.

Imaginemos as cidades alimentadas por energia fornecida a partir de fontes limpas e descentralizadas para satisfazer somente as necessidades específicas dos seus habitantes. Ou os sistemas ciberfísicos avançados que mantêm em funcionamento as infra-estruturas vitais das localidades e que estão prontos, por exemplo, para substituir, de imediato, os postos de trabalho deixados livres pelos funcionários que estão quase a entrar na idade da reforma.

Imaginem-se a passear numa zona rural e, perto de uma manada de vacas, a paisagem que se estende sobre os vossos olhos mostra também tractores autónomos a trabalhar sem parar nos campos verdejantes.

Imaginem também que a utilização de veículos autónomos e de drones no sector dos transportes públicos, na logística, na agricultura e na construção ajuda a resolver – ou pelo menos a mitigar – problemas como a escassez de mão-de-obra, a reduzir os acidentes na estrada, a optimizar as cadeias de abastecimento e a levar serviços cruciais a pessoas com mobilidade reduzida em áreas remotas.

Imaginemos que graças a sistemas inteligentes, o nosso estado de saúde é permanentemente monitorizado, o que nos ajudará a evitar doenças futuras ou atacá-las precocemente, o que nos permitirá mimar os nossos netos ou bisnetos, dado o aumento significativo da nossa esperança de vida.

Por fim, imaginemos de que forma as tecnologias emergentes poderão ajudar a solucionar alguns dos desafios globais que atormentam a humanidade:

  • seja a redução dos gases com efeitos de estufa para combater as alterações climáticas;

  • o aumentar da produção e da redução da perda de bens alimentares para ajudar os 270 milhões de pessoas que, todos os dias, acordam e se deitam com fome;

  • seja permitir que os 280 milhões de crianças que não vão à escola possam ter acesso à educação;

  • ou ainda acabar com a terrível estatística de que a cada 11 segundos uma grávida ou um recém-nascido perdem a vida;

Tudo isto, e muito mais, poderá ser solucionado recorrendo a uma sociedade que incorpora as novas tecnologias como a Internet das Coisas, a robótica, a Inteligência Artificial e o big data em todas as indústrias e actividades sociais, conseguindo atingir, em paralelo, tanto o desenvolvimento económico como as soluções para os problemas globais.

De um modo muito geral, esta é uma visão possível da Sociedade 5.0, também apelidada de Sociedade da Imaginação ou de Sociedade Super-inteligente que o governo japonês está a desenvolver há já vários anos e cujo objectivo mais alargado é co-criar um futuro que visa a resolução de problemas estruturais, a descentralização e a resiliência, a criação de valor, tudo isto em harmonia com o ambiente, tendo sempre no centro o ser humano e as suas mais prementes necessidades.

“Uma sociedade centrada nos humanos que equilibra o progresso económico com a resolução de problemas sociais através de um sistema que integra de forma eficaz o ciberespaço e o espaço físico” foi a definição escolhida pelo governo do Japão para apresentar esta “sociedade ideal” do futuro.

Mas para enquadrarmos a filosofia desta sociedade que se quer super-inteligente, há que recuar um pouco no tempo e recordar que os seus esboços iniciais foram apresentados pelo governo japonês em 2013 enquanto um “plano de crescimento para o futuro” e com vista a endereçar, entre outras várias questões, uma resposta aos reptos da sua população extremamente envelhecida, à força laboral em declínio e aos novos desafios ambientais e energéticos.

Este plano de crescimento para o futuro do Japão, o qual se transformou depois na visão de uma sociedade 5.0 – apresentada no 5º Plano Básico de Ciência e Tecnologia, pelo governo japonês em 2016, foi seguidamente discutido na reunião mundial de líderes em Davos em 2018 e está, ao que se sabe, a ser igualmente equacionado pela OCDE, tendo também como pano de fundo a ligação às metas incluídas nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Como sabemos, estas metas estão cada mais longínquas, e como se não bastasse, foram ainda agravadas pela crise pandémica.

No que respeita ao ideal desta sociedade 5.0 – que, dadas as suas múltiplas ambições, pode ser facilmente considerada como mais uma mera utopia, o presidente do conselho de administração da Keidanren – a principal associação empresarial do Japão, afirmou, na reunião em Davos acima mencionada pouco, que a ideia é considerar que tipo de sociedade é que desejamos criar e não prever o tipo de sociedade que efectivamente teremos”.

Na medida em que existem múltiplas direcções que a sociedade pode seguir, é imperativo que não nos esqueçamos que a par dos inúmeros benefícios trazidos pelas novas tecnologias, são também vários os impactos negativos das mesmas, por exemplo no futuro do trabalho ou na distribuição desigual da riqueza e da própria informação.

Ou seja, esta possível bifurcação no caminho obriga, desde, já uma dupla tarefa: abordar estas problemáticas e assimetrias HOJE, ao mesmo tempo que nos preparamos para alcançar a tal sociedade ideal do AMANHÃ com recurso às tecnologias mais avançadas.

Todavia, e para tal, serão necessárias reformas profundas ou mesmo disruptivas em algumas áreas em particular:

  • Nas políticas laborais e corporativas;
  • No desenvolvimento dos recursos humanos;
  • Na melhoria da investigação e do desenvolvimento;
  • e, obviamente, nas próprias políticas públicas.

Recordando que o objectivo desta sociedade do futuro visa criar uma sociedade ciberfísica na qual (entre outras coisas) a vida quotidiana dos cidadãos será melhorada através de uma colaboração cada vez mais estreita com sistemas artificialmente inteligentes, há que ter igualmente em conta o paradoxo presente nesta ideia de se criar uma sociedade mais centrada no ser humano e que se vai relacionar – e complementar-se – com robôs, agentes artificiais e outras entidades artificialmente inteligentes.

É que os progressos na IA e em outras tecnologias emergentes – com vários dos seus extraordinários desenvolvimentos a serem já do conhecimento público e outros tantos ainda no segredo dos deuses – constituem também um alerta para algo que não podemos esquecer: não estamos simplesmente a lidar com instrumentos passivos que executam as instruções dos operadores humanos, mas com tecnologias que são capazes de aprender, decidir e agir por si próprias de uma forma cada vez mais autónoma. E este é também um factor que terá de ser levado em linha de conta nas futuras discussões sobre a sociedade 5.0, em que a ética e a regulação terão – ou deverão ter – igualmente um papel principal.

É também importante referir a diferença que existe entre o conceito inerente à 4ª Revolução Industrial e à filosofia proposta na sociedade 5.0, apesar da sua complementaridade:

A primeira, também assente na digitalização da indústria – e da economia, é claro – faz muitas promessas dirigidas essencialmente aos negócios ou ao universo empresarial no geral.

Mas a segunda, que integra os sistemas cibernéticos e físicos para uso individual ou colectivo, faz muitas promessas a toda a humanidade. E há que ter em conta esta distinção.

Todas estas questões, e como sabemos, constituem matéria de preocupação em todo o mundo e Portugal não é excepção.

O envelhecimento da nossa população, ao que se junta a diminuição da natalidade e o aumento da emigração dos mais jovens – coloca o nosso país, a par de muitos outros, num contexto em que as respostas terão de ser obrigatoriamente novas, pois não existem exemplos históricos nos quais nos possamos basear para lidar com estas novas realidades.

A título de exemplo, e no que respeita ao problema do envelhecimento das sociedades, um dos objectivos do plano japonês – que entretanto se encontra também na agenda de muitos outros países – centra-se na promoção de novas políticas públicas, apoiadas exactamente no desenvolvimento da tecnologia e, neste caso em particular, na área medicina. È assim dada particular atenção a questões como o envelhecimento activo, a independência física, económica e social dos mais velhos, bem como uma aposta na saúde centrada na prevenção e no diagnóstico precoce. Ou, e tendo em conta a premissa da sociedade 5.0, é um bom exemplo de resolução de uma problemática social através das novas tecnologias, tendo o bem-estar do ser humano no seu centro.

Na verdade, e se tivéssemos em conta apenas a questão do envelhecimento populacional, as problemáticas daqui resultantes – e não esquecendo o papel da tecnologia – dariam para muitas horas de debate.

É que, e como sabemos, Portugal é apontado como o 5º país mais envelhecido do mundo. Dados recentes do Eurostat apontam para a aceleração do envelhecimento da população, com estimativas para que em 2050 sejamos o país mais envelhecido da União Europeia. E só com esta realidade estamos a braços com muitas das questões igualmente apontadas pelo governo japonês para a necessidade de um “novo plano”, de um novo paradigma, e que tem de ser bem rápido.

Por exemplo, e quando falamos no aumento da população idosa e na diminuição da população activa imediatamente nos questionamos de que forma é que o país irá ser capaz de pagar esta gigantesca “despesa”.

Mas a verdade é que existem outras perguntas tão ou mais importantes a serem feitas. Esta alteração na estrutura populacional terá impactos significativos e como sabemos na habitação; na saúde e na protecção social; nos mercados de trabalho; na procura de bens e serviços; na sustentabilidade macroeconómica e fiscal e nas estruturas familiares e laços inter-geracionais.

E um dos nossos maiores desafios será o de manter as pessoas no mercado de trabalho até mais tarde, e, do lado mais proactivo, promover politicas e condições para que os jovens se mantenham no nosso território, contribuindo para a economia e, idealmente, para uma” regeneração” do futuro do próprio país. Assim, é do nosso particular interesse estarmos preparados para a implementação destas tecnologias transformadoras que nos permitirão almejar também as promessas da sociedade 5.0.

Todavia, há igualmente que referir, e no bom sentido, que várias destas temáticas estão já a ser introduzidas no contexto actual –tanto na Europa, como em outras partes do mundo. E o exemplo disso, e mesmo que não tenhamos certezas quanto à sua adequada implementação, é o Plano de Recuperação e Resiliência apresentado por Portugal que assenta exactamente na transição digital, energética e climática, temas que, de uma forma ou de outra, são transversais aos objectivos propostos também para a transição para a sociedade 5.0.

Que principais alterações promete a Sociedade 5.0?

Existe um conjunto particular de desafios a que os territórios deverão dar resposta se quiserem albergar uma “futura geração 5.0” orientada para enfrentar os desafios societais e que possa ser realmente uma sociedade sustentável, inclusiva e centrada no ser humano.

No seu contributo para a Sociedade 5.0, a comunidade empresarial japonesa identificou nove áreas por excelência que sofrerão mudanças substanciais a fim de irem ao encontro dos objectivos propostos neste plano para o futuro. Seguem-se alguns pontos-chave relativos a cada uma delas.

CIDADES E REGIÕES

  • A multiplicidade de dados que irão existir e co-existir – sobre energia, transportes, fluxos humanos, logística, resíduos, etc – será partilhada para facilitar soluções mais inteligentes;
  • Serão criadas comunidades descentralizadas nos subúrbios e zonas rurais;
  • Será garantido o acesso a elevados padrões de serviços médicos e educativos a partir de qualquer parte do mundo;
  • Em áreas sem sistemas de transportes públicos, estarão disponíveis veículos autónomos para os cidadãos idosos que não possam conduzir sozinhos, resolvendo assim problemas de mobilidade diária, tais como compras e visitas hospitalares;
  • Conforto e menor isolamento – garantem os defensores da Sociedade 5.0 – poderão ser alcançados mesmo em áreas com infra-estruturas deficientes, o que aumentará as opções de locais para viver e trabalhar, abrindo portas a novos estilos de vida.

ENERGIA

  • O mix energético irá mudar e as informações provenientes do Big data serão utilizadas para estabelecer redes de energia eficientes;
  • Serão desenvolvidas micro redes descentralizadas integrando energias renováveis, sistemas de armazenamento energético, bem como controlos do lado da procura, os quais serão alinhados com as condições locais.
  • Os sistemas fora da rede (off-grid) não dependentes das redes de energia tradicionais tornar-se-ão uma opção para a utilização de energia acessível a qualquer pessoa;

PREVENÇÃO E MITIGAÇÃO DE CATÁSTROFES NATURAIS

  • Com recurso a tecnologias como a Internet das Coisas, por exemplo, serão construídos sistemas de colaboração de informação sobre catástrofes para facilitar respostas rápidas em caso de calamidades, através da recolha de dados sobre danos e possibilidades de salvamento a partir de centros de evacuação, ao que se juntam os meios de comunicação social, partilhando-os entre regiões e organizações variadas, tanto no sector público como no privado. Imprescindível, por exemplo e no caso de Portugal, na política de combate aos incêndios.
  • As tecnologias digitais serão utilizadas para a mitigação de catástrofes através da manutenção diária e de medidas eficientes para evitar o envelhecimento das infra-estruturas, para que estas continuem a funcionar em caso de calamidade;
  • Os serviços médicos serão facilitados, com drones a fazerem o reconhecimento do terreno, por exemplo, e a enviarem dados úteis e em tempo real para as equipas de salvamento.

CUIDADOS DE SAÚDE

  • A digitalização de atributos e actividades físicas individuais serão aproveitadas para prestar a atenção necessária a qualquer pessoa que necessite de cuidados em determinado momento;
  • Estas novas abordagens proporcionarão cuidados adaptados à saúde individual na fase preventiva para evitar o aparecimento e o agravamento de doenças, aumentando a esperança de vida, bem como a sua qualidade;
  • O acesso a serviços de saúde de alta qualidade será garantido a partir de qualquer lugar, através da próxima geração de redes de comunicação de alta velocidade, e de serviços médicos e de apoio ao bem-estar baseados na IA e na telemedicina;
  • Os idosos que vivam em áreas remotas poderão cuidar da sua saúde através também da telemedicina e, em caso de doença súbita, serão transportados para tratamento num hospital rapidamente identificado com o apoio da IA.

AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO

  • As tecnologias de ponta, tais como a monitorização e controlo remoto por IA, robots, e drones autónomos para o trabalho agrícola diminuirão drasticamente as horas de trabalho, aumentando a eficiência e a produtividade;
  • Estas tecnologias convidarão a uma maior participação de novos actores, incluindo cooperativas, jovens, e empreendimentos agro-industriais, contribuindo assim para a revitalização de zonas rurais e despovoadas;
  • Serão promovidas formas de aumentar a biodiversidade e minimizar os impactos ambientais.

LOGÍSTICA

  • As cargas e os meios de transporte serão ligados a redes através da implementação de tecnologias que permitem o rastreio e o controlo logístico em tempo real.
  • Será possível fazer a correspondência entre as necessidades dos expedidores e os recursos dos operadores logísticos, a fim de coordenar os esforços inter-indústrias para aumentar a eficiência.
  • Para libertar mão-de-obra, a maioria do trabalho substituível por condução autónoma, drones, e robôs será automatizado – o que acontecerá em muito outros sectores, como sabemos.
  • Os desenvolvimentos tecnológicos permitirão a gestão de enormes volumes logísticos em zonas urbanas, ao mesmo tempo que facilitará a oferta de serviços eficientes e rápidos nos subúrbios, regiões montanhosas, e áreas remotas.

PRODUÇÃO e SERVIÇOS

  • A distribuição de capacidades/competências através da IA permitirá aos indivíduos e às pequenas empresas fornecerem bens e serviços de elevado nível
  • Os bens e serviços oferecidos aos consumidores deixarão de ser uniformes e passarão a ser personalizados
  • Serão estabelecidos sistemas que permitirão aos consumidores produzir artigos únicos que se adaptem aos seus próprios gostos, utilizando, por exemplo, impressoras 3D desacopladas dos processos de fabrico tradicionais.

FINANÇAS

  • A transformação dos serviços financeiros será outro elemento que permitirá aos indivíduos e às pequenas empresas fornecerem diversos produtos e serviços de uma forma mais rápida e facilitada.
  • Os novos métodos de baixo custo, convenientes, rápidos, seguros e diversificados permitirão às pessoas viver, caso queiram, em qualquer lugar … sem dinheiro
  • As moedas criptográficas e as tecnologias de blockchain e outras inovações criarão novas formas de troca de valor e permitirão estilos de vida que até à data têm sido impossíveis

SERVIÇOS PÚBLICOS

  • Os governos centrais e locais começarão por reconstruir os seus sistemas com base na digitalização.
  • Ao digitalizarem muitas das suas tarefas e recorrerem à interoperabilidade, será facilitada a criação de serviços públicos mais céleres e com melhores níveis de resposta, o que ajudará o cidadão a bater a uma só porta e não se perder nos corredores da burocracia;
  • As ferramentas de análise demográfica e outros dados irão permitir que se adeqúe a oferta de serviços públicos às necessidades das populações, no que respeita por exemplo a equipamentos sociais tais como infantários, escolas, hospitais, tanto ao nível dos centros urbanos como dos rurais.

Estas são assim, e de uma forma muito abreviada, algumas das condições necessárias para se chegar mais perto desta desejada sociedade do futuro.

Mas e se por um lado, este futuro tecnológico que visa ter o ser humano e as suas necessidades no centro parece ainda longínquo – e obviamente que em muitos casos não acontecerá já amanhã – a verdade é que existem já sinais promissores de que o caminho está a ser trilhado. Mas cabe-nos a nós, humanos, estarmos particularmente atentos às consequências menos positivas que sempre acompanharam as várias “revoluções” na história da humanidade.

E talvez seja esse mesmo o nosso maior desafio.

Leia também: A Sociedade 5.0 e a co-criação do futuro

NOTA: O webinar “O papel da digitalização da economia para o desenvolvimento do território”pode ser visto na íntegra aqui

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