Nem todos os Papas conseguem tocar o coração do mundo com gestos simples e palavras cheias de verdade. Francisco conseguiu. Em Lisboa, durante a Jornada Mundial da Juventude de 2023, foi mais do que um líder espiritual — foi presença, foi escuta, foi abraço. Nesta carta, o meu agradecimento pessoal por ter sido o Papa dos afectos, dos jovens, dos que procuram sentido — e por ter reacendido em tantos a luz da fé adormecida
POR LEONOR GONÇALVES DA CUNHA

Querido Papa Francisco,

Escrevo-te com o coração cheio de gratidão. Não como quem escreve a uma figura distante, mas como quem se dirige a um amigo — porque foi sempre assim que nos fizeste sentir: próximos, escutados, acompanhados.

Tive a graça de fazer parte da organização das Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa, em 2023. Foi um tempo exigente, de entrega total, mas também profundamente transformador. Descobri que ainda existem trabalhos com verdadeiro propósito, onde se sonha em conjunto, onde os valores da fé orientam decisões, equipas e relações. Encontrei um novo sentido até no mundo profissional — um lugar onde é possível servir com alegria, com alma e com fé.

A tua presença em Lisboa foi um dom imenso. A tua forma de estar — tão simples e tão autêntica — tocou-nos profundamente. Mostraste-nos que a Igreja tem lugar para todos, sem exclusões, e que Deus continua a chamar cada um pelo nome, mesmo quando nos sentimos longe. Para muitos, foste o abraço que faltava, o sinal de que não estão sozinhos. Deste esperança a quem já quase a tinha perdido.

Quero também agradecer-te por tantas palavras sábias deixadas ao longo do teu pontificado. Recordo em especial aquelas que deste a um casal recém-casado que te pediu um conselho para o casamento:
“Discutam, discutam à vontade… mas nunca se deitem sem fazer as pazes.”
“Acreditem no amor, acreditem em Deus, e acreditem que podem enfrentar a aventura de um amor para a vida inteira.”
Tão simples. Tão verdadeiro. Uma lição de amor vivido com humildade e cuidado, que traduz a tua forma de ver o mundo — com realismo, mas também com ternura.

A tantos jovens, a tantos futuros pais, deixaste também palavras de coragem. Disseste que vale a pena acreditar, arriscar, construir vida. Que ser mãe, ser pai, amar alguém com tudo o que somos, é um ato de fé no futuro:
“Os filhos são dons que recebemos, e isso faz-nos lembrar que Deus tem fé na humanidade.”

Obrigada, querido Papa Francisco, por teres sido um Papa da rua — das pessoas reais, das dores concretas, dos sorrisos simples. Um Papa que não se escondeu. Que não teve medo de tocar as feridas do mundo. Um Papa dos pobres, dos esquecidos, dos que procuram um sentido. Um Papa dos afectos — e isso, hoje, vale tanto.

E obrigada, sobretudo, por teres ajudado tantos de nós a reencontrar a fé. Uma fé que, em muitos casos, estava adormecida, desligada, esquecida. Com a tua forma de ser e de viver, reacendeste luz onde já só havia sombra.

Muito, muito obrigada!

29 anos, casada, licenciada e pós-graduada em Gestão Hoteleira e mestre em Marketing e Comunicação Digital. Atualmente trabalha na ABFE e na Escola no Chiado como responsável de Novos Projetos, Operação e Logística. Tem especial interesse por empreendedorismo, eventos e tudo o que envolva trabalho manual e criativo. Integra igualmente a equipa ACEGE NEXT.

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