As empresas têm um papel fulcral a desempenhar enquanto motor de bem-estar. Geram riqueza para a economia, contribuindo para a melhoria dos padrões socioeconómicos de um país, são responsáveis pela criação de postos de trabalho e investem na valorização dos seus colaboradores, enquanto indivíduos inseridos em determinados contextos empresariais.
E as empresas da Indústria Farmacêutica têm uma responsabilidade acrescida. Para além do forte contributo para a economia do país, têm uma missão social muito relevante: melhorar a saúde e, consequentemente, a qualidade de vida dos cidadãos. E isto num ambiente de investigação e desenvolvimento permanentes, ou seja, num ambiente altamente inovador.
Ao promoverem a saúde, através da disponibilização de tecnologias cada vez mais eficazes e eficientes de diagnóstico e terapêutica, as empresas farmacêuticas em Portugal alicerçam um contributo significativo para a qualidade de vida dos portugueses, para o desenvolvimento do conhecimento científico e para a economia do País.
Caracterizando-se marcadamente pela utilização de tecnologia avançada e pela promoção de emprego altamente qualificado, as áreas do Medicamento e dos Meios de Diagnóstico in vitro são também geradoras de externalidades positivas em outras áreas. Exemplo disso, amplamente noticiado e reconhecido, é o impulso que os produtos farmacêuticos e outras tecnologias de saúde deram às exportações portuguesas, as quais terão atingido, em 2014, um valor aproximado de 1.150 milhões de euros.
No contexto da extrema recessão em que o País tem vivido, as empresas farmacêuticas foram responsáveis por cerca de 70% das exportações na área da saúde, valor que não tem deixado de progredir. A Indústria Farmacêutica representa igualmente uma área de actividade reconhecida como aquela que maior percentagem dos seus resultados destina à investigação e desenvolvimento. Um investimento que permitiu, em 2013, que a Agência Europeia do Medicamento recomendasse a entrada no mercado de 38 novos medicamentos.
O contexto que Portugal hoje vive exige que as empresas sejam inovadoras a vários níveis, entre os quais se destaca o da Responsabilidade Social. Apoiar também as PME fornecedoras de bens e serviços em Portugal – que, por sua vez, beneficiam a economia e contribuem significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos seus colaboradores e de todos os cidadãos que beneficiam da sua existência – é, de alguma forma, uma extensão da própria missão das empresas farmacêuticas.
Para a APIFARMA, a consciência da responsabilidade social e do papel que desempenha na economia do País torna-a um parceiro natural deste projecto. Uma iniciativa que se junta a outras que são promovidas pela Indústria Farmacêutica, quer seja por parte das empresas associadas, a título individual, quer seja através da própria APIFARMA, como é o caso da colaboração estabelecida com o Governo para a criação do Banco de Medicamentos Solidário.
Estamos certos de que muitos dos princípios aqui veiculados, de que é exemplo o Pagamento Pontual, contribuem para um novo fôlego às empresas, à dinamização da economia e à competitividade de Portugal.
É que, apesar de a volatilidade do discurso mediático fazer da dívida aos fornecedores um problema apenas ocasionalmente noticiado, a manutenção de dívidas aos fornecedores cria constrangimentos terríveis à actividade das empresas e, consequentemente, à sua capacidade de contribuir positivamente para o desenvolvimento do país. E, infelizmente, as empresas farmacêuticas, tanto na área do Medicamento como dos Meios de Diagnóstico, têm enfrentando um forte e consecutivo nível de dívida dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde que, na maioria dos casos, supera um ano de consumos hospitalares.
Com prazos médios de pagamento superiores a 460 dias e valores de dívida que ascendem com frequência acima dos 1.000 milhões de euros, a evolução da dívida às empresas farmacêuticas tem demonstrado que este é um problema estrutural que deve ser resolvido com urgência, e em definitivo. Cerca de 80% dos investimentos das empresas farmacêuticas em investigação e desenvolvimento provêm dos seus fundos próprios, pelo que a manutenção deste nível de dívida prejudica não apenas o tratamento dos doentes de hoje, mas também a capacidade de assegurar novos medicamentos para o futuro.
Os desafios de saúde e os desafios económicos que Portugal enfrenta exigem realismo. Isto porque o investimento que soubermos fazer hoje em Saúde é uma aposta no futuro, no desenvolvimento da sociedade portuguesa, na qualidade de vida dos cidadãos e na redução e optimização de encargos, a longo prazo, dos serviços de Saúde. E este é um desafio que Portugal partilha com a União Europeia.
Se não formos capazes de assumir que o investimento na Saúde, hoje, passa também pelo cumprimento dos compromissos para com as empresas desta área, estamos a hipotecar a possibilidade de assumir a Saúde como uma área de desenvolvimento económico e as soluções de que, como sociedade, necessitamos.
Muito obrigado pela vossa atenção.
Para ouvir o discurso de Heitor Costa, director executivo da APIFARMA, clique aqui
Valores, Ética e Responsabilidade