A Microsoft é a melhor empresa para se trabalhar “não apenas devido àquilo que desenvolve mas devido à qualidade da própria cultura da empresa, que foi criada colectivamente pelos colaboradores”. O ranking do Great Place to Work Institute dedicado, pela primeira vez, às gigantes mundiais, coloca as organizações tecnológicas à frente no que toca a desenvolver e praticar uma cultura organizacional de excelência
A Microsoft é a melhor organização do mundo para se trabalhar, revela o ranking elaborado pelo The Great Place to Work Institute (GPWI) relativo a 2011, e apresentado a 27 de Outubro numa cerimónia realizada no New York Stock Exchange, que distingue as 25 multinacionais que reúnem as condições mais favoráveis de trabalho, partindo de dois critérios tão básicos quanto essenciais: qual o nível de confiança dos colaboradores na organização, e que qualidade têm as relações existentes entre colaboradores, e entre estes e os seus dirigentes. Esta é a primeira vez que o GPWI realiza uma avaliação integrada a nível global, tarefa realizada a partir de dados recolhidos através de inquéritos realizados a mais de 2,5 milhões empregadores, representando uma força de trabalho de 10 milhões de colaboradores; e da análise da cultura organizacional vigente em maais de 5 500 organizações, o que faz deste o maior e mais relevante estudo, na actualidade, dedicado à excelência no trabalho e às boas práticas de gestão. Para Lisa Brummel, Chief People Officer da Microsoft, a multinacional “é a melhor coempresa para se trabalhar não apenas devido àquilo que desenvolvemos mas devido à qualidade da própria cultura da empresa, que foi criada colectivamente pelos nossos colaboradores”. A empresa norte-americana lidera em 2011 no topo da lista das multinacionais onde os funcionários são mais felizes, seguida por várias organizações que operam no sector das Tecnologias de Informação e Comunicação: a SAS, a NetApp, a Google e a FedEx integram o pódio das cinco melhores. À sexta posição, ocupada pela Cisco Systems – que arrecadou o primeiro lugar em Portugal -, seguem-se o Marriott, a McDonald’s, a Kimberly Clark e a SC Johnson, que completam o ranking das 10 Melhores Multinacionais para se trabalhar. Segundo a publicação, o grau de confiança dos colaboradores na administração, o orgulho de trabalhar na empresa, um ambiente de camaradagem e o desenvolvimento de tarefas em função de um objectivo comum são os critérios dominantes para a atribuição do ranking. Paralelamente, foram consideradas algumas qualidades específicas de determinadas empresas, como sucedeu em relação à filial canadense da Microsoft, onde os trabalhadores têm quarenta horas pagas anualmente para utilizar em actividades de voluntariado. Já na NetApp, o seu presidente agradece pessoalmente a cerca de trinta colaboradores o trabalho desenvolvido, a cada semana. O Instituto avaliou ainda factores como benefícios de saúde e volume de negócios das empresas. Curiosamente, o valor dos salários não foi um factor muito determinante, sendo este um dos critérios menos valorizados. Por oposição, o respeito pelos líderes da empresa, o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, o tipo de trabalho que os colaboradores realizam e a qualidade da relação entre funcionários e liderança foram critérios de peso. Para integrar esta lista, as empresas tinham que ter pelo menos cinco mil funcionários em todo o mundo, 40% dos quais a trabalhar fora do seu país de origem. Outro requisito foi terem integrado, pelo menos, cinco rankings nacionais em anteriores edições do Great Place to Work. O número de países em que a organização participou em rankings do GPWI também foi tido m linha de conta, nesta dicção dedicada às 25 Mehores Multinacionai a que se candidataram cerca de 350 organizações. Confiança no topo do ranking Cada lista destaca organizações de um país específico ou região do mundo, recorrendo à metodologia desenvolvida nos EUA, a qual indaga os colaboradores sobre o nível de confiança e a qualidade das relações existentes entre os seus pares e os seus líderes. As empresas são depois seleccionadas com base nas respostas dos colaboradores ao questionário Great Place to Work Trust Index. O Trust Index é um instrumento que mede o nível de confiança, de orgulho e de camaradagem no ambiente de trabalho. Segundo o GPWI, as respostas dos colaboradores a este questionário, que é disponibilizado em papel ou via on-line a qualquer organização no decorrer do survey, “têm um peso significativo na nota final das organizações das Listas das Melhores Empresas P ara Trabalhar”.
O Trust Index inclui cerca de 79 afirmações a propósito das cinco dimensões que engloba o Modelo Great Place To Work: Credibilidade, Respeito, Imparcialidade, Orgulho e Camaradagem. A título de exemplo, a afirmação ‘Os superiores mantêm-me informado(a) sobre os assuntos e as alterações mais importantes na organização. São confiadas muitas responsabilidades aos colaboradores’, consta na dimensão Credibilidade, tal como ao nível do item Respeito, os respondentes se pronunciam, entre outras, sobre a afirmação ‘Os superiores ouvem-nos nas decisões que afectam as nossas actividades ou o nosso ambiente de trabalho. A organização disponibiliza cursos de formação ou de aperfeiçoamento com vista à minha valorização profissional’. No final do survey, os respondentes têm a oportunidade de se exprimir através das suas próprias palavras, relativamente aos aspectos que tornam único o seu ambiente de trabalho, e àqueles que o tornariam num melhor lugar para trabalhar. Adicionalmente, as informações que são utilizadas para seleccionar as organizações para o ranking a que se candidatam são reunidas no Great Place to Work Culture Audit, o questionário de avaliação dirigido à gestão, que é utilizado para conhecer melhor a cultura da organização. O GPWI recorre a este instrumento exclusivamente para as empresas participantes no Processo das Melhores. O Culture Audit organiza-se em duas partes: na primeira, as questões referem-se à demografia da organização (número de colaboradores, turnovers, antiguidade na companhia, género, faixa etária ou função, por exemplo), sendo solicitadas informações gerais sobre a organização, como o ano de fundação, os rendimentos da mesma, a média de remuneração dos colaboradores e benefícios (por exemplo, existência de ginásio/creche nas instalações, seguros e flexibilidade de horário. A segunda parte deste questionário é constituída por perguntas abertas que permitem à organização partilhar aspectos da sua cultura. As questões na Parte 2 estão relacionadas com o Modelo Great Place To Work, que é o foco desta componente da avaliação. É ainda considerada, na avaliação feita pelo Great Place to Work, informação recolhida por parte de “reputadas fontes”, tais como artigos publicados nos media sobre determinada empresa. O Great Place to Work Institute, bem como as suas representações na Europa e ao nível de cada país, recusam qualquer tentativa de influência, via relações pessoais o compensações materiais, no processo de selecção das organizações candidatas ao ranking, sublinha a organização. Também as práticas de assessoria e consultoria (embora ajudem as organizações “a tornarem-se melhores para trabalhar”) “não contribui para que estas constem da lista”. A bem da transparência, antes de participarem no processo de avaliação, os responsáveis envolvidos na selecção das organizações para a lista devem ainda assinar acordos de confidencialidade e conflitos de interesse. Naturalmente, está garantida a confidencialidade da informação recolhida em cada organização, bem como todas os dado constantes nos processos de candidatura. Portugal: Cisco, Microsoft e Chep com menções RSE Em Portugal, as Melhores Empresas para Trabalhar em 2011 foram conhecidas no final do primeiro trimestre do ano. Entre as trinta melhores organizações, distinguem-se a Cisco, que arrecadou o primeiro lugar no ranking. Já nas diferentes categorias por dimensão destacaram-se a Chep (menos de 100 colaboradores), a Cisco (entre 100 a 250 colaboradores) e a Microsoft (mais de 251 colaboradores). Para além da grande vencedora deste ano, a Cisco Systems, as organizações que integram o ranking das 30 Melhores Empresas para Trabalhar em Portugal, nos mais diversos sectores de actividade, são: Microsoft Portugal, Everis Portugal, ROFF, Maksen, Chep, BMW Portugal, Diageo Portugal, Medtronic Portugal, Grupo CH Consulting, Mars Portugal, Mercedes Benz – Financiamento, Danone Portugal, Siscog, Roche Farmacêutica Química, O Boticário, HUF Portuguesa, Baxter – Médico Farmacêutica, Johnson’s Wax de Portugal, SAS Institute, Mind Source, Barclay’s Bank, SMAS Oeiras e Amadora, Mercer, Beiersdorf Portuguesa, Teleperformence Portugal (Lisboa – Estefânia), Leadership Business Consulting, E.Value, Grünenthal e Parque Escolar, EPE. O Great Place to Work Institute reconheceu, ainda, as empresas mais bem sucedidas na satisfação de três grupo específicos: a Melhor Empresa para Trabalhar para Mulheres, galardão atribuído à Cisco Systems; a Melhor Empresa para Trabalhar para Jovens, onde se distinguiu a Maksen e a Melhor Empresa para Trabalhar para Executivos, que laureou a Everis Portugal. No âmbito da RSE, ao invés de uma vencedora, foram atribuídas três Menções Honrosas às empresas Cisco, Microsoft e Chep. O prémio de Liderança e Formação para a Sustentabilidade foi atribuído à Chep, pelas práticas mais integradas no modelo de gestão. À semelhança do ranking global, o estudo do GPWI Portugal visa reconhecer as organizações que marcam a diferença para os seus colaboradores e identificar as melhores práticas de gestão de pessoas existentes no mercado. Pretendemos envolver o maior número possível de organizações portuguesas.
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Jornalista