Os temas relativos à sustentabilidade, tanto económica, como social, ambiental ou de governação, são hoje incontornáveis. Tratar dessas questões não é já uma escolha, mas uma obrigação. É uma questão de sobrevivência. De sobrevivência das empresas, das pessoas, do planeta. A consciencialização coletiva para estes assuntos é crescente e transversal na sociedade e Portugal está consciente destas preocupações
POR MARIA JOÃO MATOS

Esta é uma das conclusões do 1º Barómetro Europeu ESG (Environment, Social & Governance) da Europ Assistance, realizado pela Adwise, através de um inquérito online a 7.000 indivíduos (amostras nacionais representativas de 1.000 pessoas por país) da Europa (Portugal, Espanha, França, Bélgica, Itália, Alemanha e Áustria). O estudo foi realizado entre julho e agosto de 2023.

De acordo com este barómetro, 80% dos portugueses estão preocupados com a redução da pegada ecológica, em linha com a média europeia. Os mais sensíveis a estas questões, além dos portugueses, são os austríacos e os italianos. Os belgas são os que revelaram um menor índice de preocupação.

Sendo dos mais preocupados com a pegada de carbono, os portugueses já adotaram alguns comportamentos em linha com esta preocupação, nomeadamente a redução do consumo de energia ou a redução e reciclagem de resíduos. No entanto, este inquérito também revela que os portugueses sentem falta de apoio por parte das várias entidades envolvidas e consideram as normas e obrigações ecológicas úteis, mas não alcançáveis sem apoio financeiro.

Em Portugal também se considera que as ações necessárias para reduzir as emissões de CO2 devem exigir um maior apoio das instituições públicas e privadas.

Globalmente, a maioria das ações mais simples já têm sido implementadas, como por exemplo, a gestão de resíduos, redução do consumo de energia e pequenas reparações versus a substituição de equipamentos. Mas quando as ações implicam custos mais elevados (isolamento, renovação…), a adesão é compreensivelmente mais baixa.

Daí, e não menos importante referir que, se as iniciativas mencionadas visam combater as alterações climáticas e proteger o ambiente também se espera que contribuam para a poupança financeira das famílias.

Não se estranha, pois, que, um melhor controlo do consumo de energia, por exemplo, através da instalação de energias renováveis, seja o desejo da maioria dos europeus, sobretudo no Sul da Europa, onde o clima permite maior retorno deste tipo de investimentos.

Verificamos, então, que os europeus estão mais focados no que podem fazer a curto prazo, adiando os investimentos estruturais nestas matérias. Isso acontece porque as pessoas vivem num contexto de perturbação climática, de inflação, mas também de desconhecimento relativamente a soluções e subsídios existentes.

As empresas têm, por isso aqui, uma oportunidade. O que os dados deste estudo revelam é que há espaço para que empresas públicas e privadas estejam mais presentes na vida das pessoas que querem optar por um modo de vida mais sustentável. O estudo aprofunda um pouco esta questão e aponta mesmo alguns dos serviços mais interessantes. Estão neste grupo serviços como o de reparações de eletrodomésticos e outros equipamentos domésticos ou o aconselhamento sobre obtenção de subsídios.

No top 5 das prioridades dos países estão também serviços de reparação e contenção de danos –  canalizador, ladrilhador, pedreiro, especialistas em pavimentos de madeira, pintores ou especialistas em estores e persianas.

No caso, por exemplo, de acontecimentos climáticos, todos os inquiridos manifestaram muito interesse na realocação em caso de sinistro que torne o lar inabitável, como incêndio ou inundações. Outros serviços relevantes, são por exemplo a eliminação de pragas (roedores, percevejos, baratas, vespas, abelhas).

Da perspetiva das empresas, como a Europ Assistance, este estudo traz também informações interessantes, nomeadamente que as seguradoras são claramente a entidade mais legítima para propor uma cobertura contra riscos climáticos (69% contra uma média europeia de 65%). E quando falamos do serviço de reparação de eletrodomésticos, nomeadamente, os portugueses também são os que manifestam maior interesse em que seja uma seguradora a prestar essa assistência.

A Europ Assistance segue esta tendência ao criar o Home Green: Saving Solutions, uma nova solução de assistência para o lar e família focada na redução de custos do lar e na sustentabilidade. Inclui serviços de manutenção, aconselhamento e certificação energética e uma linha de apoio a clientes com dicas e conselhos para um comportamento mais sustentável no lar.

Maria João Matos

Direcção de Desenvolvimento de Negócio Europ Assistance Portugal