O regresso à rotina e ao trabalho (para quem o tem) faz-se com alguma apreensão, face à conjuntura pouco animadora. O momento exige acções inspiradoras e empenho, e muitas são as organizações que apostam na inovação e no empreendedorismo para trocar as voltas à crise. O VER auscultou um painel de especialistas na área, e reúne neste artigo algumas das muitas iniciativas que impulsionam o emprego e a criação de novas empresas através dos negócios sociais, que marcam a agenda nacional nesta rentrée
POR GABRIELA COSTA

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Num país estrangulado pela recessão e pelo desemprego, em que medida são os negócios sociais nas mais diversas áreas potenciais geradores de crescimento económico? Perante as dificuldades da crise, qual é o estado-da-arte do empreendedorismo em Portugal, e que obstáculos se colocam ao reconhecimento do seu valor na Economia? Por oposição, que oportunidades oferecem os projectos inovadores e sustentáveis enquantosoluções alternativas para enfrentar os actuais problemas? O VER conversou com alguns dos principais especialistas nacionais em inovação e empreendedorismo social (ES), e traça o panorama actual do seu potencial no meio empresarial, académico e terceiro sector.

Na opinião do presidente da Direcção do IES – Instituto de Empreendedorismo Social, o sector social em Portugal “é gerador de emprego” e a procura de soluções inovadoras e sustentáveis para a resolução de problemas sociais e ambientais, pela via do empreendedorismo social, “tem gerado oportunidades crescentes”. Para Miguel Alves Martins, tais soluções não só criam valor social e ambiental, mas também económico.

A boa notícia é que as iniciativas de empreendedorismo se “têm vindo a multiplicar”, e algumas “de forma particularmente criativa”, como defende em declarações ao VER o professor Daniel Bessa. O director-geral da COTEC Portugal destaca sobretudo os projectos que “se propõem mobilizar recursos disponíveis, a baixo custo, que, de outra forma, ficariam desaproveitados”, como por exemplo, as “múltiplas formas de conhecimento e de experiência de variadíssimos grupos sociais, dispostos a porem esse conhecimento e essa experiência ao serviço de grupos sociais menos favorecidos”.

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Miguel Alves Martins, presidente da
Direcção do IES – IES – Instituto de
Empreendedorismo Social
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Sendo uma associação empresarial, a COTEC Portugal tem por missão estimular a inovação empresarial. Não constituindo o seu objectivo primordial, a associação apoia (sempre que solicitada e à medida do seu alcance) iniciativas na área do empreendedorismo promovidas por outras entidades, como esclarece Daniel Bessa. Prova disso são os vários programas a decorrer neste momento, que têm o cunho da COTEC (ver caixa).

Legitimar o conceito de empresa social
A capacitação de empreendedores sociais para o desenvolvimento de iniciativas inovadoras e sustentáveis representa uma oportunidade para reconduzir o desenvolvimento da Economia de forma sustentada, “a qual deve ser reconhecida a nível nacional”, como vem defendendo Filipe Santos, professor associado do INSEAD. Até porque constitui hoje no País um “mecanismo descentralizado para resolver problemas negligenciados pelo governo e pelos mercados”. Ora, “numa população ainda muito habituada a depender do Estado para a resolução de problemas sociais, o empreendedorismo social traz uma dinâmica renovada ao sector social, fazendo-o ganhar autonomia funcional e aumentar a sua capacidade de inovação para dar resposta aos problemas da nossa sociedade”.

Acresce que “o sector social tem forte potencial de criação de emprego”, corrobora o especialista, embora seja necessário “um esforço muito maior de capacitação dos potenciais empreendedores sociais e legitimação do conceito de empresa social, bem como de criação de infra-estruturas de incubadoras e novos modelos de financiamento para promover o crescimento deste sector”, conclui.

Na perspectiva da directora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa (DEES/SCML), o mercado social é hoje um dos mercados com maior crescimento económico, e “responsável por uma grande parte do emprego deste país”. Maria do Carmo Marques Pinto acredita que, nas próximas décadas, o mercado social será um dos que mais crescerá na Europa e também em Portugal “devido, entre outros, ao envelhecimento da população e à necessidade de configurar serviços de toda a natureza destinados a este público mais idoso”.

Também o director do IES acredita que os próximos anos “serão um bom momento para o desenvolvimento do empreendedorismo social”. Para além do protagonismo que o ES tem ganho em Portugal, é de referir o reconhecimento internacional que diversas iniciativas nacionais têm recebido. Dito isto, e face à crise socioeconómica que o País atravessa, “os constrangimentos existem, mas as oportunidades também”, comenta ao VER Miguel Alves Martins. Por exemplo, se de alguma forma “a redução de oportunidades noutras áreas promove a procura de soluções alternativas”, mantêm-se as dificuldades inerentes ao ecossistema de apoio ao empreendedor social, embora estejam a ser dados “passos significativos” na sua melhoria.

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Daniel Bessa, director-geral da
COTEC Portugal

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Financiamento à inovação é o maior de sempre
Como explica Filipe Santos, o ES “envolve um modelo de actuação híbrido onde se procura a sustentabilidade financeira de projectos com missão social que abordam de forma inovadora problemas negligenciados da sociedade”. Apesar de ser “um conceito muito inspirador, em particular para as novas gerações”, existe ainda pouco conhecimento sobre os seus modelos de negócio, pois “vivemos num mundo ainda dividido pela dicotomia entre empresas lucrativas e IPSS”, onde “não existe enquadramento jurídico para as empresas sociais nem reconhecimento amplo do seu papel na economia”.

A Directora do DEES da Santa Casa reconhece também na “ausência de estruturas jurídicas adequadas à organização de respostas mais eficazes para as necessidades sociais no nosso país, e de mecanismos financeiros que contribuam para assegurar a sua sustentabilidade” dois “obstáculos graves ao florescimento de entidades economicamente viáveis” no terceiro sector.

Estes obstáculos legislativos à aparição de entidades que proporcionem respostas com um maior impacto aos problemas sociais do país “foram já ultrapassados em muitos países europeus, o que coloca Portugal numa posição de desvantagem em relação aos seus parceiros”, alerta.

Facto é que a própria União Europeia “aposta, fortemente, na inovação social e na criação de um quadro legal e económico favorável à construção de um verdadeiro mercado social a nível europeu. Convém ao nosso país alinhar-se com essa tendência e reduzir as distâncias com o que acontece fora de fronteiras”, pois é esse novo quadro legal e financeiro que permitirá o surgimento de novas entidades capazes de oferecer respostas mais eficazes e economicamente mais sustentáveis às necessidades sociais com que nos debatemos, defende Maria do Carmo Pinto.

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Filipe Santos, professor
associado do INSEAD

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No que concerne o financiamento europeu à investigação e inovação previsto para o período 2014-2020, e como nota Daniel Bessa, “os montantes serão os mais elevados de sempre”. Recordando que as prioridades se encontram definidas, “em linha com as da política europeia”, o professor diz que “exige-se-nos o mesmo de sempre: integrar as redes globais de investigação para que, no momento próprio, possamos integrar as candidaturas ganhadoras (já longamente negociadas e influenciando as próprias calls), apropriando ‘a parte que nos cabe’ nos fundos disponíveis”. Caso contrário, conclui, “continuaremos a ser um contribuinte líquido do sistema, financiando, nós, portugueses, a I&D alemã, holandesa, inglesa, etc.”, o que considera “um absurdo”.

Modelos alternativos para problemas reais
No contexto europeu e perante o actual contexto socioeconómico, o estado-da-arte do ES em Portugal traduz-se hoje numa aposta em “áreas de forte inovação”, como o “esforço importante e pioneiro a nível europeu de mapeamento de iniciativas de empreendedorismo social” denominado MIES – Mapa de Inovação e Empreendedorismo Social, que “permitirá dentro de um ano ter um retrato fiel do panorama da inovação social em Portugal”, adianta Filipe Santos.

Na área da formação “têm-se feito alguns progressos”, diz, tanto na capacitação de empreendedores sociais, como na leccionação destes temas a nível universitário. O presidente da Direcção do IES concorda: “hoje temos em Portugal mais formação, mais conhecimento disponível”.

No entanto, “o ecossistema de financiamento e incubação de empresas sociais ainda está incipiente em Portugal”, diz Filipe Santos. E se, como acrescenta Miguel Alves Martins, existe “mais partilha e cooperação, mais financiamento, melhor legislação e melhores redes de apoio”, a verdade é que este “não é um processo fechado e há diversos passos a serem dados”. Por exemplo, potenciar o acesso a fontes de financiamento alternativas a quem quer dar escala às iniciativas, e promover uma maior transparência, sublinha.

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Maria do Carmo Pinto, directora do
Departamento de Empreendedorismo
e Economia Social da SCML

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E é assim que num país “estrangulado pela crise económica, também devido à ausência de empresas, especialmente com uma certa dimensão”, e onde a crise, “com a consequente redução das disponibilidades do Orçamento do Estado e a falta de recursos do sector privado coloca em cima da mesa a questão da sustentabilidade das entidades do terceiro sector”, como contextualiza a responsável da SCML, o empreendedorismo tem potencial para se assumir como “uma procura válida de modelos alternativos para problemas actuais e reais”, nas palavras de Miguel Alves Martins. O ES “tende a resolver problemas sociais com menos recursos disponíveis, na constante procura da eficiência, e é válido para qualquer indústria”.

Prova disso é o seu crescente reconhecimento, visível na panóplia de programas, iniciativas e acções que marcam o arranque da rentrée, num ano que se adivinha muito difícil para os portugueses, e que se revelam particularmente focados para impulsionar a criação de novas empresas e, consequentemente, mais postos de trabalho.

ANO PORTUGUÊS DA INOVAÇÃO
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Foi instituído pela COTEC Portugal, em 2013, por ocasião do décimo aniversário da sua criação. Pretende-se, durante este ano, “celebrar, premiar e induzir iniciativas que tenham tido, ou venham a ter, um efeito prolongado em matéria de inovação, menos efémero do que aqueles que, por vezes, celebramos, premiamos e induzimos”, explica ao VER o presidente da Associação Empresarial, Daniel Bessa.

 

MOVIMENTO PARA O EMPREGO
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Trata-se de uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, a que a COTEC Portugal se associou, que pretende, no essencial, promover e incrementar a oferta de estágios profissionais em benefício de jovens licenciados, no âmbito dos sistemas de apoio instituídos pelo IEFP. Dirigindo-se às empresas portuguesas, mas também “às empresas estrangeiras instaladas em Portugal, sobretudo as grandes empresas”, como nota ao VER Daniel Bessa, o Movimento para o Emprego vai assegurar 5 mil novas oportunidades de estágio profissional até 2014, com vista a “manter a trabalhar no país aqueles que mais podem contribuir para a modernização da economia”, como anunciou no lançamento do projecto, em finais de Maio, Artur Santos Silva, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian. Três meses depois, o Movimenot para o Emprego reúne mais de 24 mil candidatura e cerca de 2 mil ofertas de estágio.

 

IX ENCONTRO COTEC EUROPA
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Decorrerá em Lisboa, na Fundação Champalimaud, no dia 8 de Novembro sob o tema da reindustrialização, “procurando situar tanto Portugal como os outros dois países organizadores (Espanha e Itália) no conjunto de esforços conduzidos pela Comissão Europeia com o mesmo objectivo”. Segundo Daniel Bessa, espera-se, este ano, “um maior envolvimento das classes empresariais dos três países, e dos três Governos, procurando dar ao Encontro a maior tracção possível, em estreita colaboração com a Comissão Europeia”. A nível mais microeconómico, está em curso uma iniciativa sobre os “Designed Based Consumer Products”, adianta, para a qual “se espera atrair empresas inovadoras de sectores ditos tradicionais, como é o caso do têxtil e vestuário, do calçado, do mobiliário, da joalharia, e o sector produtor de bens de equipamento e de tecnologias de produção utilizáveis pelas empresas dos sectores produtores de bens de consumo referidos”.

 

PRÉMIO FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO, PRÉMIO PME INOVAÇÃO E PRÉMIO PRODUTO INOVAÇÃO
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Depois do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, quefoi atribuído a Mapril Baptista, um português residente em França que criou uma empresa produtora de veículos de transporte para o sector da saúde com uma elevada percentagem de valor acrescentado em Portugal; e valeu uma menção honrosa a Teresa Lundhal, uma portuguesa residente na Suécia que criou uma empresa de artesanato moderno, combinando design nórdico com manufactura portuguesa, estão a decorrer os concursos para os Prémios Fomento Empreendedorismo, PME Inovação e Produto Inovação. Os vencedores deverão ser anunciados no Encontro Nacional de Inovação que se realizará em Lisboa, no final do próximo mês de Novembro.

 

PROGRAMA COHITEC
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O programa COHiTEC é a acção da COTEC Portugal mais relevante em matéria de fomento do empreendedorismo, e destina-se a aferir o potencial de valorização de tecnologias desenvolvidas dentro do sistema nacional de inovação, tendo por objectivo a criação de empresas high tech e high growth. Conhecerá, em 2014, a sua décima primeira edição, com mais dois programas a decorrerem em simultâneo, em Lisboa e no Porto.

 

BOOTCAMP IES POWERED BY INSEAD  E ISEP PORTUGAL
O IES realiza em Setembro novas edições do Bootcamp em Empreendedorismo Social e do ISEP Portugal. As expectativas face aos projectos de ES que serão impulsionados por estes programas de formação são, uma vez mais, elevadas, face a um balanço preliminar de 2013 “bastante positivo”, adianta o presidente da Direcção do IES.

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Os três Bootcamps já realizados em Portugal reuniram “projectos inovadores e que já têm pilotos em implementação” e, dado o elevado número de candidaturas, além da edição que arranca a 13 de Setembro, em Cascais, será realizado mais um Bootcamp ainda este ano.

Quanto ao ISEP Portugal, programa de gestão focado em líderes de organizações que têm na sua missão o impacto social, espera-se para a edição deste ano, agendada para os dias 23 a 27 de Setembro, “mais uma turma de excelência e formadores de renome internacional na área do empreendedorismo social”. Os dois programas contam com a parceria do INSEAD e o apoio da Fundação EDP e Câmara Municipal de Cascais.

Depois da aposta em novos mercados da CPLP, designadamente em Moçambique onde levou pela primeira vez este ano um Bootcamp, o IES prevê aumentar em 2014 o do número de programas oferecidos, “em resposta à elevada procura que o mercado vem demonstrando”, avança ao VER Miguel Alves Martins.

 

MAPA DE INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO SOCIAL
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O MIES é um projecto de investigação desenvolvido pelo IES em co-promoção com o IPAV (Instituto Padre António Vieira) que está actualmente em processo de investigação no terreno, pelo País. Tendo por objectivo encontrar projectos de inovação e empreendedorismo social nas áreas abrangidas pelo mapeamento (Norte, Centro e Alentejo), o foco da iniciativa alarga-se a conhecer, colocar em rede e dar ferramentas a estes projectos, para que possam potenciar as suas actividades.

Segundo o presidente da Direcção do IES, neste momento, o MIES percorreu já 76 concelhos nacionais, abordando cerca de 908 pessoas (385 no Alentejo, 488 no Norte e 35 no Centro) através de uma metodologia de proximidade “que permite o levantamento das iniciativas de inovação e empreendedorismo social existentes em cada Concelho”. Os casos de alto potencial de impacto terão direito à atribuição do selo ES+. A expectativa é grande, perante os resultados da investigação de terreno, que serão conhecidos no final do próximo ano. O projecto conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação EDP e do Programa COMPETE, e tem como parceiros o IAPMEI, a SIX – Social Innovation Exchange e o Euclid Network.

 

“PROMOVER O EMPREENDEDORISMO INTERGERACIONAL”
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O projecto “Promover o Empreendedorismo Intergeracional”, da SCML, que arranca em Novembro, vai ser financiado pelo Programa Progress da CE com o valor mais elevado que o mesmo atribui, sendo um dos cinco projectos seleccionados, entre 128 candidaturas. Intervindo sobre o desemprego de jovens e seniores qualificados, mediante a criação conjunta de novas empresas, a iniciativa promove a colaboração produtiva entre gerações.

Para adirectora do DEES da Santa Casa, este financiamento “expressa o reconhecimento por parte da Comissão Europeia do interesse público da experimentação que vamos realizar”, e é importante porquanto “sem ele dificilmente poderíamos realizar esta experimentação”, pelo menos com tanta dimensão: “para que a experimentação seja válida e possamos obter os melhores resultados, temos que poder implicar nela o maior número de participantes. Nesse sentido, não só a convocatória vai ser massiva, como será participativa, no sentido em que vamos tentar recolher as ideias de um público muito vasto”, adianta Maria do Carmo Pinto.

 

BANCO DE INOVAÇÃO SOCIAL
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O Banco de Inovação Social é uma plataforma agregadora de activos e de conhecimento que impulsiona projectos de Empreendedorismo Social, constituindo “uma resposta qualificada de oportunidades”, acredita a directora do DEES da Santa Casa. Quatro meses depois do seu arranque, a iniciativa da SCML tem um “balanço muito positivo” integrando já vários projectos: no quadro do Programa de Inovação Social, o BIS promove em breve o empreendedorismo intergeracional, como referido; no quadro do Programa de Empreendedorismo Social, foram seleccionados, entre 764 candidaturas, trinta projectos de quarenta empreendedores que estão neste momento em fase de formação e a ser apoiados por equipas de Tutores BIS. A maioria dos projectos apoiados tem por objectivo assegurar o auto-emprego dos seus promotores e, comprovando-se o sucesso do piloto, este “poderia servir de modelo para uma política pública activa de criação de emprego”, sublinha. O Programa termina em Novembro de 2014 com a introdução dos negócios no mercado; no quadro do Programa de Promoção de uma Cultura de Inovação Social, arranca este mês o Concurso INOVA, destinado a fomentar o empreendedorismo nas escolas. O BIS é responsável pelo Eixo de Empreendedorismo Social do concurso que reúne diversos parceiros e promoverá em todos os ciclos de ensino a apresentação de projectos destinados a resolver uma necessidade social identificada pelos professores e alunos.

O BIS criou ainda uma Bolsa de Tutores – tendo já seleccionado cerca de 62 tutores que complementam a sua ação no quadro de Programa de ES e do Fundo BIS; e constituiu o Fundo BIS, que agrega contribuições do Montepio, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia do Porto, e que será o primeiro Fundo de Investimento Social do país, facilitando o acesso ao microcrédito de negócios sociais e investindo em negócios socialmente inovadores.

 

LISBON CHALLENGE
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A Beta-i junta em Lisboa desde o final de Agosto e durante os próximo quatro meses 74 startups, duzentos mentores e cem investidores de todo o mundo, na 1ª edição do Lisbon Challenge, um programa transatlântico de aceleração destinado a startups em fase de crescimento. O desafio visa capacitar as startups seleccionadas para o crescimento, internacionalização e captação de financiamento a curto prazo, dando aos finalistas a oportunidade de viajar até Londres, São Paulo e Nova Iorque para apresentar os seus projectos a investidores mundiais.

O programa recebeu cerca de 500 candidaturas, das quais 40% internacionais. Todas as startups inscritas têm menos de um ano e 92% já dispõem de um protótipo ou produto definido. Até meados de Dezembro, as 74 equipas irão reunir com mentores de renome internacional e participar no evento de empreendedorismo da Beta-i, Explorers Festival, cujo evento de encerramento irá anunciar os dez vencedores do Lisbon Challenge. Em jogo, para os projectos finalistas deste concurso, estão ajudas na ordem dos 150 mil euros em dinheiro e cerca de três milhões de euros em produtos e serviços, com vista à implementação dos projectos.

 

DOCK38
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“Absorver o melhor do empreendedorismo Português, incubá-lo, desenvolvê-lo, financiá-lo e prepará-lo para um crescimento global”. É esta a missão da DOCK38, uma incubadora e SeedFund nacional lançada em Lisboa a 30 de Agosto. A DOCK38 nasce da junção de experiências de quatro empreendedores e empresários portugueses, e ambiciona “criar um espaço único para o desenvolvimento e incubação das melhores startups portuguesas”.

“From Instinct to Business” é o lema da nova incubadora que está aberta a ideias criativas, empreendedoras e nacionais, num espaço com capacidade para incubar até 38 empreendedores, que aposta na criação de valor partilhado. As candidaturas a um lugar na DOCK 38 estão em curso.

Jornalista