Um veículo elétrico a preço de combustão e com baterias substituíveis é a proposta da Biliti Electric para o mercado do turismo em Portugal, nomeadamente no que diz respeito aos TukTuks urbanos
POR MAYANK BHARDWAJ

Ao longo dos últimos anos, os principais municípios do país com enquadramento legal para os chamados “TukTuks”, passaram a obrigar os operadores turísticos a fazerem a transição para veículos elétricos.

Apesar de esta transição ter demorado algum tempo, está praticamente concluída e a esmagadora maioria destes veículos é agora 100% elétrica, com impacto direto na redução do ruído e da poluição nos centros das cidades.

No entanto, a mudança trouxe também consigo alguns desafios para as empresas que operam estes veículos, nomeadamente o seu elevado custo, entre duas a três vezes superior ao de equivalentes a combustão. Paralelamente há também custos operacionais derivados da necessidade de paragem para recarregar; em muitos casos o recarregamento é feito à noite, sem qualquer impacto operacional mas, caso tenha de ser feito durante o dia, qualquer tempo de paragem é tempo que a empresa não está a faturar. Por outro lado, em muitos casos, a primeira geração de TukTuks elétricos está agora perto do final da sua vida útil, obrigando a uma nova ronda de investimentos.

A Biliti Electric, que está em Portugal desde há cerca de dois anos, tinha até agora apenas veículos elétricos de três rodas de carga, desde modelos para recolha de resíduos urbanos até entregas de última milha. A partir de novembro, passará também a ter TukTuks elétricos especialmente vocacionados para o setor do turismo.

Isto seria irrelevante, não fosse uma abordagem que permitisse de alguma forma ir ao encontro dos desafios descritos acima: o custo inicial e a operacionalização da utilização dos veículos.

O “Urban ET”, assim se chama o TukTuk da Biliti, tem um preço (de lançamento) semelhante ao de outros veículos do género com motor a combustão mas substancialmente inferior ao de outras propostas elétricas. No entanto, é no campo operacional que o Urban ET é mais interessante, uma vez que usa um sistema de baterias substituíveis.

Embora possa continuar a ser carregado como qualquer veículo elétrico, é possível adquirir baterias adicionais que podem ser trocadas em menos de dois minutos, desta forma evitando os tempos de espera devido ao carregamento.

Os baixos custos de aquisição, operação e manutenção têm sido uma das razões do sucesso dos nossos veículos, que têm sido adotados por municípios, supermercados, empresas de entregas ao domicílio e agora, com a versão de passageiros, também por empresas no setor do turismo.

À medida que continuamos a dar passos significativos no domínio dos veículos elétricos, Portugal continua a ser o centro da estratégia de expansão da Biliti. A empresa, que já está presente em 12 países, está a utilizar o país como porto de entrada de veículos elétricos destinados à distribuição em toda a Europa.

Mayank Bhardwaj

É o director de desenvolvimento de negócio da Biliti Eletric para a Europa